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O seu toque na minha perna parece congelar todas as minhas veias do corpo, o sangue parece esfriar do meu corpo e eu tenho a plena certeza que o meu rosto está pálido. A minha respiração começa a ficar mais acelerada conforme o homem a minha frente se levanta e coloca a mão no ombro do meu irmão.

"Noah, vá, eu irei conversar com a sua irmã" ele afaga o seu ombro e o empurra em direção a porta.

"Não, eu irei ficar, tudo o que tiver para falar, irá falar comigo presente" Noah se impõe mas ouço a sua voz quebrar ao meio da frase, ele parece tão assustado quanto eu. 

"Noah, vá agora, ou será castigado!" o homem grita e eu tapo os meus ouvidos rapidamente, não tenho coragem para pronunciar nenhuma palavra, nem pedir para que o meu irmão vá, eu simplesmente me encolho e tento pensar em alguma coisa boa.

"Não" Noah sussurra para o homem que eu considero como pai. Em um ato rápido o homem controlador bate no rosto de seu filho com extrema força e o faz cair no chão com o impacto. Eu encaro os dois assustada e o meu corpo congela, ele irá me bater, ele irá fazer alguma coisa má comigo.

Noah tem a sua mão pressionada contra a sua bochecha e posso ver uma fina lágrima cair de seu olho, ele se arrasta até perto da porta e fica ali, o homem começa a chegar mais perto dele e eu me levanto tremula.

"Não bata nele, por favor" eu imploro com a voz entre-cortada e o homem me olha.

"Finalmente, a quantos anos eu não ouço a tua bela voz" meu pai sorri e se aproxima de mim.

"Noah, vá" eu peço. Posso sentir um nó na minha garganta a cada passo que o homem dá na minha direção, ele parece satisfeito com o meu pedido e sorri com isso.

"Ouça a sua irmã, Noah, ou se não lhe farei mal novamente" ele ameaça e eu assinto para Noah, ele assente e abre a porta, ele se levanta rapidamente e me lança um olhar de pena. Eu não o julgo, eu não quero que ele sofra por mim, ele já sofreu o bastante me defendendo quando pequeno, mas eu não quero que ele faça mais isso, ou o meu castigo será pior. 

A porta se fecha lentamente e Noah desapareceu, encaro o homem e a minha visão fica desfocada, as lágrimas estão presas em meus olhos e eu não as deixo cair, sempre que eu choro ele faz algo pior. Eu passo a mão pelo o meu nariz e deixo um suspiro tremulo, tento engolir a bile que sobe pela a minha garganta e dou passos para trás até chocar contra o piano e tocar algumas notas. 

"Minha filha a quanto tempo" ele diz de maneira calma e ele tira o seu cinto, ouço ele bater contra o chão fazendo eco pela a sala, o homem se agacha e pega o mesmo do chão, ele brinca um pouco com a fivela do cinto e bate contra a sua mão, de maneira a testar. "A sua mãe saiu rapidamente, eu pedi que ela saísse para comprar algumas coisas, então nós temos tempo" ele passa a mão pelo os meus cabelos loiros e os puxa para baixo me fazendo gritar de susto, ou talvez dor. 

"Não" eu sussurro e deixo as lágrimas caírem, eu sinto o pânico se alastrar pelo o meu corpo e eu tento me encolher mas isso não é possível, o homem dá um tapa na minha bochecha duas vezes seguidas e aproxima o meu rosto perto do seu peito. 

"Não chore, princesinha" ele faz uma pequena carícia no meu cabelo e eu me pergunto que tipo de maluco ele é, ou se ele é algum sociopata. 

Ele puxa o meu braço e me faz ficar em pé, ele vira o meu corpo e coloca a mão na minha cintura, ele empurra a minha cabeça sobre as teclas do piano e as notas soam graves, a minha cabeça começa a latejar e eu grito de dor, eu começo a chorar mais desesperadamente e ele me joga contra o chão. Começo a me arrastar até perto da parede mas ele me puxa pelo o pé, ele me coloca de bruços no chão e coloca um pé sobre as minhas costas, sinto a sua cinta bater contra as minhas coxas e meu glúteo. 

Ele exercesse mais força no cinto e bate no meu braço, o meu corpo está dolorido e provavelmente roxo do cinto, não sinto mais as minhas coxas, eu não tenho mais controle do meu choro, toda a minha dignidade é tirada do meu corpo e jogada no lixo, eu não sinto mais nada, eu só sinto que eu poderia morrer agora, enquanto ele me bate com toda a força que ele tem.

