Capitulo 52

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Estava sentada com as pernas cruzadas no grande sofá da sala de Dra.Solther, ela me olhava curiosa. Ainda não havia me pronunciado, estava em constante silêncio sentada olhando para as grandes janelas de vidro, eu me senti confortável por estar ali, me embaralhando em meus sentimentos, estava revivendo cada pedaço da minha história novamente, e estava pensando sobre cada acontecimento na minha vida, estivera a pensar sobre o meu desenvolvimento na vida. 

"Arabella, algo aconteceu?" a mulher mais velha pergunta e eu suspiro, derrotada me viro e encaro teus olhos, eles me mostram tranquilidade e quase posso-os ouvir falar que tudo que eu falar irá ficar em segredo. 

"Bom, muitas coisas aconteceram" eu sorrio e me ajeito no sofá, ela me encara curiosa e faz um sinal com a mão para que eu prossiga "Primeiro, eu senti o amor transbordar meu coração, segundo, fui gravemente ferida, meu pai foi preso por violência e meu irmão recebeu alta do hospital hoje de madrugada, completei dezessete anos ontem, e recebi o melhor presente de aniversário" enfim solto tudo de uma vez e ela fica confusa. 

"Seu pai foi preso porque ele te agredia, certo?" ela perguntou e eu me remoí por dentro. De certo que ela sabia que algo em minha vida era muito errado, aparecia algumas vezes com hematomas na qual não conseguia esconder com maquiagem, mas que ela nunca questionara. 

"Sim, eu e a meu irmão. Noah" sussurro, porém confesso, ainda me sinto atordoada com todos os acontecimentos rápidos da minha vida, me sinto enjoada e repulsada, sinto medo invadir minhas veias, porém me acalmo quando sei que ele não voltará tão cedo. 

"Sua mãe me contou isso, e pediu-me para guardar segredo, eu sabia que tinha algo de errado e fi-la contar-me" ela confessa junto e eu suspiro, claro que ela sabia. 

"Mas não foi por conta do meu pai que eu desenvolvi o distúrbio" abraço meu próprio corpo e enfim me sinto confiante suficiente para falar sobre aquele noite com alguém. Puxo as mangas da minha blusa e aperto em punhos na minha mão, minha boca treme com o anseio e ela vem ao meu lado. 

"Sei que deve ser difícil, não quero te forçar e-" eu a interrompo.

"Escuro. Essa palavra define a minha mente nos últimos anos, eu vivi em profundo escuro. Minha mente parece ter ficado presa naquele beco, quando eu vi o homem matar o outro bem a minha frente, e me ameaçar logo em seguida, eu vivi em completo escuro e medo, jurei nunca mais falar, fazer-me muda para nunca tocar no assunto, pensava que se eu falasse sobre isso o homem voltaria e me mataria, então mantive-me em silêncio, e isso custou muito de mim, parece algo idiota, mas eu era bastante pequena e estava com medo, eu vi um homem tirar a vida de outro, e isso custou a minha sanidade mental" murmuro as palavras com raiva e sinto meus olhos lacrimejarem. Uma lágrima sorrateira desliza pela a minha maça de Adão e a enxugo rapidamente.

"Eu sinto muito, querida, eu nunca teria imagino algo assim" ela acarícia minhas mãos e lança-me um sorriso acolhedor, me sinto confortável e o sol parecia voltar a iluminar a minha mente. 

"Eu sinto-me curada, eu consigo ouvir com clareza novamente, os sons já não me causam danos, eu posso tocar e abraçar quem eu mais quero, consigo falar sem ter medo, eu sinto o amor e dou o amor, eu me sinto livre novamente" eu sorrio desesperadamente e meus olhos novamente expulsam mais lágrimas, como se eu estivesse as prendendo a tempos, e eu precisasse as levar de mim para me sentir renascida. 

"Eu disse que o amor cura tudo" ela sorri, nunca a vi com um sorriso tão genuíno antes.

"Eu vivia constantemente no escuro, e agora, ele, Zayn, pareceu iluminar-me o caminho e puxar-me de volta a vida, para os tempos atuais" fungo um pouco e um riso saí de minha garganta. 

"Sente-se pronta? Você está pronta para viver tudo e sentir cada coisa que vier pela a frente?" a sua expressão se torna séria, porém vejo seus olhos lacrimejarem. 

arabella [zm]Where stories live. Discover now