(EM REVISÃO) Qualquer Negócio|Rafael Lange| CellBit

32º Invenções de Maethe.

"Suas garotas enrubescem, porque somos algo que ela não pode ver.
E eu tento recuar, mas você está preso na minha cabeça.
Tudo que eu faço é chorar e reclamar, porque o segundo não é o mesmo." (Is There Somewhere)

– Sabe do que eu preciso? – Sarah disse exausta e com os braços para o alto – De mais café, pega pra mim?

Levantei pela segunda vez naquela madrugada para pegar café, Sarah estava fazendo um trabalho importante da nova faculdade de Moda.

Estávamos em Março, Amanda entrou no curso de Comissária de Bordo, enquanto eu tentava aproveitar os últimos dias de férias do trabalho.

– Falta muito para acabar? – entreguei a xícara de Sarah e sentei ao seu lado.

– Hum, só um pouquinho – ela deitou a cabeça no meu ombro, com dificuldade ela ajustava o trabalho nas normas da ABNT.

– Me pergunto como você sabe ser uma pequena garota adorável e às vezes uma ogra – disse vagamente, Sarah riu alto e bateu no meu braço.

– Bela amiga você é, Mia – ela reclamou e tomou seu café.

Alguns dias atrás Maethe tinha me mandado a seguinte mensagem de que ela faria uma festa. O que eu disse? Ok, vou sim.

Esqueci de um pequeno detalhe, ele estaria lá.

Maethe deixou claro na mensagem que não seria uma festa enorme, mas seria para comemorar seu namoro com Alan, então alguns amigos e familiares estariam lá.

Então, eu e as meninas escolhemos algo bem básico para vestir. Sarah estava tão animada com a faculdade que pediu para eu desenhar nossas roupas que ela levaria para a costureira do seu curso.

– A camiseta ficou legal? – Sarah perguntou e assenti – O meu vestido ficou meio apertadinho, mas gostei assim.

– Que bom! Já acabou? – perguntei supresa assim que Sarah fechou o notebook.

– Já? – ela ironiza, pega nossas xícaras e leva para cozinha.

– Precisamos dormir para amanhã. Quero estar linda – digo rindo, Sarah concorda e pega um pacote de argila.

– Máscaras de pele! – ela sacode os dois pacotes animada e vamos para o banheiro.

– Qual a porcentagem de eu acordar amanhã linda igual a Gisele? – pergunto enquanto ela passa a máscara verde no meu rosto.

– 0% – ela disse rindo – Dá pra se contentar com a pele da Marina Ruy Barbosa?

– Já tá de bom tamanho.

De manhã as brincadeiras com a Máscara foram muitas, Sarah tinha um humor totalmente diferente da Amanda.

As roupas já estavam separadas para festa de hoje a noite, Amanda iria sozinha já que seu curso terminava mais tarde que o horário combinado.

– Certo, então quer me dizer que vai mesmo para Madri? – Sarah perguntou mais uma vez, dei um gole no meu suco e assenti – Tá de brincadeira, né? Mia!

– Está sendo um saco ver todas vocês na faculdade e eu aqui, sem saber o que fazer – respondi exausta.

– Você até pode estar se sentindo assim, mas estudar o curso que sua mãe fez, é a última coisa que você faria – ela responde.

– Podemos conversar de outra coisa, por exemplo, Luba estará lá? – Sarah paralisou com a maçã e sorriu.

– Não mude o foco da conversa para o Luba, eu vou pirar desse jeito – ela me repreendeu.