Capitulo 25

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Ao tentar abrir o olhos, Caitlin percebe que está com um dor de cabeça terrível. Ela levanta a cabeça devagar e olha ao seu redor, tentando descobrir onde se encontra. Ela pisca algumas vezes, e percebe que está encolhida no chão de uma de pedra cela. Há uma pequena janela gradeada, bem no alto, e ela sente que as barras são feitas de prata, tornando uma eventual fuga impossível. Um raio de sol atravessa a janela de certo ângulo, iluminando seu rosto, e Caitlin fecha os olhos de dor. Ela rola para o lado, distanciando-se. No canto mais escuro, Caitlin respira, sentandose devagar, tentando se controlar. Sua cabeça parece que vai explodir enquanto ela tenta se lembrar. Ela se lembra de estar em uma igreja. A Santa Croce.

Ela se lembra de que estava com Blake, subindo até o púlpito. Ela consegue lembrar que tinha encontrado um compartimento secreto, e aberto ele... E então uma rede tinha sido jogado sobre ela, derrubando-a. E depois Kyle, havia olhado para ele, com seu rosto asqueroso, e a chutado. Ela senta mais ereta e observa o lugar, sentindo uma dor latejante no maxilar. Ela está em uma espécie de prisão, provavelmente a mando de Kyle, e se pergunta há quanto tempo estaria ali. Sua garganta está seca, e ela se sente fraca.

Ela tenta ouvir, e ao longe, escuta o que parece ser um grito de comemoração, seguido de uma vibração que balança o chão. Ela se pergunta o que estaria acontecendo. Ela também quer saber por que está viva. Por que Kyle não a tinha matado? Ele não costuma mostrar compaixão. O único motivo porque ele a deixaria viva seria se planejasse torturá-la. Caitlin engole em seco. Ela se pergunta como tinha se envolvido nessa
confusão. Tudo estava indo muito bem, ela estava passando alguns dias idílicos em Florença, ficando mais perto de encontrar seu pai, todas as pistas levando a uma única direção. Ela estava tão certa de estar no caminho correto, quase na linha de chegada.

Mas tudo tinha dado errado rapidamente. Mas como? Ele não tinha sentido a presença de Kyle, ou de qualquer um de seus companheiros, em momento algum. Ele tinha conseguido pegá-la de surpresa bem rápido. Como ele a tinha encontrado? Ele a estava seguindo o tempo todo? Caitlin se pergunta como isso seria possível. A única pessoa que sabia onde ela estava era Blake. Blake. De repente, seu coração se sobressalta. Teria Blake levado ela até Kyle? Ela a tinha enganado esse tempo todo? Seu coração se aperta ao considerar essa possibilidade. Isso a magoa mais do que qualquer coisa que ela pode imaginar.

Tinha que ser isso. Ela havia sido traída. Ela não consegue enxergar outra possibilidade, outra explicação para tudo aquilo. Não havia outro modo para que Kyle a tivesse encontrado. E o que teria sido de Blake? Ela não se lembra de vê-lo sendo capturado na igreja. Está certo, ela não tinha conseguido ver muita coisa pois foi capturada logo. Mas ela não se lembra de tê-lo ouvido graitar, ou chorar.  E se Blake tivesse sido capturado, ele não estaria ali, junto com ela, na prisão? “Blake?” ela chama.

Ela limpa a garganta, se levanta e grita: “Blake!” Seu grito ecoa pelas paredes vazia da câmaras, como se querendo atormentá-la. Nenhum resposta. Isso resolvia as coisas. Ele a tinha traído. Ela se sente tola por amá-lo. Ela se sente enganada e traída. Estúpida. Caitlin de repente ouve o barulho de uma porta de ferro se abrindo, seguido de passos.

Ela fica em pé em um canto e espera, preparada para lutar por sua vida se fosse preciso. Mas ela tem a impressão de que seria inútil. Kyle não é o tipo de homem que faz qualquer coisa sem planejar. Conhecendo ele, ela sabe que ele provavelmente tem planos alternativos para mantê-la presa, para torturá-la ou matá-la. Sua chance de escapar, ela sabe, é quase nula. Kyle de repente aparece. Ele surge do outro lado da grade de prata, a encara e sorri. Na verdade é mais como uma careta. Kyle certamente já tinha visto dias melhores. Metade de seu rosto está desfigurado, e ele agora também está sem um dos olhos.

Ele tem a aparência repulsiva, grotesca. “O que acha de seus novos aposentos?” ele pergunta. Caitlin não diz nada, e simplesmente o encara de volta. Por fim, ela cospe no chão, na direção dele. Ele ri - uma risada cruel, assustadora. “Você tem razão,” ele diz. “Blake nos levou até
você.

