Capítulo Quarenta e Quatro

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*ansiosos? Pois faltam poucos capítulos para acabar :/. Mas calma! O segundo livro já está sendo escrito! Hahahahaha! Bom, nós não estamos no final, mas já passamos da metade. Aproveitem o capítulo!*

Acabamos de voltar de lá fora. Os suprimentos estão muito difícil de se encontrar. Chegou a um estado crítico. O shopping amanhã é a nossa última esperança. E eu vou ir.

Pedi para que Harry fosse no meu apartamento junto com minha irmã. Preciso falar com eles.

Eu só me meto em encrenca, eu sei. Mas tenho que ir para o shopping amanhã. Eu preciso ver o primeiro dia de Niall e além disso, quero ver se encontramos mesmo algo.

Demi já sabe disso e acha uma loucura. Ela acha melhor eu ficar aqui.

Quando ouço alguém bater na porta, me apresso a abri-la. Então sou recebida com um abraço. Bia me aperta com força. Parece até que está me prendendo.

— Claire, eu estava tão preocupada! — diz ela. — Você quase morreu lá fora! Eu falei que não queria que você fizesse isso!

Ela me aperta com mais força. Não preciso nem olhar para sua cara pra saber que está chorando. Eu a aperto, fechando os olhos. Ela deveria estar mesmo preocupada. Todos estão.

— Está tudo bem — digo. — Eu estou aqui...

Abro os olhos e vejo Harry e Niall parados na porta. Niall deveria ter terminado o seu teste já. Será que passou?

Bia me solta lentamente, como se não quisesse me soltar.

— Passou? — pergunto a Niall.

Ele balança a cabeça, afirmando. Dou um sorriso e ele retribui. Isso significa que ele vai mesmo para o shopping. Apago o meu sorriso e olho para Harry.

— Levei uma infração. Já é minha segunda. — Digo.

— O quê? — pergunta Harry, avançando junto com Niall e fechando a porta atrás de si.

Olho para trás e vejo Demi e Bia me olhando atentamente.

— E não posso mais ir para o shopping amanhã — termino a explicação. — Fui proibida.

Demi anda até o meu lado. Ela parece bem séria.

— E vocês acham que ela não vai para o shopping? — diz Demi. — Já disse que é loucura ela ir, mas ela não me ouve.

Harry franze a testa. Ele se aproxima mais.

— O quê? Não pode ir! — fala ele. — Já levou duas infrações, mais uma e tá fora daqui!

Bia segura meu braço esquerdo com força.

— Não pode ir! — fala. — Você é a única família que me restou, não quero que você seja pega!

Eu a encaro. Seus olhos me fazem lembrar muito nossa mãe. Vê-los cheios de lágrimas não é uma boa vista.

— Eles nem vão me reconhecer! — digo. — Vão juntar todos os Sinistros, um a mais ali é impossível de ser notado!

Eles me encaram, ainda acham que não é uma boa ideia eu ir. Talvez eles estejam certos. E se ao invés de ajudar, eu atrapalhar?

Talvez não seja para eu ir mesmo. Talvez o melhor seja eu ficar aqui.

— Claire, Zayn já deve ter avisado a todos os Chefes Sinistros que você está proibida de ir. — Diz Harry. — Vai ser impossível não ser notada.

Então, um pensamento me para. Um pensamento que me impede de querer ir. Adam. Quando fui convidada a ir para aquele jogo eu não imaginaria que o carro quebraria e aconteceria tudo aquilo na volta. Acabou com a morte de Adam. E se isso se repetir comigo lá? E se eu for a culpada de mais uma morte?

Eu não estou nem aí se vão ou não me reconhecer. Estou pensando nos outros. Eu vou atrapalhar lá.

— Vocês tem razão. É melhor eu não ir...

Eles parecem mais relaxados.

***

Acordei com Demi se arrumando. Ela não sabe se arrumar em silêncio. Como não consigo dormir de novo, eu me levantei e fui para a sala. Eu não tomava café da manhã desde que entrei para os Sinistros e como hoje não ia, achei melhor ir quando o refeitório abrir.

Observo pela janela as pessoas de preto saindo dos prédios e tomando todo o espaço do térreo.

— Estou indo. — Diz Demi atrás de mim.

Eu a vejo parada na frente da porta, me encarando.

— Okay — digo.

Então, volto a olhar para a multidão lá embaixo. Ouço a porta bater. Meu reflexo no vidro cria vida própria no mesmo instante.

Não levo um susto, mas me pegou desprevenida. Ela de novo.

— Você vai mesmo ficar ai? Parada? — diz ela.

A ignoro. É coisa da sua cabeça. Logo ela vai embora.

— Covarde! Vai deixar seu melhor amigo sozinho? — ela fala. — É o primeiro dia dele e ele irá para uma missão nada fácil. Seja franca, olhe para ele, acha mesmo que ele vai conseguir?

Eu procuro Niall e não é tão difícil encontrar um topete loiro no meio da multidão. Ele parece bem nervoso. Deixa cair sua arma e quando vai pegar, deixa um pente de pistola cair de seu cinto.

Ele não está preparado.

Pela primeira vez, essa coisa tem razão. Não posso deixar Niall sozinho. Tenho que ajudá-lo.

Corro para o meu quarto e visto meu uniforme rapidamente. Pego um arco e a aljava. Só.

Corro para as escadas e as desço. Assim que chego no térreo, me misturo no meio dos milhares de Sinistros que estão aqui.

É a junção de todos os prédios. Isso tudo está uma loucura. Incrivelmente lotado. Não imaginava tudo isso de Sinistros.

Vozes misturadas por todas as partes. Não consigo ouvir nenhuma palavra de nenhuma voz. Tento ficar por aqui até a hora de sairmos.

Queria saber onde estão os Chefes Sinistros. Eu tento olhar por cima das pessoas, mas só vejo ombros e cabeças. Eu sou pequena demais. Ou esse povo que é alto.

De repente uma voz, transmitida por um megafone - eu acho.

— Atenção, atenção! — as pessoas vão diminuindo o som da conversa, até não sobrar mais conversa. — Carros estão esperando vocês do lado de fora. Assim que saírem, verão uma enorme quantidade de carros. Entrem naqueles que estiverem mais vazios. Nós iremos ter uma viagem longa, pois o shopping mais seguro para ir fica muito longe daqui. Os outros shopping estão tomados por zumbis ou as ruas estão bloqueados com carros parados ou infestados de zumbis. Estão prontos? Então soltem o grito mais alto que tiverem, pois vamos precisar de muita sorte.

E então, meus tímpanos são estourados com os gritos que as pessoas soltam. Esse foi o maior Grito Sinistro que eu já ouvi. Devemos ter acordado todos do condomínio.

Para dar sorte, eu grito também.

SinistraWhere stories live. Discover now