Capitulo 21

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Caitlin se vê caminhando com Aiden por uma trilha na floresta.  Ela pode ver que Aiden está silenciosamente enfurecido, já que não tinha pronunciado uma palavra desde que havia lhe ordenado que o seguisse. Depois da luta, ele havia acompanhado Caitlin até o lado de fora do ringue, longe dos outros, e eles tinham alçado voo.

Ela havia seguido Aiden como uma garotinha repreendida, e não havia gostado da sensação. Ela sente que já tem idade suficiente para aprender suas próprias lições com a luta. Além disso, Cain tinha merecido cada golpe. Eles andam sem parar pela floresta, até que finalmente chegam até uma clareira. O sol atravessa a copa das árvores, iluminando a área. Aiden finalmente para e se dirige a ela.

“Estou muito desapontado,” ele diz. “Não foi culpa minha!”

Caitlin dispara, preparando sua defesa. “Você viu a luta. Ele jogou sujo desde o começo.” “Isso não faz diferença. Você deveria ter ignorado esse detalhe.” “Ele estava tentando me machucar. Realmente me machucar. Mesmo depois que a luta havia acabado.”

“Você baixou suas defesas rápido demais,” ele responde. “Uma batalha nunca chega ao fim.”

“Bem, o seu trabalho é mediar estas lutas. Se estiver chateado com alguém, deveria ser com ele,” Caitlin responde rispidamente, um pouco alterada.

Ela está farta de ser repreendida. “Por que você não vai falar com ele? Por que está me repreendendo?” Caitlin percebe que está falando cada vez mais alto. Ela está sem paciência com figuras autoritárias, e sente-se bem por finalmente estar lhe dizendo o que pensa. Aiden parece não se afetar.

Ele simplesmente balança ligeiramente a cabeça, sem demonstrar qualquer sentimento. “Eu escolhi falar com você e não com ele,” Aiden começa devagar, “como forma de recompensa, e não como um castigo. Você tem o potencial para ouvir o que tenho a dizer – ele não.

Você tem potencial para se tornar a melhor guerreira que já treinei. E ele não.” “Você NÃO é meu pai!” Caitlin dispara. “Eu não preciso estar aqui. Não preciso escutar o que você tem a dizer!” Mesmo enquanto ela pronuncia as palavras, Caitlin sabe que está agindo como uma garota mimada. Mas ela não consegue evitar; está tão nervosa com todas as pessoas que sempre tentam tomar decisões por ela, e está cansada de ter que dar satisfações. E também está cansada de levar a culpa pelos erros dos outros. “Você está correta,” Aiden diz calmamente. “Eu não sou seu pai. E você não precisa estar aqui, ou me dar satisfações.

Você escolhe seu próprio caminho na vida, a cada passo do caminho. Você só precisa ficar aqui se quiser,” completa ele. Caitlin considera as palavras dele, e lentamente se acalma. Ele está certo; ela havia escolhido estar ali. E ela quer realmente voltar a treinar. E também… bem, ela não sabe exatamente o que tinha acontecido.

Ela só havia sentido tanta raiva que não tinha conseguido pensar direito. “Sua maior força é também sua grande fraqueza,” ele diz. “Sua emoção. Sua fúria. Não estou dizendo que você não deveria ter derrotado Cain. O que estou dizendo é que você não deveria ter
derrotado a si mesma.” Caitlin tenta decifrar o significado do que ele diz.

Como sempre, é difícil compreender – a princípio – o que ele está dizendo. Ela sabe que aquela é uma daquelas declarações que ela precisa considerar um pouco, antes de chegar a uma conclusão. “O que você não consegue compreender é que seus poderes atualmente são limitados.

Você tem, dentro de você, muito poder – muito mais do que imagina. Quero lhe ensinar a usar esta força, mas você ainda está envolvida com coisas superficiais. Se quiser se tornar mais forte terá que alcançar níveis mais profundos.” Caitlin inspira profundamente, e começa a se acalmar. Sempre que ainda conversa com ela, ela se sente relaxada.

