arabella [zm]

27

Eu encaro o teto branco do meu quarto com os olhos bem abertos, tudo o que aconteceu no meu dia passa em câmera lenta sobre os meus olhos; a vista de Nova York, a sensação intoxicante do seu toque, o sol aquecer a minha pele, a música, as suas palavras e o por do sol. Tudo passa pelo os meus olhos de forma lenta, a cada vez que eu pisco, mas a parte que eu mais me lembro foi, com toda a certeza o por do sol que vimos do seu carro.

Logo depois de ele pronunciar "Eu preciso de você" era como se cada célula do meu corpo precisasse dele também, mas a verdade é que eu não sentia necessidade dele, eu sentia a necessidade de amor, e na hora que as suas mãos tocaram o meu corpo, eu me sentia mais leve, mas ao mesmo tempo parecia errado, eu me lembro de ficar batalhando contra mim mesma, sobre o porque eu estar amando tanto uma ação e odiando tanto a sensação que o meu corpo sentia.

Eu me viro na cama e encaro a janela e a lua, o relógio marca três horas da manhã, mas por algum motivo, eu não consigo dormir, ou simplesmente fechar os meus olhos, porque toda as vezes que eu fecho os meus olhos eu sinto o toque de seus dedos na minha pele, a sua respiração contra a clavícula, eu ouço ele gemer o meu nome, eu sinto tudo intensamente, e isso dificulta a minha noite de sono.

Assim que consigo pegar no sono, a minha mente viaja para um lugar alto, e para um lindo rapaz de cabelos negros e olhos castanhos, ele diz que precisa de mim, mas eu não consigo me lembrar de mais nada a não ser do seu sorriso.

Acordo com alguém a me balançar e sinto a minha cabeça doer pela as poucas horas de sono, o meu corpo volta a ser balançado e eu gemo em reprovação, sinto o meu corpo ser levantado do cama e me encolho contra o peito, do que se parece ser o meu irmão.

"Anda lá, Bella, você já está ficando atrasada" ele entra no banheiro e me deixa no chão "Hoje não dá tempo de tomar banho, coloca uma roupa, rápido" ele manda e saí do banheiro, ouço os seus passos de novo e ele entra no banheiro "E eu quero ter uma conversa bem séria com você a respeito de ontem a noite" ele fecha a porta com brutalidade e eu sinto a minha cabeça começar a doer mais. 

Rapidamente começo a fazer todas as coisas que preciso fazer, todas as minhas necessidades. Começo a pentear os cabelos, escovar os dentes, colocar uma roupa quente, calçar os sapatos, pegar a minha mala do colégio, e por fim descer.

"Bom dia" eu murmuro assim que vejo meus pais sentados e Noah. Todos me olham obviamente incrédulos por eu desejar bom dia. Eu me sento na cadeira ao lado de Noah e sinto o olhar pesado de minha mãe em cima de mim.

"Aonde você passou o dia todo?" ela diz de forma calma e eu engulo em seco.

"Eu fui ao meu psicologo, e depois eu fiquei em uma colina até ver o por do sol" eu continuo falando baixo e sinto o olhar de meu pai, assim como o de Noah.

"E por que não avisou?" a voz grossa do meu pai ecoou pela as quatro paredes da sala de jantar e eu suspirei.

"Esqueci" eu simplesmente digo enquanto tomo um pouco da água que há em cima da mesa.

"Arabella" a minha mãe me chama e eu a ignoro, eu não posso ouvir tantas coisas agora pela amanhã, eu irei enlouquecer o resto do dia.

"Mãe, nós precisamos ir, a Arabella come no colégio" Noah se levanta rapidamente e eu faço o mesmo, eu dou um pequeno aceno para a minha mãe e olho para o meu pai, ele tem os punhos cerrados em cima da mesa e os olhos esbulhados de raiva, eu saio da mesa ao lado de Noah e ambos vamos para o carro em silêncio.

"Aonde você estava?" Noah dispara assim que me sento no banco da carona.

"Eu já disse" eu respiro fundo.

"Arabella, eu não vejo problema em você tentar conhecer o mundo lá fora, contanto que tenha alguém ao seu lado, nunca se sabe se você vai ter um ataque!" ele esbraveja e logo arranca com o carro.