Capítulo Trinta e Três

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Notas do Autor

Desculpem a demora, gente! Arrumei um erro que só percebi agora: o tamanho do monstro. Se ele fosse da altura de quatro andares, seria maior que o andar dela. Coloquei dois andares, ainda sim é bem grande.
Eu analisei: ela estava no último, no sétimo, então desceu pelo duto para o sexto, foi para o elevador e desceu para o quinto, então o chão quebrou e ela foi para o quarto e finalmente o ultimo tremor, e o peso das pedras em cima dela mais seu corpo, fez com que o chão se transformasse em uma rampa e ela rolou para o terceiro andar.

Capítulo 33 - Trinta e três

O olhar do horroroso monstro me apavora. Isso me faz levantar em um pulo. Guardo o Celfato no meu cinto, ao lado do soro. Corro para o lado oposto da janela, voltando a subir o chão que virou rampa. Corro com a maior velocidade possível. Ouço um barulho horrível e uma grande quantidade de concreto cai atrás de mim. A poeira atinge minhas costas. Passo por um outro corredor e me assusto com o pulo de um zumbi para cima de mim. Eu e ele atravessamos um buraco na parede. O zumbi cai com o corpo em cima de mim. Ele tenta me morder, mas eu o empurro para o lado, sem ver que acabei o jogando para dentro de um buraco no chão. Uma rachadura se estende do buraco e vai aumentando cada vez mais.

Levanto-me antes que esse buraco se expanda e me leve junto para o andar debaixo. Atravesso uma porta e volto para o corredor. Sigo em frente, mas um tremor é tão forte, que me faz desequilibrar. Apoio-me na parede com a mão direita. Eu devo ter deixado cair várias flechas no caminho. O chão a minha frente deixa de ser chão para virar outra rampa. Eu pulo nela e escorrego para baixo, junto com milhares de pedaços de concreto e com a poeira no ar.

Meus pés alcançam o chão e eu continuo correndo. Não sei o que está acontecendo. Não sei onde estão os outros. Não sei o que fazer além de correr.

Meus pés estão doendo mais do que da outra vez que andamos muito para voltar para o prédio. O prédio treme mais uma vez, dessa vez derrubando uma grande parte do teto na minha frente. O caminho é bloqueado pelo concreto quebrado. Viro-me para outro corredor. Então, vejo uma porta. A porta dá para as escadas. Vejo uma menina, Sinistra. Ela está sendo atacada por um zumbi. Seu pescoço sangra muito e ela nem consegue correr. A garota aparece das escadas, já com o zumbi a segurando fortemente. Pego minha pistola, mas já é tarde demais. Ela cai no chão e o zumbi sobe em cima dela e a devora. Passo por eles. Um sentimento de culpa me atinge. Eu não poderia ter feito nada...

As escadas. Finalmente cheguei a elas. Tenho que sair daqui. Mas antes tenho que encontrar Harry e os outros.

Os tremores fazem com que os corrimões de metais e mais pedaços de ferro enferrujado da escada caiam para todos os lados. Entro no segundo andar. Eles devem estar aqui. Os barulhos de tiros estão mais altos aqui.

Os corredores estão completamente destruídos. Vejo alguns Sinistros. No meio deles, o Chefe Sinistro. Corro para ele, que está ajudando um Sinistro a andar, com o braço entrelaçado ao seu ombro. Quando chego perto, reconheço Dylan. Meu coração dispara.

— Oh meu Deus! — digo, colocando a mão no rosto dele. — Você está bem, Dylan? O que aconteceu?

— Ele vai ficar bem. — Diz o Chefe. — O que está fazendo aqui? A maioria já está nos carros!

Alívio-me um pouco ao saber que nem todos morreram.

— Onde está Harry? — pergunto.

— Deve estar lá também — ele diz. — Vamos!

Por mais que queira acreditar nisso, eu tenho que ter certeza. Olho ao redor. Não consigo ver nada, pois estamos num corredor e uma das saídas ainda está bloqueada por milhares de pedras. Fumaça de chamas e a poeira no ar também atrapalham minha visão. Então, lembro-me de quando usei minha visão para enxergar através das paredes.

