Capítulo 165

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HUGO NARRANDO...

Minha mãe estava bem finalmente, foi bem tenso a recuperação dela. Depois do aniversário do Samuel fomos pra casa da minha avó Deborah em Búzios. Minha mãe Pri não gostou nada da ideia, mas a gente estava feliz, animado. Eu, Mali, Minhas irmãs, a Duda e a amiga da Laura. Os dois primeiros dias foram sensacionais, fizemos churrasco, curtimos a piscina, ajudamos a vizinha que estava com problemas na energia. No terceiro dia as meninas levantaram mais cedo iam para a praia ali em frente e eu resolvi ficar. Logo ouvi os gritos delas e quando ia sair pra ver o que estava acontecendo um cara botou uma arma na minha cabeça. Eram 3 homens armados... Um deles eu reconheceria em qualquer lugar. Era o Marcos, o meu pai. Ele não mudou nada, ele parecia a mesma pessoa que me batia, que me xingava aos 5 anos. Sua aparência acabada, mais magra, suja. Seu olhar drogado era o mesmo. As meninas estavam no sofá chorando muito.

Eu: Calma... Fica calmo não precisa disso...

XX: Senta... – me jogou no outro sofá. Meu celular estava no meu bolso. Eles fechavam a casa eu o tirei do bolso e coloquei atrás da almofada. Estava no silencioso e sem vibrar.

XXX: Os telefones de vocês, onde estão?

Eu: Calma... Estão lá em cima... As meninas iam pra praia, elas não estavam com telefone. – eles amarraram as meninas.- O que vocês querem? A gente dá o que vocês quiserem, vocês vão embora, a gente não vai prestar queixa.

XX: Marcos, além dele qual delas é sua filha? – ele encarou a Helena e apontou a arma pra ela. Eu achei que ele ia atirar.

XXX: Ok, é o seguinte... O cofre dessa casa, onde fica? Fala... – me deu um soco.

Eu: Eu não sei. Essa casa é da minha avó, a gente está aqui de férias.

XX: Você bonitinha, onde é o cofre?

Helena: Eu não sei. Eu não sei se minha avó tem cofre aqui, eu juro que eu não sei. A gente quase não vem aqui. – ele amarrou um dos meus braços na poltrona e eles foram procurar. Nós ficamos sozinhos.

Mali: Eu estou com medo Hugo, se eles não acharem nada, eles vão matar a gente – chorava.

Eu: Mali, fica calma. Eles não vão encontrar cofre aqui, que a gente saiba não tem cofre aqui. Eles não vão nos matar. Se quiserem dinheiro vão ter que fazer contato com a mamãe. Não fala quem a mamãe é, não fala que ela é desembargadora. Qualquer coisa, qualquer informação que quiser trocar, fala inglês ok. – elas concordaram. Eles reviraram a casa toda por quase 3 horas e não acharam cofre. Eles começaram a discutir entre si.

XX: Você só pode está querendo morrer né Marcos? Você nos deve, 200 mil. Eu não saio daqui sem meus 200 mil.

Marcos: O carro deles, o carro deles vale muito, leva o carro.

XXX: E o que vamos fazer com um carro de bacana seu idiota? A gente não vai conseguir 200 mil num carro roubado não seu imbecil. A minha vontade é te meter uma bala aqui mesmo. – apontou a arma pra ele.

XX: Conta em banco... Vamos num caixa eletrônico.

XXX: Saque mínimo é de 5 mil. Acha que essas crianças tem isso na conta?

XX: Olha a casa que eles estão seu imbecil. Olha o carro deles lá fora – deu uma coronhada no parceiro. Minha esperança era que tudo saísse do controle e eles começassem a brigar e esquecessem da gente. – E 5 mil de cada não é nada.

XXX: Esse vaso aqui é de valor?

Eu: Não sei.

XXX: Você é rico, sabe o que é e o que não é de valor.

Eu: Eu sou rico, mas não entendo de arte.

XX: Essa prataria aqui, é de valor?

Helena: Sim... É sim... É da Itália. Deve valer uns 40 mil.

XXX: Muito bem gatinha. Está vendo só... Colabora com a gente que a gente vai embora mata o Marcos e vocês continuam as férias de vocês e nunca mais vê a gente. – foram na cozinha pegaram saco de lixo e começaram a pegar a prataria da vovó.

XX: Esse quadro?

Helena: Réplica. Não vale nada. – eles ficaram ali o dia e a noite toda. Fizeram a Laura ligar numa pizzaria e pedir pizza. A gente comeu, estávamos com fome. A Laura começou a passar mal. – Não, não, não... Laura...

Marcos: O que ela tem?

Eu: Ela precisa tomar os remédios dela.

XX: Porque ela está parada assim?

Eu: Isso é uma convulsão silenciosa, ela tem crises de ausência, é uma doença neurológica, ela precisa tomar os remédios dela.

XXX: Onde estão os remédios da garota?

Camila: Estão na cômoda do quarto. Terceira porta a direita. – um deles foi lá e pegou.

XX: É esse?

XXX: Você é burro? Não sabe o que é dipirona não? Isso é dipirona sua mula. Deixa que eu vou buscar. – ele foi buscar. – Isso?

Helena: É... – pegou um copo de água e deu a Helena e ela Helena deu a ela. – Laura, está tudo bem ok? Está tudo bem. – ela deitou no sofá como podia.

Eu: Ela vai passar mal de novo, ela está a horas sem se alimentar direito, sem descansar, e sob pressão. Ela vai parar de novo e vai ser pior.

XX: Está falando isso para soltá-la.

Eu: Estou falando isso porque eu conheço a minha irmã. Ela tem 14 anos, ela tem isso desde pequena.

XX: Olha garoto, a gente não quer matar ninguém aqui... Queremos o dinheiro que o seu papaizinho prometeu que ia nos pagar. Viemos buscar, porque ele disse que vocês foram adotados por duas mulheres granfinas, cheias da grana. A gente pega o que puder e vai embora. Vocês nunca mais vão nos ver. Agora cala a sua boca. – a gente passou a madrugada toda ali. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEWhere stories live. Discover now