28º Um bom lugar para pensar

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"Como eu posso ir embora
Com você me pedindo pra ficar
Como eu posso esquecer
Se só de olhar para você me falta o ar
Me solte, agora já chegou o fim
Não tem conto de fadas dessa vez para mim
Eu não sou a princesa que você sonhou
Não tem final feliz pra nós dois, amor" (Contos de Fadas - Manu Gavassi)

– Amanda, você deve saber o que aconteceu entre mim e a Mia, mas por favor, volte para o quarto e veja se ela está bem – Amanda leu a mensagem de Rafael me cutucando – O que você fez ontem?

– Eu não sei – esfreguei os olhos para enxergar Amanda melhor, eu estava morrendo de sono, ela tinha mesmo que me acordar para ler a mensagem desse idiota?

– Olha, ele me ligou 10 vezes – Mandy mostrou a tela do celular – Pega seu celular agora!

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Rafael Lange: Não te perdoei, estou muito puto com você ainda, mas eu quero saber se aconteceu algo a mais... Se ele te fez algo.

Rafael Lange: Eu nem sei o motivo de estar "preocupado".

Rafael Lange: Só não faça merda, tá legal?

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– Isso foi tão fofo – Mandy pulava na minha cama, bufei irritada e a segurei pelos ombros.

– Não tem nada de fofo aqui, pra ele ficar tão preocupado de ter que me mandar mensagem é porque eu fiz merda – Amanda se aquietou e tentou esconder um sorriso – Não iremos voltar, Amanda. Ele deixou bem claro que está bravo ainda.

– Eu só estou dizendo que – ela segurou meu rosto entre as mãos – Se você não fosse importante, ele não estaria preocupado.

– Olha as mensagens que eu mandei – coloquei o celular no campo de visão da Amanda – Me diz como uma pessoa não fica preocupada com outra nesse estado.

– Eu sei – ela pegou o celular da minha mão – Mas ainda acho que minha primeira opção é válida.

– Não, não é – discordei com a cabeça e por fim criei coragem para sair da cama – Eu sinto muito, mas já perdi as esperanças com ele.

Amanda se jogou na minha cama com um semblante triste e entrei no banheiro.

– Você ainda o ama, Mia – ela gritou do quarto.

Arctic Monkeys tomou conta do banheiro, coloquei no último volume sem me importar se estava atrasada para o café da manhã ou não.

Hoje o dia era de pura farra, já que amanhã iriamos embora logo no horário de almoço.

Meu corpo estava relaxado graças à água gelada que caía sobre ele. Tentei deixar a mente vazia o máximo que pude, mas o nome dele sempre vinha me atormentar.

Apoiei a testa no azulejo do banheiro.

Queria tentar assimilar meu sentimento por ele e minha raiva, mas estava tudo misturado.

As lágrimas vieram mais uma vez.

Só eu sei o que passei durante esses anos, não foram meses ou dias. Foram anos tentando ser alguém na vida dele, foram anos perdendo totalmente controle da minha vida social para ficar em casa chorando.

O problema é que qualquer coisa que ele faz, diz ou demostra, acaba me tocando, acaba me deixando desorientada.

Um problema maior que esse, era que não existia amor próprio, eu nem sabia quem eu era de verdade. Era como se eu vivesse para Rafael Lange.

(EM REVISÃO) Qualquer Negócio|Rafael Lange| CellBitOnde as histórias ganham vida. Descobre agora