"Olhe aqui!" ele grita enquanto agarra os meus cabelos, ele me vira de frente para ele e pega em minhas bochechas, as suas curtas unhas se cravam na minha pele sensível e eu respiro lentamente, sentindo o ar faltar nos meus pulmões "A próxima vez que você ficar sem falar comigo, ou fazer que eu bata na sua mãe por sua culpa, eu irei abusar de você, sem culpa, e com total vontade" ele me encara e posso ver raiva dentro dos seus olhos. 

O meu corpo começa a tremer violentamente e eu assinto, ele se aproxima mais do meus rosto e beija os meus lábios, ele morde o meu lábio e sinto um pouco de sangue, o bile sobe mais pela a minha garganta e eu sinto vontade de vomitar, sinto nojo de mim, me sinto indefesa, me sinto inútil. 

"Está avisada" ele fala enquanto me joga contra o chão com força, eu bato com a minha cabeça sobre o piso frio da sala de piano e ele se levanta, pega no seu cinto e saí da sala caminhando normalmente, eu me encolho e começo a chorar, eu choro como se eu dependesse disso, eu grito e começo a passar a mão sobre os meus lábios, eu tento me livrar do nojo que eu sinto de mim, eu tento se livrar de mim mesma. 

Eu encolho as minhas pernas e sinto o meu corpo latejar, a minha cabeça doí e eu não sei por quanto tempo eu irei aguentar, eu não sei o que fazer, eu me sinto um nada, eu me sinto indefesa, me sinto completamente perdida, e eu tento me perguntar aonde foi que eu errei, aonde tudo isso começou e como eu ainda estou viva. 

O ser humano é tão cruel, ele não tem amor, ele sente tanto ódio dele mesmo que precisa atacar os outros para se livrar de si mesmo, ele está tão perdido que não sabe o que faz, ele se esconde tanto dentro dele mesmo que acaba sendo afogado, ele se perde em si mesmo, ele caí tão fundo em um abismo que não consegue mais sair, então ele simplesmente se desliga do amor e fica com ódio, ele alimenta tanto isso, que acaba cometendo loucuras, ele acaba perdendo a sua sanidade e tirando a sanidade dos outros. 

"Arabella" eu ouço alguém me chamar e eu não tento reconhecer a voz, eu não tento nada, eu apenas fico ali, parada tentando me afundar, me perder, me desintegrar e nunca mais voltar. 

"Vá" eu sussurro e os passos se aproximam, eu começo a me afastar desesperadamente mas a pessoa me segura pelo o braço e me faz virar. 

"Você pode me odiar, mas eu não vou te deixar agora" eu respiro profundamente e quando eu o encaro tudo para, eu só consigo ouvir o meu coração batendo. A batida do meu coração me desperta, e eu sinto que tenho mais uma chance de viver, mesmo não querendo o fazer.

"Zayn" eu falo seu nome desesperadamente e o encaro, eu espero que ele entenda o meu olhar, porque eu estou pedindo socorro e salvação de mim mesma. 

XX

EU CHOREI, VOCÊ CHOROU, TODO MUNDO CHOROU! Sim, eu vou explicar porque o Zayn está ai, aonde está o James, aonde está o Noah, eu VOU EXPLICAR TUDO, SE ACALMEM! Essa é a tal realidade de muitas pessoas que sofrem agressão dos pais, é horrível imaginar que um ser humano seja capaz de fazer isso, mas está é a pura realidade da vida, o seu humano é tão sádico que gosta de criar o seu próprio cenário e brincar com os seus fantoches, e isso é péssima, me desculpem colocar a realidade de muitas pessoas escritas, mas eu espero que as pessoas ajudem pessoas assim, porque eu nunca gostaria de conhecer uma pessoa que sofre isso, se não eu choraria muito, ou seja, ajudem pessoas assim, nunca maltratem os outros ou sejam violentos, todos temos nosso próprio inferno particular, nunca julguem ninguém! Eu espero que vocês nunca façam isso, é uma coisa péssima.

Obrigada pelo os quase 800K de lidos, eu nem sei o que falar, vocês são as melhores pessoas do mundo! Obrigada por tudo.

Ps. alguém ai mora em Santa Catarina, eu estou indo para aí dia 24 desse mês! Vou ficar em Balneário Camboriú <3.

love all, agah.

arabella [zm]Where stories live. Discover now