Capítulo 23

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Caitlin e Sera voam sobre o West Side de Manhattan, em direção ao centro da cidade. Sair dos Claustros não tinha sido fácil. Os membros do Coven de Sera tinham tentado detê-la, mas ela tinha se recusado terminantemente a desistir, e Caitlin teve que admitir que ela tivesse força de vontade. Sera a tinha levado até o andar superior, o andar principal dos Claustros, e guiado Caitlin até uma enorme lareira repleta de detalhes entalhados. Sera estica seu braço e, retirando o abafador de metal, revela um compartimento secreto. Ela pega duas armas para si: uma espada curta, coberta de marcações antigas e uma pequena adaga de prata, enquanto Caitlin observa admirada. Eram armas medievais cruéis, feitas para a destruição e maravilhosas pela simplicidade. Sera tinha então se dirigido até outro quarto,


onde abriu um compartimento no que parecia ser um candelabro de três metros, e de onde extraiu um imenso machado de batalha. Ele também era de prata, e brilhava sob a luz. Pela maneira como Sera o tinha segurado, Caitlin teve a sensação de que ela já o tinha usado antes, inúmeras vezes. De posse destas armas, as duas tinham durante a noite, saltando do parapeito dos Claustros sob o protesto dos companheiros de Coven de Sera, e dirigindo-se ao Sul e rapidamente desaparecendo. Elas passam por cima da Rua 150, e sobrevoam a Rua 140, e enquanto voam, Caitlin olha para baixo e se lembra. Era sua antiga vizinhança, e ela estremece com a lembrança. Elas voam por cima de sua antiga escola, e ela percebe que não ficaria incomodada se tivesse que destruí-la. De repente, Caitlin se lembra: Jonah. Ela não pensava nele há tempos, e a simples recordação é como eletricidade em seu corpo. Ela se dá conta de que ele deveria estar em algum lugar lá embaixo. Ela olha para baixo mais uma vez e


testemunha a anarquia, vê os humanos sendo devastados por vampiros e percebe que eles não têm a menor chance. Ela se lembra de que morava bem ali, na Rua 131, e se sente obrigada a ajudálos. Ela não sentia mais nada por ele, mas ao mesmo tempo, não poderia viver sabendo que havia permitido que ele fosse morto. "Temos que descer," Caitlin diz para Sera. Sera olha para ela e a encara. "Por quê?" ela pergunta, "Não estamos bem perto. Não temos tempo para distrações." "Um velho amigo," Caitlin responde, "Preciso ajudá-lo.". Sera faz uma careta, "Não temos tempo. E não podemos nos arriscar lá embaixo, tempos que nos concentrar.". Caitlin sabe que Sera tem razão, mas ainda assim, sente que é seu dever. Então sem discutir, ela mergulha na direção da rua. Ela espera que Sera a siga - que esteja perto para ajudá-la - mas caso contrário, ela está pronta


para agir sozinha, como sempre tinha feito. Caitlin aterrissa na esquina da Rua 131 com a Broadway, bem no meio do cruzamento, e ao fazer isso, é atropelada por um carro que estava fugindo da confusão. Caitlin se vir e vê o carro se aproximando, mas não tem tempo de reagir. De olhos arregalados, ela se prepara para o que certamente seria um terrível impacto. O carro começa a frear, fazendo barulho, mas não a tempo; em uma fração de segundo ele acerta Caitlin a 80 quilômetros por hora. Caitlin abre os olhos devagar. Ela ainda está no mesmo lugar onde estava, sem um arranhão, sem ter caído. O carro, no entanto, tinha parado exatamente no local da colisão, seu parachoque dianteiro completamente amassado ao redor dela. Ela não tinha se ferido de forma alguma, mas havia destruído o carro. Ela está atordoada, surpresa e grata por não ser mais humana. O proprietário do carro salta para for a, olha para


Caitlin e então para o seu carro, chocado. "Sinto muito!" ele diz, olhando para os lados, em desespero. "Eu não vi você! Eu juro! É como se você tivesse caído do céu, não pude parar a tempo! Está tudo bem com você!?" Caitlin olha para o seu corpo, se afasta um pouco do carro, e percebe que está perfeitamente bem. Ela sorri, pensando: a imortalidade certamente nos proporciona alguns benefícios. "Estou bem, não se preocupe," responde ela. "Espere," diz ele, aturdido, ainda tentando entender o que havia acontecido "Não é possível, eu bati em você, e estava indo rápido demais. Como você pode estar bem, se meu carro está todo amassado?". Ele olha do carro para ela, espantado. Então ele se lembra do quanto as ruas estavam perigosas, salta para dentro do carro de novo e, com fumaça ainda saindo pelo motor, sai em disparada. Caitlin olha a sua volta, tentando se localizar. O

Memórias De Um VAMPIRO (Transformada, Amada, Traída, Destinada, Desejada, Ect)Where stories live. Discover now