Capítulo Trinta

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Meus pensamentos são os mesmos: Clarissa. Eu não faço ideia do que seja aquilo que ela pegou. São mais perguntas que entram na minha cabeça. Como ela sabia o lugar exato de onde estaria aquele frasco? O que era aquilo?

Minha cabeça está lotada de perguntas. Elas me dão dor de cabeça. Cada pergunta me atormenta a cada instante. Cada vez uma diferente. Quando uma é respondida, mais três entram no lugar dela.

Volto para aquele lugar sem parede em que todos estão. James, Dan, Richard e a mulher com a criança estão todos juntos conversando. Eu me junto a eles.

— ... e você vai bater com isso no corrimão — diz Richard, mostrando um pedaço de cano que deve ter pego no chão para Dan.

— Explicou o nosso plano? — pergunto.
Todos me olham. Até a criança nos braços da mulher. Dan parece desconfortável com a minha chegada.

— Sim, está tudo combinado. Merry — imagino que seja o nome da mulher com a criança. — ... vai ficar com um walkie talkie vendo pelas câmeras e falando comigo, com você, com Lena e com James. Dan vai bater várias vezes no corrimão lá nas escadas, o que vai atrair os zumbis para cá enquanto nós subimos. O que acha?

Acho que o plano ficou muito bom. Graças a Deus Dan não vai conosco. Ele não parece ter gostado do plano, mas para evitar outra briga está calado.

— Está ótimo! — respondo finalmente. — Quando começamos?

***

Richard, Lena, eu e James caminhamos apressadamente para o elevador. Meu corpo está tenso e meu coração batendo forte. Isso vai ser muito difícil. Então, lembro-me da ameaça de Zayn a Demi. Fico com um frio na barriga.

Tento espantar essa lembrança.

— Como a Merry levou um tiro de raspão? — pergunto para Lena.

— Um erro — responde ela. — Dan ia atirar em um zumbi e a bala raspou nela.

— E aquela criança? — pergunta James.

Ele tirou as palavras da minha boca.

Como uma criança sobreviveu a tudo isso? Como ele ainda sobrevive após a mãe ter levado um tiro de raspão?

— O pequeno Michael é o filho dela — diz Richard, se juntando a conversa. — Ele sempre está com a mãe. Na hora que ela levou o tiro, ele estava no colo dela. Foi um desastre. Ela caiu, mas conseguiu virar de costas para amortecer a queda de Michael. E onde estávamos estava cheio de zumbis. Foi horrível...

Parece que eles precisam mesmo de ajuda. Acho que eles são como nômades. Vão de lugar à lugar a cada dia. Nenhum lugar é seguro o suficiente para eles.

Nós paramos na frente de uma porta dupla de metal. O elevador.

— Chegamos — diz Lena para o walkie talkie.

— Ok, vou mandar o sinal para Dan — diz Merry do outro lado do walk talk.

Dan está na escada, olhando para a única câmera que tem lá. A única coisa que Merry precisa fazer é movimentar a câmera pelos botões daquele teclado maluco. Então um som de metal batendo em metal começa de longe. Dan deve ter começado à bater no corrimão.

Temos que esperar Merry falar para nós subirmos. Enquanto isso, eu e Richard abrimos a porta do elevador, que cai assim que conseguimos.
Revelamos algumas cordas e um buraco bem fundo. Acho que o elevador deve estar caído.

SinistraWhere stories live. Discover now