Forço os olhos. Ignoro a dor que sinto. Vejo alguns corpos deitados. Então eu encontro um de pé. Ele está correndo junto a outro corpo. Não são zumbis. Os corações estão batendo. Consigo ver isso. Então, eu vejo mais dois corpos correndo atrás deles. Esses dois são zumbis. Os corações não batem e seus corpos são frios. Vejo uma das pessoas retirar uma faca do bolso e arremessá-la em um dos zumbis. A faca atinge a cabeça de um dos zumbis. O monstro cai morto e o outro acaba caindo por tropeçar no corpo dele. A pessoa que jogou a faca corre para o zumbi no chão e enfia outra faca em sua cabeça. Parece que é fã de facas.

Harry.

— Esperem-me no carro — falo.

Então, saio de perto e sigo o caminho para esses corpos. Ignoro os chamados do Chefe. Entro em um corredor, que a única saída é subir uma das rampas que antes eram chão. Eu subo. Os andares estão cheios de buracos e rampas. Vai ser fácil ir para o outro andar. Continuo seguindo o caminho. Os tremores continuam. O prédio está balançando muito.

Quando vou forçar a visão para procurar Harry novamente, sinto um tremor. O chão que eu estou se quebra, construindo mais uma rampa para o andar debaixo. Eu rolo para o andar de baixo. Os deficientes não vão ter mais o que reclamar desse hospital, agora tem rampas suficientes para todos os deficientes do mundo. E eu provavelmente vou virar um deles hoje mesmo.

Ouço vozes. E quando percebo, estou sendo levantada por alguém. Então, quando abro os olhos, vejo a cara de Justin. Ele parece preocupado e fala alguma coisa. Não presto atenção. Só olho para o lado. Então, percebo que meu braço direito está entrelaçado no pescoço de Harry e que eu estou me apoiando nele. Um alívio percorre meu corpo ao vê-lo.

— Você está bem? — pergunta ele.

Não respondo de primeira. Olho para o outro lado. A parede aqui era para ser substituída por janelas. Mas parece que todas quebraram.

— Estou... — digo. — Precisamos sair daqui. Já estou com o remédio. Vamos embora. Me sigam.

Pretendo voltar pelo mesmo caminho que peguei. Temos que sair daqui rápido, antes que o monstro volte.

Solto-me de Harry e corro para a rampa que eu caí. Espero eles dois subirem. Justin quase cai ao subir, mas eu agarro sua mão. Eu o ajudo a subir. Assim que nós três já estamos no outro andar. Um rugido enorme. Olho para trás e vejo a janela do andar que acabamos de sair. O monstro.

Ele urra. Então enfia a sua mão dentro do prédio. Um tremor imenso ocorre. Várias paredes caem ao meu redor. Poeira nos engole por inteiro. Eu enxergo extremamente mal no meio das nuvens e da destruição. Eu perco o equilíbrio e caio no chão. Várias flechas caem para todos os lados. E então, o Celfato caí do meu cinto. Eu o vejo voar para a rampa. Ele começa a escorregar para o outro andar com algumas flechas.

— NÃO! — grito.

Pulo na rampa e escorrego com meus pés apontados para frente. Pego a caixa do Celfato. Nesse ponto, eu tenho a ideia mais estúpida que alguém poderia ter na vida. Isso que vou fazer agora é pedir para morrer. Meu coração já está completamente disparado. Vamos lá, Claire. Você consegue...

Jogo o Celfato para Harry, que com os seus reflexos acaba pegando. Eu agarro uma das flechas que estão rolando na rampa e meu arco. Piso forte no chão e corro em direção à janela. O rosto do monstro é muito feio. Parece que foi queimado e está derretido. É algo muito nojento.

Pulo para fora do prédio. Agora não tem mais volta. Caramba... Devia ter pensado nisso melhor. Eu com certeza vou morrer. Essa cena para meu coração. Estou no ar a alguns centímetros da cabeça enorme do monstro. Eu puxo a flecha no arco. Então, atiro. A flecha atinge sua testa e fica presa nela. Meu corpo bate no nariz do monstro. Seguro-me pela flecha cravada em sua testa gosmenta e nojenta. Retiro minha pistola do coldre e atiro repetidas vezes contra sua cabeça.

O monstro começa a cair para trás. Eu me seguro firmemente na flecha. Sinto o vento contra mim. Minhas roupas e meu cabelo parecem que querem sair de mim. Estamos cada vez mais perto do chão. Solto o maior grito da minha vida.

Eu vou morrer. Vou morrer.

Então, o monstro atinge o chão, fazendo uma gosma cinza voar para todas as partes.

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