12º Melhor "encontro" de todos

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"Se eu tiver coragem de dizer que eu meio gosto de você
Você vai fugir a pé?
E se eu falar que você é tudo que eu sempre quis pra ser feliz
Você vai pro lado oposto ao que eu estiver?
Eu queria tanto que você não fugisse de mim
Mas se fosse eu, eu fugia" (Macaé - Clarice Falcão)

O garçom deixou nosso pedido na mesa de madeira, junto com a comanda e logo saiu.
Peguei um sachê de açúcar para despejar no chá e ofereci um para o Rafael.
- Ops, esqueci que você gosta sem - guardei o sachê de volta no lugar e cortei um pedaço do bolo.
- Ops, esse bolo parece estar bom - Rafael disse, já roubou um pedaço do bolo com a mão e comeu sem se importar com a cara melecada.
- Por Deus, me diga que você não roubou meu bolo - disse em um tom de irritada fingida e lhe dei um soco no braço.
- Au! Se reclamar pego mais - ele ameaçou com a mão próxima, dei um tapa nela e voltei a comer tentando proteger o prato com os braços.
- Vai, só mais um pedacinho - ele fez aquela cara de retardado como sempre, puxo meu prato para mais perto de mim e como meu bolo.
- Quanta maldade, menina Mia. Não é legal deixar os amigos com vontade - ele disse dramático, comi mais um pedaço fazendo caras e bocas dando a entender que o bolo estava realmente bom.
- Ei, como foi a BGS esse ano? Os stands estavam legais? - perguntei curiosa. Uma coisa que eu não conto muito é que eu sou muito viciada em jogos, principalmente quando eles envolvem ação e zumbis.
- Foi maravilhoso, muito mais organizado do que o ano passado. Esse ano até ganhamos a velha sala web de volta e bem melhor do que a antiga - ele disse animado como um criança quando ganha o tão esperado presente de natal.
- Eu queria muito ter ido esse ano, mas aconteceu esse susto com a minha avó e nem deu.
- Ia ser legal se você tivesse ido, poderia ter conseguido com credencial pra você - ele disse normalmente e eu fiquei sem palavras. Uma credencial dada por Cellbit é de ficar sem palavras, ainda mais sabendo que eu poderia andar junto com ele nos lugares onde apenas os youtubers e gamers tem acesso.
- Ano que vem eu te cobro essa, sem dúvidas eu irei cobrar - eu disse, por fim senti que a conversa rolava normalmente e eu já estava mais que á vontade conversando com ele.

Minutos se passaram e a conversa realmente se desenrolava sem dificuldade nenhuma, rolou até um jogo de perguntas e repostas que fiquei surpreendida em saber que Rafael de fato não iria fazer uma faculdade tão cedo. Ele soube de mim, que sou a maior briguenta e que já quebrei altos narizes por ai, admito que fiquei com vergonha, aliás que menino gosta de garota barraqueira? Foi um alívio quando ele escondeu o nariz com a mão e deu uma risada.
Normalmente eu estaria subindo pelas paredes só de saber que minha camiseta ainda estava do lado errado e com a etiqueta aparecendo, não me importava o com aquilo em nenhum momento.
Enquanto eu estava no banheiro trocando a camiseta, Rafael esperava do lado de fora. Parei na frente do espelho para prender o cabelo em um coque e logo saí do banheiro.
- Agora sim - ele disse brincando com a minha camiseta agora do lado certo.
- Muito engraçadinho você - entrei na brincadeira enquanto pegava meu cartão pra pagar a comanda
- Eu tento né - ele reparou que tinha um cartão na mão e logo roubou ele de mim - Eu convidei e eu vou pagar.
- Nada haver, pode me devolvendo! Odeio quem paga as coisas pra mim - disse tentando pegar meu cartão que estava no alto - Isso não tem graça, você é gigante, garoto!
- Promete que vai deixar eu pagar? - ele perguntou ainda com a mão no alto, reviverei os olhos e assenti.
- Agora me devolve - ele abaixou a mão e me deu o cartão, sorri agradecida e fomos para pagar.
Assim que a moça disse pode inserir o cartão, empurrei o Rafael com a cintura e deixei minha mão no seu peito para impedir que ele fizesse algo.
Inseri meu cartão na máquina e paguei a minha comanda enquanto Rafael me olhava com uma cara fingida de raiva.
Pagamos tudo que devíamos e puxei ele pela manga da camisa para fora do estabelecimento e Rafael foi com a cara amarrada até chegarmos no carro.
- Qual é, não fica com essa cara - disse para ele que olhava pra tudo menos para mim.
- É só que... Ah, Mia, odeio quando me recusam algo, tipo mano, eu te convidei  e eu que tenho que pagar - revirei os olhos, fiquei nas pontas dos pés e deixei um beijo na sua bochecha.
- Pensamento das antigas, Rafa. Estamos em 2015, é normal um casal dividir a conta hoje em dia - dei de ombros e dei meia volta no carro.
- Entra aí, te levo em casa - eu disse e ele me olhou confuso, deu meia volta no carro e parou na minha frente.
- Não vamos para casa, não agora. Temos que pedir para o carinha tocar a sua música favorita - ele me lembrou, bati com a mão na testa e fui andando na frente dele.
- Vamos, quero aproveitar o máximo - disse puxando a manga da sua camisa. Acho que eu tenho mania estranha por essa manga, sempre estou puxando ela. Rafael parece ter percebido a mesma coisa, ele fez a graça de ficar parado igual uma pedra enquanto eh ouxava sua manga - Vaaaaaai Rafa, para de graça!
- Vaaaai Rafa - ele me imitou e senti minha bochechas corarem. Foi a vez de Rafael puxar e deixar meu corpo encostado no carro - Minha linda camisa tá toda amaçada, o que a senhorita tem a dizer sobre isso?
- Nada - digo rindo, ele estava na minha frente e praticamente me prendendo entre seu corpo e o carro.
Sorte minha e dele que seu corpo não encostava no meu.
- Nada? É isso mesmo senhorita chá é a melhor coisa do mundo? - ele cutucou uma parte da minha barriga que estava amostra por conta da camiseta curta.
- Isso mesmo senhor minha filha vai se chamar café e minha risada é escrota - entrei na brincadeira e o empurrei pelos ombros - Agora vamos, por favorrrrrr.
- Falou a menina com a risada mais linda - ele argumentou e revirou os olhos igual eu faço - Me poupe amiga!
Sua voz afeminada me fez rir como sempre, segurei minha bolsa e andamos até o barzinho com música ao vivo.
Entrei com Rafael ao meu lado, logo deixei minha bolsa em uma mesa fazia já que não estava tão lotado.
- Ei gente, eu adorei quando vocês cantaram a música da Maria Gadú - fiz uma cara fofa, com o sorriso mais natural possível e eles agradeceram em um coral - Será que não tem como tocarem de novo?
Eles se entreolharam, deram os ombros e cada um ajeitou seu instrumento.
- Muito obrigada, vocês tocam muito - disse e voltei pra mesa que ficava bem perto do palco improvisado.
Rafael estava com o celular apontado para mim assim que eu cheguei ele falou "Manda um oi pro Felps"
- O Felps? Isso é sério? - perguntei apontando para câmera, o sorriso rasgava no meu rosto e eu estava mega afobada - Felipe te amo, amo muito mesmo e desculpa Gabs!
- Agora ele sabe quem é você - ele guardou o celular e eu abracei ele pelos ombros.
- Sério que você vai mandar pra ele? Eu tô pirando - dei uma risada escandalosa e ele meio que se assustou - Desculpa... Eu sou retardada as vezes.

(EM REVISÃO) Qualquer Negócio|Rafael Lange| CellBitOnde as histórias ganham vida. Descobre agora