Capítulo 25- Unwritten

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Tradução do título: Não escrito

"Reaching for something in the distance. So close you can almost taste it. Release your inhibition. Feel the rain on your skin. No one else can feel it for you, only you can let it in. No one else, no one else can speak the words on your lips. Drench yourself in words unspoken. Live your life with arms wide open. Today is when your book begins. The rest is still unwritten / Buscando por alguma coisa distante. Tão perto que você pode sentir. Liberte-se de suas inibições. Sinta a chuva em sua pele, ninguém mais pode sentir isto por você. Somente você pode deixar isto entrar. Ninguém mais, ninguém mais pode dizer as palavras em seus lábios. Embebedado em suas palavras não ditas, viva sua vida com os braços estendidos. Hoje é quando seu livro começa. O resto não está escrito"
(Natasha Berdingfield, Unwritten)

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Nova York parecia mais ensolarada do que nunca naquela manhã de terça, mesmo estando parcialmente nublada. Dizem que os olhos são a janela da alma. Talvez fosse esse o motivo de eu conseguir enxergar o céu azul além das nuvens cinzas. Em mim, o processo acontecia de dentro para fora. E o motivo tinha nome e sobrenome.

Eu já havia me sentido assim antes, mas fazia tanto tempo que tudo aquilo perecia inédito dentro de mim.

Saí do Au Lait e caminhei em direção ao metrô. Sentia-me leve. Era como se eu pisasse em nuvens a cada novo passo. Sentia falta daquela paz, de passar longos minutos observando a movimentação através do vidro frontal da minha cafeteria favorita. Tinha boas lembranças daquele lugar e a melhor delas, certamente, era o dia em que encontrei Ed por lá. Ou melhor, ele me encontrou.

Aquela fora a última vez que havia pisado lá. Quem diria que um simples encontro mudaria minha vida de tantas maneiras? Não me arrependia de nenhum momento. Toda aquela experiência com ele me fez pensar em quanto devemos agarrar as oportunidades que a vida nos dá. Sejam elas por um instante ou pra vida toda. Tudo acontece por uma razão.

Ele conseguiu fazer por mim, em apenas dois meses, o que eu não consegui fazer em anos: desenvolver o amor próprio. Ed havia se tornado um grande amigo. Era simpático e agradável com as pessoas ao redor. Por trás de toda a timidez, havia um cara extremamente divertido e pronto para aventurar-se no por uma floresta no meio da noite. Literalmente.

Ele era o equilíbrio perfeito entre transparência e mistério. Desvendar seus mistérios poderia ser considerada uma missão impossível, mas era isso que que o tornava mais atraente. Seus jogos instigantes eram a minha perdição. Ele poderia ser um bom jogador, mas era um grande ladrão no poker. Apesar de tudo, Ed me completava de muitas maneiras e me fazia experimentar uma série de sentimentos desconhecidos, tais como o medo de perdê-lo.

Saí do metrô e contemplei, maravilhada, o clima que tomava Manhattan. Faltavam apenas duas semanas para o Natal e, em cada canto da cidade, era possível observar os arranjos e as luzes que formavam mosaicos coloridos e brilhantes nas fachadas dos prédios. Nova York costumava cintilar sobre luzes, mas nada comparado àquele momento do ano. Eles não chamavam de Christmas Time à toa.

O prédio onde fixava-se o estúdio Main já estava pronto para as comemorações e alguns funcionários realizavam suas atividades rotineiras com gorros vermelhos na cabeça. Era cômico, mas exatamente adorável.

Na parte interna do elevador, uma versão instrumental da música Let It Snow tocava repetidamente, tornando o agradável irritante a ponto de me fazer querer tampar a saída de som com a mão.

Agraciada pelo som das portas se abrindo, deixei o elevador, cantarolando a música em minha cabeça e odiando-me por isso. Em seguida, sorri para mim mesma ao constatar o quanto aquilo era patético.

SPOTTED: Behind the Gossip  (Leighton e Ed - Gossip Girl)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora