Capítulo 53

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A Nat veio deitar e ficamos conversando sobre nossos filhos, sobre o namoro do Hugo que vai dançar com certeza, ele é muito tranquilo pra namorar uma pessoa tão paranoica como a Melissa ele claramente estava se sentindo muito preso. A Natalie gostava dela, e ela não era uma pessoa ruim, mas ela era muito possessiva e isso era potencialmente problemático. Falamos da Helena gostar de meninas e a Natalie ficou bem surpresa.

Nat: Amor... Mas será? – me encarou.

Eu: Amor tá na cara. Ela falando da menina e os olhos brilhando. Ela está super apaixonadinha pela menina, ela está feliz. Fiquei surpresa, mas ela está feliz.

Nat: Ah amor, eu não estou preparada... – fez bico.

Eu: Ah Natalie, por favor né.

Nat: O Hugo é menino, a Helena ainda é minha garotinha.

Eu: Amor... Ela já é uma adolescente e linda. Uma hora ia acontecer.

Nat: Ela já pode engravidar...

Eu: Quando foi que eu te engravidei e que você me engravidou sem ser numa sala esterilizada com um medico colocando o ovulo fertilizado na gente Natalie?

Nat: É verdade. – rimos.

Eu: Agora essa do Samuel... – suspirei.

Nat: Será que tem a ver com o hiperfoco dele?

Eu: Acho. Ele anda muito focado em uma coisa só, ele parou de aprontar de repente, ele está mais tranquilo e as vezes ele fica muito nervoso e se acalma quando foca no que ele gosta de novo.

Nat: O que está pensando?

Eu: A psicopedagoga falou sobre transtorno de desenvolvimento. Ele é super inteligente, e na lição de casa ele aprende quando a gente explica usando planetas, foguetes... Eu pensei em algo dentro o espectro autismo.

Nat: Será?

Eu: Vamos ver o que ela fala amanhã. – suspirei.

Nat: Amor?

Eu: Hum?

Nat: Estou sem sono, por mais cansada que eu esteja hoje, eu estou sem sono.

Eu: E que tal a gente aproveitar isso de uma maneira bem gostosinha hein? – a puxei para mais perto de mim e a beijei.

Nat: E que maneira bem gostosinha seria essa hein? – me deu um selinho.

Eu: Assim... – beijei o pescoço dela, a boca, o nariz. Desci a mão para o meio das pernas dela arrancando um gemido.

Nat: Hum... Que delicia... Eu gosto disso... – fizemos amor bem gostoso aquela noite, sem interrupções. Minha esposa é perfeita, e a cada dia que passa fico mais admirado pela mulher linda e maravilhosa que ela é. Nossa manhã aconteceu normalmente e após o almoço nos encontramos na porta da escola do Samuel. Fomos recebidas pela psicopedagoga e pela diretora da escola.
Elisa: Obrigada por terem vindo tão rápido. Sei que a agenda de vocês é corrida.

Eu: Imagina, é nosso filho, a gente daria um jeito. Íamos vir pela manhã, mas eu tinha audiência e a Natalie tinha reunião. Mas ficamos preocupadas, o Samuel está com dificuldades? – ela começou a nos explicar tudo sobre ele. Ela disse que numa analise diária o Samuel apresenta transtorno global de desenvolvimento, que no caso dele tem afetado a comunicação e o comportamento social dele. Nos falou do hiperfoco que ele tem sobre foguetes, que ele começou a questionar em sala de aula porque não pode fazer as atividades sobre planetas e foguetes. Ficamos muito surpresas com isso.

Elisa: Olha só... Demos duas atividades pra ele. Uma igual ao da sala de aula, com laranjas, maçãs e morangos. – colocou na nossa frente – Como podem ver ele não entendeu muito bem a atividade que para uma criança de 5 anos não seria de difícil entendimento, já que todas as atividades são correspondentes a idade dele. Aqui, demos a mesma atividade, substituindo as frutas, por planetas, estrelas e foguetes. – colocou na nossa frente e eu tive um leve espanto e a Natalie também. – Ele fez perfeitamente a atividade e nem parece que foi uma criança de 5 anos quem fez.

Eu: Isso significa que?

Elisa: Ele tem habilidades aprimoradas e interesse restrito a um tipo de coisa que é o caso de planetas e foguetes. A interação social dele não é legal, ele brinca com as mesmas pessoas sempre, ele comunica o básico, como se fosse o suficiente.

Nat: E isso indica?

Elisa: Acredito fortemente que o Samuel está dentro do espectro autismo. Para ser mais clara, acredito que ele tenha síndrome de asperger. Outra coisa que chama a atenção, não sei se em casa é assim, ele só se comunica em inglês aqui na escola. Somos um colégio bilíngue e ele está conosco desde os 2 anos, e tudo aqui como podem ver gira em torno da língua inglesa, mas de alguns meses pra cá, ele se recusa a falar português. O pouco que ele fala é em inglês. Ele tem uma facilidade que as outras crianças até mesmo mais velhas que ele não tem.

Eu: Nós temos mais 3 filhos mais velhos, que estudam na Escola Americana do Rio de Janeiro. Eles se comunicam muito em inglês dentro de casa porque é a rotina deles na escola, mas o Samuel só fala português comigo e com a mãe. Mas com os irmãos notamos que ele interage mais em inglês também. Ele assiste os vídeos dele sobre o espaço, sobre a NASA só em inglês.

Elisa:Isso é muito comum em crianças com hiperfoco. Chamamos vocês duas aqui para queele faça uma avaliação neurológica com um neuropediatra, com um psicólogo, paratratarmos da maneira correta, para que ele não fique prejudicado nas atividadesdaqui pra frente. Com um laudo, ele terá atividades adaptadas, será mais fácil praele, se o que for proposto a ele, estiver dentro do interesse dele. – conversamos bastante. Ela nos indicouespecialistas e marcamos consultas já para a semana seguinte e depois de algunsdias de muitos testes diferentes, de exames, de muita conversa o que o fezficar irritado também, tivemos essa confirmação. Nosso filho tem síndrome deasperger. Então a escola já ia acompanhar da melhor maneira com ele, e nós comomães íamos cuidar das sessões de fono, de terapia ocupacional, terapiacognitivo comportamental. Era o melhor para ele, porque ele poderia sofrer comisso a longo prazo quando não conseguisse mais acompanhar os coleguinhas. A genteexplicou pra ele como seria daquele dia em diante e ele parecia entender amaneira dele. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora