(EM REVISÃO) Qualquer Negócio|Rafael Lange| CellBit

24º Adeus Mia.

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"Nada acontece como planejado Tudo vai quebrar
As pessoas dizem adeus
Em sua própria maneira especial
Tudo em que você confia
E tudo o que você pode fingir
Vai deixar você na parte da manhã
Virá te encontrar durante o dia" (In My Veins - Andrew Belle)

– Rafael, senta e me escuta – pedi para o garoto a minha frente que tinha o rosto vermelho – Por favor?

– Não, eu quero que você me esclareça tudo – ele falou mais alto e respirei fundo para não pedir pra ele abaixar o tom de voz – Me explica essa merda, agora!

– Eu vou explicar, mas tem como parar de surtar? – perguntei com uma ponta de raiva por ele estar gritando.

Rafael estava tão vermelho, com a respiração acelerada, mas mesmo assim sentou no sofá.

– Eu só peço que me escute e depois tire suas conclusões, ok? – perguntei, mas ele mal me olhou direito – Uma certa parte do que ela falou é verdade.

– Fica quieta, eu não quero ouvir mais nada – seu tom de voz soou tão rude para mim que encolhi meus ombros.

– Eu nasci em Carazinho, estudei no seu colégio – suspirei segurando as lágrimas – Eu sempre fui apaixonada por você, eu te via todos dia e rezava pra você me notar.

– Mia...– ele ameaçou a falar, Rafael estava tão surpreso.

– Eu só quero que saiba, que eu nunca menti em nada, apenas omiti alguns fatos – apertei os lábios um nos outros e limpei algumas lágrimas – Você sabe o que amor não correspondido? É uma merda, Rafael. Eu era ignorada por você, seu amigo praticamente me odiava e eu era excluída.

– Chega, Mia – ele levantou o tom de voz mais uma vez.

– Chega nada, eu quero que você me escute até o fim – segurei seu braço com força – Eu me mudei para São Paulo faz três anos, nunca pensei que seu canal faria esse sucesso.
Eu segui minha vida, Rafael. Virei fã do seu canal porque não tinha outra saída, mas eu nunca pensei que iríamos conversar algum dia.

– Você está dizendo que essa merda é culpa minha? – ele riu com ironia e passou os dedos entre o cabelo – Eu tô tão irritando, Mia.

– Que diferença iria fazer se eu te dissesse que já te conhecia? Nenhuma, então preferi guardar para mim – olhei para seu braço que tinha as veias saltadas de raiva – Rafael...

– Tudo o que você me pediu foi para não te machucar, isso valia para mim também – ele gritou com raiva e levantei do sofá.

– Isso é sério? Porque você também me pediu para te entender, pensei que valia para mim também – disse com raiva, prendi meu cabelo com as mãos tremendo – Você está fazendo uma tempestade em um copo d'água.

– Você mentiu, Mia. Disse que morou em São Paulo a vida inteira – ele balançou a cabeça no final – Disse que era um sonho me conhecer e que nunca teve a oportunidade de me abraçar.

– Eu nunca tive essa oportunidade – falei baixo – Se eu falasse a verdade, iria mudar algo no que temos?

– Não temos nada, Mia – ele simplesmente disse com o tom de voz seco e me encarou pela primeira – Eu não tenho nada com quem eu não conheço.

– Rafael – tentei tocar no seu braço, mas ele retirou rápido – Você me conhece. A Mia que sorriu para você é a mesma ainda, eu sou a mesma.