Capitulo 14

230 17 0
                                    


Kyle fica diante de Napoleão dentro do pequeno salão lateral do Partenon. Depois de sua entrada dramática, Kyle havia se retirado com Napoleão, que arquejava como um garoto repreendido, cercados por uma dúzia de seus mais fiéis seguidores. Os homens de Napoleão haviam tentado acompanhá-lo para dentro do quarto, mas Kyle tinha ordenado que ficassem do lado de fora. Eles tinham olhado para Napoleão esperando a aprovação dele, mas ele havia baixado os olhos e assentido lentamente, claramente constrangido por não estar mais dando as ordens. Um deles simplesmente não tinha desistido, então, Kyle havia caminhado até ele, pegado o vampiro no colo, e o arremessado com tanta força que ele tinha atravessado o ar, passando pela porta, até parar no corredor. “Esperem lá fora,” ele ordena aos outros.

Eles obedecem prontamente e se apressam em sair, deixando apenas Kyle e Napoleão entreolhando-se dentro da pequena sala. “Você não precisa ser sempre tão dramático,” Napoleão reclama. “Eu o teria acompanhado até aqui se tivesse me pedido. Não é preciso que dê ordens aos meus homens.” “Seus homens?” Kyle pergunta. “A única razão pela qual você tem qualquer tipo de poder sou eu.

Eu posso fazer o que quiser, - inclusive tirar todo o seu poder.” Napoleão finalmente se acalma, como se de repente estivesse pronto para receber ordens de seu comandante. “Por que você está aqui?” Napoleão pergunta “Eu pensei que você estivesse cuidando de sua guerra em Nova Iorque?” “Eu estava,” Kyle dispara. “Mas uma garota entrou em meu caminho. Uma garota muito irritante chamada Caitlin, seu namorado, Caleb, e o irmão dela, Sam; os três, - arruinaram meu plano. Voltei no tempo para cuidar deles de uma vez por todas.” “E daí?” Napoleão dispara. “O que eu tenho a ver com isso?” “Eles vieram para o seu tempo e para sua cidade, infelizmente para você,” Kyle responde. “Você e seus homens terão que me ajudar a encontrá-los e a matá-los.” Napoleão encara Kyle, completamente indignado. “Você escolheu o pior momento possível. Não temos tempo para tais distrações no momento. Estamos às vésperas de uma revolução.

Meus homens – mal posso controlá-los, - eles querem uma revolução. Eles querem a democracia. E querem não querem mais viver às margens da sociedade.” “Perfeito,” Kyle diz. “Nos lhes daremos a guerra que tanto querem. Atacaremos Versalhes.” Napoleão ergue as sobrancelhas. “Impossível,” ele grita. “Nós nunca venceríamos. Eles têm centenas de soldados vampiros defendendo o lugar. O coven de Aiden - meus homens jamais conseguiriam sobreviver a um ataque.”

“Isso é por que você não é tão bom estrategista quanto eu,” Kyle retruca. “Nós atacaremos, e os destruiremos. É lá que estão os amigos de Caitlin e quando eu os matar, poderei acabar com ela facilmente. Mas você tem razão, não atacaremos abertamente. Ao invés disso, criarei uma distração.” “Que tipo de distração?” Napoleão pergunta impaciente. “Os sete selvagens,” Kyle declara.

Os olhos de Napoleão se abrem de surpresa. “Impossível. Eles estão trancados há anos; não, é muito perigoso.”

“É precisamente por esta razão que iremos soltá-los,” Kyle responde, com um sorriso nos lábios. Napoleão começa a andar pelo quarto, pensando. Kyle sabia que seria um choque – aquele era um plano inesperado. E é precisamente por esta razão que era tão brilhante. Os sete selvagens, todos sabiam, eram os vampiros mais terríveis a jamais colocarem os pés na terra. Eles não pertenciam a qualquer coven, e tinham sido capturados em Paris há centenas de anos. Eles estavam apodrecendo na prisão, nas entranhas da Bastilha.

Se fossem libertados, causariam uma destruição sem precedentes – o que é exatamente do que Kyle precisa. Mas eles também representam um risco: eles são tão capazes de se virarem contra Kyle e seus homens quanto contra os humanos. Eles são uma máquina de destruição, e centenas de anos tinham sido necessários para capturá-los; tanto a raça humana quanto a vampira tinham ficado felizes por eles estarem onde estão. E, exatamente por isso, Kyle os libertaria. Ninguém estaria esperando por isso, e assim ele criaria exatamente o tipo de distração de que tanto precisava. “Nós os libertaremos,” Kyle ordena. “E então atacaremos. E seus homens também terão a revolução que tanto desejam.” “Mesmo se quiséssemos,” Napoleão diz, “é impossível.

Eles estão presos na Bastilha. Há legiões de guardas cercando-os por todos os lados. E eu ouvi dizer que eles estão presos em uma cela especial, impenetrável. É melhor esperarmos,” ele completa. “Eu tenho espiões dentro do palácio de Versalhes. Uma espiã, que responde a mim. Ela me dirá tudo que precisamos saber. Só precisamos esperar por ela.” “Também tenho alguém infiltrado,” Kyle fala. “Quem é o seu espião?” Napoleão pergunta. “Quem é a sua?” Kyle também quer saber. Nenhum dos dois responde, sem confiarem um no outro. “Isso não importa,” Kyle diz, finalmente. “Nós não vamos esperar por ele. Nós nunca esperamos por nada; nós iniciamos as coisas, - esta guerra é nossa.” “Não gosto disso,” Napoleão fala. Kyle dá um passo à frente, olhando Napoleão de maneira ameaçadora e cheia de escárnio. “Bem, então fico feliz que você não esteja no comando.”

Memórias De Um VAMPIRO (Transformada, Amada, Traída, Destinada, Desejada, Ect)Onde histórias criam vida. Descubra agora