Capitulo 33

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Sam continua deitado, na enorme cama de Kendra, esparramado nu em cima das cobertas mais luxuosas que ele já tinha visto. Ela está deitada em seus braços, e ambos estão reclinados sobre uma enorme pilha de travesseiros de seda. Ele sente como se tivesse morrido, e estivesse no céu. Nunca havia ficado com alguém como Kendra, e espera que possam ficar juntos para sempre. Sua mente está ocupada, considerando as implicações de tudo que havia acontecido. Ele realmente a tinha transformado.

Ela continua deitada, dormindo com a cabeça em seu peito, completamente em paz. Para qualquer observador, ela está exatamente como era antes, mas Sam sabe assim que acordar, Kendra estará diferente. Mudada para sempre. Transformada, da mesma espécie que ele, assim como Samantha havia feito. Ele ainda lembra como havia sido difícil quando acordou pela primeira vez, e percebeu o que tinha acontecido. Mas no caso dele, não era algo que ele tinha desejado, ele tinha sido forçado. E no caso dela, ela havia pedido, havia até mesmo implorado para que ele a transformasse. E ele tinha atendido ao pedido dela. Ele se pergunta como ela reagirá ao acordar. Se ainda estará apaixonada por ele ou, com sorte, ainda mais. Mesmo assim, ele não consegue evitar a sensação de ter cometido um erro.

Que havia quebrado algum tipo de regra vampire sagrada e que, de alguma forma, terá que responder por isso. Antes que Sam consiga completar seu pensamento, Kendra de repente abre os olhos e se senta na cama, imediatamente desperta. Ela olha para ele, com os olhos mais abertos do que ele já tinha visto. Seus olhos parecem embaçados, como os de um animal selvagem. Alertas. Enquanto ela o observa, ele começa a se perguntar se ela o reconheceria. “Kendra?” ele pergunta, sentando-se na cama. “Está tudo bem?” Ela de repente salta para fora da cama, aterrissando do outro lado do quarto, e o surpreende.

Ela rapidamente se veste de costas para ele, e se meche tão rápido – mais rápido do que qualquer outra pessoa que Sam já tinha visto. É impressionante. Obviamente, ela já demonstra a velocidade característica de sua nova espécie. Ele sai lentamente da cama, começa a se vestir e se aproxima dela. “O que há de errado? Está tudo bem?” ele pergunta mais uma vez. Mas ela continua de costas para ele enquanto se veste, e ele começa a estranhar o comportamento dela. “Por que você não volta para a cama?” ele pergunta. Ela de repente se vira e o encara, e ao ver o brilho selvagem nos olhos dela, ele quase sente medo. “E por que eu voltaria?” ela dispara. “O que você quer dizer?” pergunta Sam. “Já consegui o que queria de você.” Sam sente que foi apunhalado pelas costas. Ele não consegue acreditar no que ouve. Ela tinha mesmo dito aquilo? “Do que você está falando?” Sam pergunta com urgência, e pode ouvir o medo em sua própria voz.

Ela se dirige até a porta, e ele corre até ela e segura seu braço para detê-la. Mas ela se vira, e com sua recém-conquistada força, consegue soltar-se. Ele fica espantado. Ela o encara com um ódio impressionante, e seus olhos brilham de maneira sobrenatural. “Nunca mais encoste as mãos em mim,” ela rosna em voz baixa, gutural. “Kendra,” ele diz suavemente. “Sou eu, Sam. O que aconteceu com você? Não me reconhece?” Ela de repente começa a rir, uma risada maligna, bem na cara dele, zombando. “É claro que reconheço você, sua criatura patética. Eu nunca o amei, estava apenas usando você. Você me deu o que eu queria, e agora está tudo acabado. Pouparei sua vida apenas por ter me transformado.

Mas se cruzar meu caminho, irá sofrer – da mesma forma que seus amigos, e sua irmã, estão prestes a sofrer.” Com isso, ela vira o corpo, agarra a grande porta de carvalho e arranca da parede. Os dois criados a encaram, em choque, enquanto ela gira a porta e os derruba com ela. Então de repente, como um animal selvagem, ela atravessa o corredor, saltando de dez em dez metros, correndo pelos corredores de Versalhes e derrubando lustres pelo caminho. Ela é uma máquina de destruição. Sam não acredita na cena que presencia.

Ele olha para o corredor destruído, para os criados desacordados, e se pergunta com um mau pressentimento, o que ele acaba de fazer. Ele sai correndo atrás dela, seguindo-a pelo corredor. Ao fazer isso, sente novamente a dor das palavras dela. Ela estava apenas brincando com ele durante todo aquele tempo? Ele havia caído em uma armadilha? E o que ela quis dizer sobre Caitlin? O que ela estava pensando em fazer, afinal? Enquanto corre pelo corredor, usando toda sua velocidade vampire, Sam a localiza um pouco adiante no corredor, atravessando uma sala.

Ao fazer isso, Kendra arremessa os humanos que encontra pela frente, e gritos desesperados podem ser ouvidos. Sam ganha velocidade aos poucos. Ela atravessa outra porta e então, finalmente, chega ao salão de entrada de Versalhes e se encaminha até as portas principais. Aproximadamente uma dúzia de guardas, alertados quanto a presença dela, param diante da porta, bloqueando a passagem com baionetas.

“Pare onde está!” grita um deles. Diante dos olhos de Sam, Kendra salta no ar, por cima das cabeças dos guardas e, com um único chute, consegue abrir as enormes portas duplas, - que se abrem com um estrondo.. Ela aterrissa do outro lado, e com mais um salto está voando em direção à noite. Sam gostaria de segui-la, mas de repente vê algo no horizonte que o deixa alarmado. Correndo na direção do palácio, uma multidão de cidadãos enfurecidos se aproxima. E estão se dirigindo diretamente para os degraus do palácio.

Memórias De Um VAMPIRO (Transformada, Amada, Traída, Destinada, Desejada, Ect)Where stories live. Discover now