Capítulo Trinta e Dois

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Notas do Autor

Gente desculpa a demora, fiquei sem internet, semana de provas, etc... Espero que não se importem, mudei o nome dos cap

Capítulo 32

Vou atravessando os corredores junto com os outros. Estamos voltando para o elevador o mais rápido o possível. Richard já deve estar no andar debaixo. Temos que ir logo, antes que ele e sua família fujam com a única caixa de Celfato que tem nesse hospital.

O que será que aconteceu com Dan? Será que ele morreu mesmo?

Temos que nos apressar. Tento ignorar o fato de ter acabado de descobrir que existe alguém que se cura igual a mim. Mas não consigo. O pensamento de que James tem o mesmo problema que o meu vive voltando, de alguma forma, para a minha cabeça. Ele deve desconfiar que eu sei.

Meus pés começam a doer. Já nos deparamos com vários zumbis, mas sempre viramos para outro corredor, evitando-os. Nós não sabemos onde fica o elevador desse andar. Os corredores são bem diferentes que os de lá em cima ou de lá embaixo. Nem sabemos se estamos indo para o caminho certo. Só estamos prestando atenção se encontrarmos um elevador.

Viramos outro corredor e, por sorte, finalmente encontramos. Eu abro as portas duplas do elevador, sem precisar utilizar muita força.

— Vamos! — digo — Desçam!

Lena pula na corda e desce por ela. James pula logo depois. Então, eu pulo. Minha mão vai escorregando pela corda e meu corpo descendo. Minhas mãos ardem. Não demoramos muito para chegar no andar debaixo. Nós pulamos. Assim que meus pés alcançam o chão, sinto um tremor grande. A parede ao meu lado desaba, derrubando um pedaço do teto também. Uma enorme nuvem de poeira levanta no ar, cobrindo o corredor inteiro. Várias pedras bloqueiam o caminho do corredor ao lado agora.

— O que foi isso? — pergunto me referindo ao tremor.

— Boa pergunta — diz Lena.

Esse tremor significa alguma coisa. Só sei que não é algo bom. Será que foi alguma explosão? Será que vai haver outro tremor desse?

Nós continuamos a correr. Eles me seguem enquanto me dirijo a sala onde Merry disse que ia ficar. O walkie talkie está com Lena, mas tenho certeza de que não vai adiantar nada tentar falar com Merry. Ela não vai responder.

Assim que entramos em um corredor, nós vemos Richard no final dele. Merry segura Michael e corre para o outro corredor, mas Richard fica. Ele mira sua arma e atira. Empurro as pessoas para trás e me puxo junto. Ficamos atrás da parede que tínhamos ultrapassado. Não vi onde o tiro pegou, mas sei que não foi em nenhum de nós.

Pego meu arco.

Ajeito uma flecha nele e saio de trás da parede. Atiro a flecha sem mirar direito. A flecha atinge o bico de sua arma com força, o que o faz largar a arma. A flecha fica presa dentro da arma. Ele nem tenta pegá-la de novo, apenas foge. Corremos atrás deles. Eles ficam virando todas as curvas que veem, para tentar nos despistar. Isso quase dá certo várias vezes.

Quando entramos em um corredor grande, consigo ver ele e sua família fugindo. Eu ajeito outra flecha e antes que faça qualquer coisa, um disparo. Levo um susto. O tiro pega a parede, bem perto de Merry, o que faz todos pararem. Meu coração está disparado.

Olho para trás para ver quem atirou. Penso que foi Lena ou James, mas na verdade, vindo de outro corredor, Dan aparece. Está mancando, com uma das mãos no baço e parece estar saindo sangue de sua boca. Ele mira a arma para Richard.

— Isso mesmo — diz ele. — Fica parado bem aí.

Eu e os outros trocamos olhares. O que está acontecendo? O que ele pretende fazer? Agora tudo vai dificultar. Não sei de qual lado Dan está. Nem o que ele vai fazer com essa arma em sua mão. Só sei que é melhor ficar parada também.