Como um bezerro ao matadouro. Como você pôde ser tão inocente? Bem, finalmente, estou por cima. Você tem sido uma pedra em meu caminho desde que consigo me lembrar. Graças a você, meu rosto é desfigurado dessa forma. Este foi meu castigo por tê-la deixado escapar... Mas não desta vez.” Caitlin consegue sentir o mal emanando dele, como uma coisa tangível. Ela tem a terrível sensação de que estes podem ser os últimos momentos de sua vida, e se prepara mentalmente para aceitar seu destino. “Antes que eu a mate,” Kyle continua, “Quero que saiba que sou um homem muito bom. Vou lhe oferecer duas opções. Você pode morrer rapidamente, de maneira fácil e indolor - ou lentamente, uma morte bruta. Você ainda pode escolher a primeira opção, se fizer o que eu mandar.

Caso contrário, não tenha dúvidas: seu fim será mais do que apenas doloroso.” “Não tenho medo de morrer lentamente,” Caitlin responde com desprezo. “Eu preferiria morrer um milhão de mortes infernais que fazer qualquer coisa que você peça.” Kyle abre ainda mais seu sorriso. “Você é meu tipo de garota,” ele diz, lambendo os lábios. “É uma pena que eu e você não tenhamos tido a chance de ficar juntos. Formaríamos um casal esplêndido.” A simples ideia lhe causa nojo. “Eu preferiria morrer,” ela responde. Ele dá uma risada. “Não se preocupe, você vai morrer. Muito em breve. Mas antes que morra, lhe farei uma oferta. Me entregue o objeto que encontrou no púlpito. Nós procuramos, e não encontramos nada. Diga-me o que fez com ele, onde conseguiu escondê-lo antes que a prendêssemos. Você o quebrou? Engoliu? O que era? Conte-me, e lhe pouparei. Na verdade, se eu gostar da resposta, pode ser que a deixe ir.” Caitlin pensa, esforçando-se para lembrar. Ela tenta, mas sua cabeça ainda está confusa.

De que objeto ele está falando? O que ele acha que ela tinha encontrado? Lentamente, ela começa a recordar; o que ela tinha encontrado no compartimento secreto. Kyle não tinha visto, então obviamente pensava tratarse de um objeto. Que idiota. O que ele não sabe, e o que ela jamais lhe contaria, é que não havia objeto algum. O que ela tinha encontrado era uma mensagem. Inscrita na pedra. Uma mensagem apenas para ela: A Rosa e o Espinho se encontram no Vaticano.

Ele nunca entenderia o seu significado, e ela nunca lhe contaria. Agora, ela está satisfeita. Deixe que ele pense que existe um objeto misterioso. “Sim,” ela mente, “Realmente encontrei um objeto. E o destruí com minhas próprias mãos. Da mesma forma que destruiria você, se você fosse homem o suficiente para abrir essa grade e me dar uma chance,” ela dispara, desafiadoramente. A princípio, ele faz uma careta, mas então abre um largo sorriso. “Você não me decepciona,” ele diz. “Bem, ao menos eu tentei.

Agora vem a melhor parte. Vai ser divertido ver você morrer lentamente e de maneira cruel. Na verdade, vou me certificar de sentar na primeira fila.” Caitlin de repente ouve outro grito de comemoração, ainda mais alto, e sente toda a cela tremer. Ela se pergunta mais uma vez o que seria aquilo, e onde ela estaria. “Você ainda não faz ideia que lugar é esse, não é mesmo?” ele pergunta. “Não, posso perceber que não sabe. Você está cinquenta metros embaixo da terra, no porão do Coliseu. Acima de nós, o estádio está sendo usado.

Pelo grande Conselho Vampiro. Há milhares de nós, lá em cima, assistindo os jogos. Assistindo as lutas brutais entre vampiros contra humanos, humanos contra humanos, e vampiros contra vampiros As lutas nós dão a oportunidade de testemunhar brutalidades além do que qualquer coisa que poderíamos imaginar.

É um dos nossos esportes favoritos.” Ele se aproxima tanto da cela que ela consegue sentir seu hálito horrível. “E você sabe quem será o próximo a participar do show?” Kyle pergunta. Ela dá outra risada. “Você imaginou que morreria aqui, de todos os lugares?” Kyle se vira para ir embora, mas antes que o faça, ele para e a encara. “A propósito,” ele fala, “um presente para você.” Ele joga algo entre as barras da grade, e o objeto cai no chão da cela dela. Caitlin olha para baixo: parece ser um pequeno colar de prata. Parece ser o colar dela. “Enquanto o garoto morria, ele chamou pelo seu nome. Ele parecia realmente gostar de você.

Pena que você não estava lá para protegê-lo,” Kyle diz com uma risada, e então vai embora. Caitlin para de respirar ao se abaixar para pegar
o colar. Ela o observa atentamente, torcendo para que não fosse realmente o seu colar. Mas era. O colar que ela tinha dado a Jade. Não havia outro forma para que Kyle tivesse conseguido aquilo, a não ser que fosse verdade. A não ser que realmente tivesse matado Jade. Caitlin sente um a tristeza maior que qualquer sofrimento que já tinha experimentado. Ela deita no chão, na posição fetal, e chora desconsoladamente. Seu choro aumenta, e gradativamente se mistura ao som dos gritos de comemoração acima dela.

Memórias De Um VAMPIRO (Transformada, Amada, Traída, Destinada, Desejada, Ect)Onde histórias criam vida. Descubra agora