Capítulo 41

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Eu estava tão entretida olhando todas aquelas fotografias que eu não me dei conta de que Vlad havia entrado no quarto, até que ele falou.

- “Gabriele!”

Eu gritei de susto, tapei a minha boca no segundo que o grito saiu da minha garganta e dei meia volta.

Era Drácula. Novamente nos encontrávamos sozinhos.

Tinha dias que eu não ficávamos sozinhos em um quarto, não me agradava a ideia de estar agora mas suponho que queria saber de várias coisas... irônico, eu também queria e se ele não respondia... muito menos eu vou responder.

- “Oi...”

Aí vamos, eu havia sussurrado de uma forma patética um simples cumprimento. Muito bem, Gabriele!

Ele inclinou a cabeça e depois deu um sorriso (tava mais para um careta bonitinha) enquanto olhava para trás de mim.

- “Tenho te vigiado faz alguns anos.”

- “Bom, esse foi seu hobby secreto.” - murmurei. - “Vamos, pode começar com suas perguntas”

Ele cruzou os braços e franziu a sobrancelha.

Ele tinha boa aparência. Seria fácil cair nos seus encantos. Até suas expressões eram...lindas. Que desperdício de homem (ou vampiro).

- “Faz horas que chegamos e a primeira coisa que você deveria dizer era que André esteve aqui.” - ele disse irritado. - “Por que você não disse nada Gabriele?”

- “Não sabia quem era ele.” - eu menti e parece que ele não acreditou porque riu. - “Não sabia se eu podia confiar nele ou em você.” - eu admiti.

Ele se aproximou irritado, pegou uma fotografia e depois com o semblante cheio de ira me mostrou a foto.

- “Eu estive cuidando de você durante anos! Você é o que estúpida?”

- “Para você eu sou apenas uma propriedade, não uma pessoa!” - eu gritei irritada. - “Pode ser que eu seja estúpida, porque só uma estupida se interessaria por uma pessoa como você. Vlad Teles!” - eu tirei a fotografia onde eu saia sorrindo da mão dele.

- “Certo. Você é minha, minha propriedade.” - ele murmurou sarcástico. - “Que má sorte... Poderiam ter me dado uma alma gêmea menos tonta.”

- “Ambos estamos malditos.” - eu disse. - “Mas assim você não vai resolver nada, seu vampiro imaturo! André Petrov quer vingança e eu não sei porque, ele queria me levar com ele ou só me tirar daqui. Eu disse que não, que estava bem aqui e tentou o mesmo que você assim que eu cheguei.”

- “Ele é um feiticeiro, para que queria o seu sangue?” - ele perguntou confuso e eu neguei com a cabeça.

- “Ele me enforcou.” - eu o corrigi. - “Não doeu tanto quanto eu pensei e isso não tem sentido, foi estranho...”

- “Você ainda tem o meu sangue no seu organismo, seus sentidos melhoram uns 40% demorará meses assim.” - ele informou.

- “Não sei se ele esteve aqui de verdade.” - disse lentamente.

- “De que estamos jogando Gabriele?” - perguntou bufando.

- “Eu me refiro que eu não estou certa se ele esteve aqui pessoalmente ou se ele brincou com minha mente.” - disse irritada.

Ele consegue me tirar do sério em segundos...ele pode ser um homem jovem aparentemente, mas tem o gênio de um velho de setenta anos como meu avô Sebastian.

- “Vai ficar tudo bem.” - ele sussurrou. - “Teremos que ir a Paris junto com Azlin, arrumarmos algumas coisas. Devo te proteger, é o meu dever e você vai ficar bem.”

Qualquer um se derreteria com essas palavras, alguém dizendo que vai te proteger quando se estar em perigo não tem preço. Exceto que...

Sou sua. Sua propriedade.

Como ele me chamou uma vez? Uma bolsa de sangue!

- “Eu não poderia ir ficar com minha família?” - perguntei franzindo o cenho.

- “Não.” - ele rolou os olhos. - “Não sei em que você está pensando Gabriele Bexter, mas eu mando aqui e eu tenho poder sobre você. Escute bem; eu nunca vou deixar você ir... você vai viver aqui.” - ele sorriu e me jogou um beijo para depois sair do lugar.

Cruzei os braços e comecei a analisar o que eu não havia dito a Vlad e me apressei para segui-lo.

- “Vlad!” - gritei fazendo com que ele parasse. - “Obrigada.”

Ele se virou me olhando com confusão.

- “Não fiz nada para você me agradecer.”

Aqui está. Adeus orgulho, olá possível humilhação por parte de Drácula.

- “Você me salvou. Faz alguns dias que cai de uma égua e estou viva...sei que reagi mal por causa do sangue, mas...te agradeço que você tenha feito.” - sorri tentando parecer mais sincera possível.

Ele riu me fazendo franzir o cenho.

- “Não tente sorrir se você não quer fazer.” - disse com humor. - “Fiz o que devia fazer.”

Ele desceu as escadas, e esperou para que eu fizesse o mesmo e pegou minha mão e colocou um colar nela.

Um crucifixo.

Mas esse era diferente, um de ouro, menor e sem pedra preciosa no meio. 

- “Por quê?” - perguntei desconcertada.

Ele não respondeu e só se foi caminhando me deixando com uma dúvida enorme.

O que esse homem está fazendo comigo?

Reencarnada (Completa)Where stories live. Discover now