Capítulo Quinze

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Já estamos indo embora. Estou com a minha cabeça colada no vidro, enquanto Ariana dorme no banco da frente. Ela não queria entrar no carro de jeito nenhum, tivemos que dar remédio para ela dormir para a colocarmos aqui.

Para sair daquele pequeno laboratório foi pior. Enquanto eu tentava subir na cadeira, para pular no buraco, ela ficava me empurrando. Caí três vezes antes de sair de lá. E para ela subir...

Tive que chamar duas pessoas pelo fone para me ajudar. Eles desceram no laboratório para ver o que tinha, mas eu tinha pego o papel que falava da planta. Não contei a ninguém sobre a planta, então ninguém sabe o motivo de Ariana estar drogada.

Está escurecendo. Ainda dá para ver o sol e o céu está alaranjado. Estou no mesmo carro e com a mesmas pessoas que antes.

Harry está praticamente dormindo do meu lado também. E eu não lembro o nome da pessoa ao lado dele. Acho que é alguma coisa que começa com a letra A. Alan... Arthur...

— Adam — diz Justin e eu me assusto. — Olha ai atrás e vê se os outros carros estão nos seguindo.

Então, Adam vira a cabeça. Por curiosidade, eu também viro. Não tem nenhum carro nos seguindo.

— Não — responde ele.

— Droga, eles pegaram o outro caminho de novo... — diz Justin.

— Outro caminho? — pergunto.

Assusto-me ao saber que só nós pegamos esse caminho. Se acontecer alguma coisa com a gente, ninguém poderá nos ajudar além de nós mesmos.

Justin se vira para mim.

— É um caminho bem mais rápido — vejo Ariana começar a acordar ao seu lado. — Eles falam que não é seguro, mas eu sempre venho por aqui e nunca aconteceu na...

— CUIDADO! — grita Ariana.

Justin se vira rapidamente e dá uma freada brusca. Mas não adianta. A frente do carro se choca contra a parte de baixo de um caminhão tombado que bloqueia a rua inteira.

O impacto me faz bater a cabeça contra o banco da frente, mas quase não sinto nada. Harry quase caiu do banco e Adam bateu a cabeça contra o vidro. Ariana e Justin foram os únicos que pareciam não ter acontecido nada.

— Estão todos bem? — pergunta Justin.

Todos respondem que sim. Adam está com a mão na cabeça. Deve ter feito um galo ali. Tenho certeza que não está sangrando.

— Está bem mesmo? — sussurra Harry para mim.

Balanço a cabeça, afirmando.

Justin tenta ligar o carro, mas não funciona. Ele sai do carro e tenta ver o capô do carro que parece estar emperrado. Ele tenta abrir e não consegue. Ao invés disso, começa a sair fumaça. Então, Justin revira os olhos e desiste.

— Saiam... Vamos ter que ir andando... — diz ele.

Nós o obedecemos.

— Estamos sem armas... — digo. — Vai ser perigoso irmos para o prédio andando!

— Não estamos desarmados — ele diz, indo para o banco traseiro do carro. Sem utilizar muita força, ele o abre, revelando várias armas. — Qual você quer?

Como não tem um arco, eu pego uma pistola e deixo um fuzil pendurado pela alça nas minhas costas. Harry pegou uma escopeta, Ariana uma pistola, Adam pegou as mesmas armas que eu e Justin está apenas com um fuzil.

Nós carregamos nossas armas e pegamos quantos pentes de munição que conseguimos levar. Peguei três pentes da pistola e apenas um do fuzil, por isso estou armada com a pistola.

Tem um pequeno espaço na calçada em que o caminhão não bloqueia. Mas é bem pequeno, então temos que passar em fila. Primeiro Justin, depois Harry, Adam, então eu e a Ari.

Assim que saio do pequeno beco que o caminhão formou, me assusto.

A rua está cheia de zumbis.

Eles parecem não nos notar. Estão um pouco longe de nós.

— Tem uma cafetaria ali... — sussurra Justin, apontando para algum lugar atrás de alguns zumbis. — Se nós passarmos pelos primeiros zumbis, conseguimos chegar nela. Eu sei que ela tem uma porta dos fundos que irá nos ajudar a escapar dos outros zumbis. Vamos.

Ele mira seu fuzil e começa a atirar nos zumbis mais perto de nós. Ergo a pistola e disparo nos zumbis também, andando atrás de Justin.

Todos erguem suas armas também e nos seguem.

Assim que os zumbis se despertam, começam a correr em nossa direção. Um deles está cada vez mais perto de Justin. Atiro nele, mas acabo acertando seu peito e ele parece nem sentir nada. Atiro outra vez e acerto seu braço. Então Justin atira e é certeiro em sua cabeça. O zumbi cai para trás, morto.

Entramos no meio dos monstros e eu consigo ver uma cafeteria, que provavelmente é a que ele falou. Ela não está muito longe, então tenho certeza que vamos conseguir.

Justin corre comigo na direção da cafeteria, mas ouço um grito atrás de mim. Viro-me e vejo Ariana ser puxada por um zumbi no chão. Ela cai, soltando sua arma. Ergo a minha e disparo. Meu tiro acerta a cabeça do zumbi. Ariana pega a arma e se levanta.

Ouço um disparo e sinto um líquido voar em meu rosto. Viro-me bem a tempo de ver um zumbi caindo do meu lado e Harry mirando para onde ele estava. Segunda vez que ele me salva de um zumbi.

Vejo Justin na entrada da cafetaria, nos chamando e disparando nos zumbis.

Nós corremos para ele enquanto ele nos dá cobertura. Assim que todos passamos, ele fecha a porta com tudo.

Então as janelas começam a se estraçalhar e os zumbis começam à entrar.

— Vamos! — diz Justin.

Passamos por mesas e cadeiras quebradas. Justin abre a porta da cozinha e passa. Então, eu entro bem atrás dele, mas sou atacada por um zumbi com uniforme branco e um avental de cozinha.

O zumbi tenta me morder, mas eu fico o afastando o tempo todo. Então, consigo o empurrar para longe de mim. Pego uma faca que acabei de ver em cima de um balcão e ataco o zumbi com ela. Cravo a faca contra seu cranio e quando ele cai no chão, continuo a correr atrás de Justin.

Eu o vejo abrindo uma porta e dando passagem para nós. Sou a primeira a passar. Entramos em um beco sem saída, tem apenas uma porta atrás de dois zumbis. Correndo para a porta, eu atiro nos dois zumbis e os meus tiros são certeiros na cabeça deles.

Abro a porta e dou passagem para os outros entrarem. Assim que todos passam, eu fecho a porta com tudo e a tranco com a chave que já estava na fechadura.

SinistraWhere stories live. Discover now