— Pode ficar relaxada, Claire — ele diz, mas continuo atenta. — Não vou matar nenhum de vocês. Mas esse cara — ele aponta com a arma para Richard, agora com as duas mãos, o que deixa amostra uma mancha de sangue na sua camisa, que vem do seu baço. Ele parece bravo e com muita dor. — Ele fez esse plano para me matar. Merry me trancou nas escadas e eu quase fui devorado. Mas eu consegui arrombar a porta e sair a tempo, antes de ser servido de comida para zumbis!

Seguro com mais firmeza o arco e a flecha. Dan parece furioso. Ele está infectado. Tenho certeza que esses machucados são mordidas de zumbis. Daqui algumas horas, ele vai querer me devorar. Mas por enquanto, ele só quer devorar Richard. Dan começa a andar para frente e quando ele chega na minha frente, ele para.

Richard tentou nos matar. Ele roubou o Celfato. Ele não se importa com a gente. Mas ele ainda tem um família que se importa com ele e ele se importa com ela. Ele quer salvá-la. Por isso não posso deixar que Dan o mate.

— Seu desgraçado! — ele diz e começa a apertar o gatilho. — Se eu morrer, você vem junto!

— Não! — grito.

Pulo para cima dele e ouço o disparo. Não sei onde tiro acertou. Mas de repente o tremor acontece novamente e várias paredes caem. Não consigo ver nada. O chão que eu estava desaba e eu sinto as pedras caírem em cima de mim e uma dor forte no corpo inteiro. Sou engolida por uma enorme nuvem de poeira. Não consigo distinguir muita coisa. A dor é muito forte.

Tento olhar para frente, mas não consigo. A dor é forte. As pedras também não ajudam. Minha visão está muito embaçada. Não consigo ouvir nada. Minha visão está começando a se formar e meus pensamentos se embaralham. Consigo ver uma parede branca cheia de rachaduras, um chão que parece estar prestes a quebrar e dois corpos bem longe. Meus olhos se focam mais um pouco e eu consigo ver o imenso corredor que estou. Consigo distinguir mais ou menos os corpos. Um é de uma mulher e o outro...

De uma criança.

Merry.

O chão quebra e se transforma em uma rampa para o andar debaixo. Rolo junto com algumas pedras de concreto para baixo. Consigo ouvir tiros. Não sei o que está acontecendo. Minha visão está embaçada demais. Minha audição não está muito boa. Sinto a dor ficar pior. Ainda estou rolando. Só sei isso. Meu corpo bate no chão reto e rola por ele, levando um pedaço da nuvem de fumaça junto comigo. Sinto fazer vários cortes enquanto rolo. Eu me forço a parar. Meu corpo para na frente de uma janela que não tem mais vidro. Quase caio para fora do prédio.

Meu coração quase sai pela boca. Meus pulmões estão sem oxigênio nenhum. Puxo o máximo de ar possível. Vejo um imenso corte no meu braço, que está doendo muito. Parece estar feio. Mas em cinco segundos, o machucado some e a dor também. Estou muito tonta. Sinto uma vontade de vomitar. Mas seguro.

Levanto-me com muita dificuldade. Acabei de desabar de dois andares. Só esse pensamento já me deixa tonta.

Olho para fora do prédio e me surpreendo ao ver uma imensa criatura com a forma humana, mas de pele cinza. Nu, porém sem sexo. Ele tem o tamanho dos dois primeiros andares daqui. Sua mão está dentro do prédio, em um dos andares embaixo. Vejo seu braço mexer, derrubando várias paredes do andar debaixo, o que faz o prédio inteiro tremer.

O teto ao meu lado quebra e eu vejo algo rolar para a janela e a ultrapassar. Ouço um grito e então percebo que foi uma pessoa que rolou para fora. Corro para a janela e me agacho. Vejo Richard se segurando na borda da janela. Ele balança e parece utilizar muita força para conseguir ficar vivo.

Ofereço a minha mão. Com muita dificuldade, ele solta a sua mão direita da janela e agarra a minha mão. Então, sinto algo na minha mão. Ele me deu alguma coisa. E eu já sei o que é.

Celfato.

— Obrigado — ele grita para eu poder ouvir.

Então ele se solta.

— Não! — grito.

Mas não adianta. Seu corpo já está caindo. Está muito longe já. Ele cai em cima do braço do monstro. O que o faz olhar para cima. E me ver.

SinistraWhere stories live. Discover now