Quanto mais escuta, mas percebe que ele na verdade não é como todas as outras figuras autoritárias em sua vida.  Ela vê que ele não está tentando controlá-la, e que apenas deseja ajudar. Ela se sente grata por isso. “O que tenho que fazer?” Ela pergunta. Aiden dá alguns passos em direção à clareira, e então se vira e olha para ela. Ele fecha os olhos e respira profundamente. Ele ergue seu cajado, e encosta uma das pontas no ombro dela.

Ela sente a madeira pressionando sua pele. “Tire os sapatos,” ele pede. Caitlin obedece; o toque da grama macia sob seus pés é agradável. “Feche os olhos.” Ela fecha os olhos. Minutos passam em silêncio, e ela está começando a se perguntar o que Aiden estaria fazendo, quando ouve a voz dele novamente. “O que está sentindo?” ele pergunta. Caitlin pensa um pouco. “Eu sinto… a madeira, seu cajado, tocando meu ombro.

E sinto a grama sob meus pés.” “E o que mais?” ele insiste. Caitlin se concentra. “Sinto… o vento em meus cabelos… Sinto o calor do dia. A umidade – posso senti-la em minha pele.” “Sim,” ele diz. “Muito bem. Agora, quero que estique o braço, com a palma da mão para cima, e segure o cajado entre nós.

Mantenha os olhos fechados.” Caitlin estende lentamente o braço com a palma para cima, e segura firme no cajado. A madeira é antiga, gasta e macia, e ela pode sentir a energia emitida por ele enquanto ela o segura.

“Não o aperte,” ele diz. “Apenas coloque sua mão sob ele e o segure. Não feche a mão.” Caitlin abre os dedos. “Bom,” Aiden diz. “Agora enquanto o segura, quero que me diga o que está sentindo.”

“Sinto um pedaço de madeira,” ela diz. Ela se sente boba, mas não sabe exatamente o que ele quer ouvir.

“O que me diz sobre a madeira?” ele insiste. “Você pode sentir cada molécula? Consegue sentir o peso dele? Sabe sua espessura, e o comprimento?” Caitlin se concentra e, lentamente, começa a sentir todas as diferentes texturas e elementos da madeira.

“Muito bem,” Aiden fala. “Agora, bem devagar, erga a madeira bem acima de sua cabeça. Use apenas sua palma, não use a mão; apenas a energia atravessando o seu corpo e chegando até suas mãos. Encontre-a. Sinta.”

Caitlin se concentra e quando faz isso, sente a palma de sua mão esquentar, sente uma bola de energia exalando dela, enquanto ela lentamente ergue o pedaço de madeira. “Ótimo,” Aiden diz. “Excelente.” Ele pausa. “Agora abra os olhos.” Lentamente, Caitlin abre seus olhos, e se surpreende com o que vê. Ali, diante dela, está o cajado de Aiden. Mas ele não está exatamente na mão dela.

Ele está flutuando, no ar, cinco metros acima dela, acima de sua mão aberta. Ela olha para Aiden, surpresa. Quando faz isso, o cajado despenca do céu, caindo com violência no chão. Aiden faz uma careta. “Você perdeu a concentração,” ele diz. “Como consegui fazer aquilo?” Caitlin pergunta, - ainda um pouco espantada.

Aiden abaixa e pega o seu cajado. “Esse é um dos seus muitos poderes. É o único que quero lhe ensinar no momento. Você o possui dentro de si; eu o chamo de centralização. Você pode usá-lo para mover objetos para bem longe de você. Ou trazê-los para perto.”

“Quero que entenda, não há limites entre você e o universo da física. Assim que você perceber isso, irá dominar a arte do combate.” E com isso, ele lhe dá as costas e se afasta pela floresta.

Após dois passos, ele desaparece completamente. Caitlin procura por toda parte, mas ele não está em lugar algum. Ela fica paralisada, mas está mais surpresa consigo, e com o que tinha acabado de fazer. Até onde iam seus poderes? E quanto ela ainda tinha para aprender?

Memórias De Um VAMPIRO (Transformada, Amada, Traída, Destinada, Desejada, Ect)Where stories live. Discover now