Capítulo Trinta e Nove

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Por sorte, não tem nenhum guarda por aqui. Precisamos acelerar o passo se quisermos voltar ainda com o sol exposto. É o primeiro dia de muitos que o céu está azul e o sol está clareando o dia. Estamos no inverno e é raro o sol aparecer.

— Vamos? — pergunto, esticando a mão para ajudar Harry a levantar.

Ele agarra a minha mão e se levanta. Pego a minha arma do meu cinto, que estava quase caindo já. Ele pega a sua arma também. De repente, ele tira uma faca do cinto e estende a mão para me entregar. Lembro-me que ele está me ensinando à jogar facas. Ele quer que eu treine em uma missão de verdade?

Pego a faca. Mas não guardo em meu cinto. Coloco no meu tênis de cano alto. Ele esconde a faca quando eu jogo a calça por cima.

— Por que colocou aí? — ele pergunta.

— Precaução.

Ao nosso lado, estão as duas portas da garagem. Estamos escondidos pelas paredes que descem até a garagem. Então subimos pelo caminho que os carros pegam par sair da garagem e entramos em uma rua. No final dela, vejo dois guardas conversando e andando na direção oposta na qual estamos.

Atravessamos a rua e andamos até um beco. Paramos na outra ponta dele. Olho para os dois lados da rua e me deparo com um guarda andando pela rua. Ele vai passar pelo beco. Eu paro Harry com o braço, que ia passar correndo. Balanço a cabeça num gesto negativo. Ele volta e corre para se esconder atrás de um contêiner de lixo. Eu me escondo com ele. Esperamos o guarda passar para continuarmos. Nós viramos em outra rua e seguimos o caminho para o armazém que temos que alcançar.

***

Não foi tão difícil sair do bairro. Nós já estamos chegando na rua que está o armazém. Não é muito longe do condomínio, então não demoramos quase nada e não encontramos nenhum zumbi no caminho. Vejo uma placa indicando a rua Indian. Só precisamos virar a no cruzamento que estaremos na rua. Assim que ultrapassamos a esquina e nos viramos para a rua, me surpreendo.

A rua está bloqueada por milhões de carros estacionados e empoeirados. Ônibus, caminhões, caminhonetes, carros normais... São muitos carros. Como tudo isso veio parar aqui? Será que foi aquele homem que colocou?

Ele foi esperto. Zumbis viriam isso e não entrariam nessa rua por causa dos carros bloqueando o chão para eles andarem. Então, não passam por aqui. Mas humanos passam por cima dos carros. Pois humanos são inteligentes.

— Que loucura — diz Harry.

Meu coração aperta de ansiedade. As respostas estão aqui nesta rua. só precisamos encontrá-las.

Coloco minhas mãos em um carro todo empoeirado e pulo para cima dele. Olho os outros carros. Temos que tomar cuidado, pois alguns carros tem alarmes. Os com alarmes tem uma luz piscando no canto esquerdo do para-brisa. Não podemos pisar em cima desses, ou o alarme irá disparar e zumbis irão vir correndo para cá. Isso é bem esperto também.

— Ele fez uma armadilha — digo, quando Harry sobe no carro que estou. — Zumbis não passariam aqui pois está bloqueado. E humanos precisam ir por cima. Mas tem alguns carros com alarmes e se pisarmos em algum, o alarme dispara e zumbis vêm para cima de nós. Ele fez isso para a LPB. É uma armadilha muito boa.

Harry sorri para mim e eu olho para ele sem entender o motivo do sorriso.

— E você é uma observadora muito boa — sorrio também. — Se fosse eu, teria andado por cima desses carros sem cuidado nenhum, milhares de alarmes iam se disparar e aqui seria o meu túmulo.

Meu sorriso expande um pouco. Então eu volto a olhar para frente e procuro o armazém. Não o encontro por aqui, alguns carros grandes atrapalham minha visão. Tenho que subir em um carro alto.

SinistraWhere stories live. Discover now