Capítulo 8

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Eu ainda tinha mais 3 dias de atestado e tinha uma audiência no dia da minha volta. Fui ao salão, pintei meu cabelo, fiz unha, sobrancelha, troquei o mega estava me sentindo renovada. Tinha que passar no pet shop para pegar o Francisco. Eu tinha deixado ele lá pra tomar banho. Logo cheguei em casa o Hugo abriu a porta para o Francisco descer a Nat estava chegando do trabalho.

Nat: Nossa... Está linda amor. – me deu um beijo.

Eu: Obrigada. – sorri. – Estava precisando dar uma repaginada.

Nat: Volta a trabalhar que dia?

Eu: Quarta.

Nat: As crianças estão de férias, queria subir pra pra Angra.

Eu: Eu vou trabalhar de quarta a sexta e vou entrar de férias.

Nat: Está doente?

Eu: Eu não tiro férias a 4 anos.

Nat: É verdade.

Eu: Se você quiser subir com eles antes pode ir amor. Eu subo depois com o Francisco. Eu subo no sábado.

Nat: Vou subir sexta então. – na quarta voltei a trabalhar. Tinha uma audiência logo cedo. Durou duas horas eu parei pra um café e voltei para a próxima audiência. Meu celular tinha inúmeras chamadas da Lohana, mas não ia dar pra retornar e nem ler as mensagens. Eu coloquei minha toga novamente olhei o processo e era sobre retomada de posse de bens no Rio de Janeiro de um senhor já falecido, requerido pelos filhos. A mulher atual do falecido tomou posse indevida de tudo e os filhos entraram na justiça. Os filhos alguns são do Rio outros de São Paulo e quando me sentei e vi quem era uma das requerentes, eu me assustei muito. Eu tinha lido todo o processo, tinha estudado o caso, mas nomes iguais é algo muito comum e não associei nome a pessoa. Quando vi quem era eu fiquei desconcertada, mas tinha que ser profissional.

Eu: Sessão 4.412. Sessão de requerimento de bens por contestação de testamento do falecido, o senhor Antônio Augusto Dias. Falecido a 2 anos, aqui no Rio de Janeiro. O senhor Antônio fez um testamento com seus desejos ajuizados dispondo dos seus bens, e a esposa atual sendo a sua segunda esposa a senhora Marli Bueno Dias, tendo assumido todos os bens apresentando outro testamento.

Marli: Juíza, o meu testamento é o verdadeiro.

Eu: É meritíssima ou vossa excelência e eu não te dei permissão para falar. Doutor Duarte, contenha sua cliente.

Duarte: Me desculpe meritíssima. – ele falou algo pra ela.

Eu: Dando continuidade... Foi apresentado dois testamentos... Um o senhor Antônio divide igualmente os bens dele entre os filhos e a atual esposa e o outro, ele deixa tudo para a atual esposa. Esse caso passou de mãos em mãos, em São Paulo e aqui no Rio até chegar a mim e eu pedi uma analise rigorosa sobre tudo. Inclusive sobre a autenticidade dos testamentos – a viúva ficou incomodada – Surpresa dona Marli? Uma coisa simples que teria resolvido por dois anos todos os problemas... Coloca para mim as imagens 1 A e 1 B no telão. – foi colocado – Temos aqui dois testamentos. Como podem ver, são iguais, e olhando assim ninguém vê nada de errado neles. Agora vamos aos detalhes... – mudaram as páginas e circulado tinha as provas da autenticidade de cada um deles. – Os testamentos lavrados aqui no Rio de Janeiro tem esses mínimos detalhes quase imperceptíveis a olho nu, mas que numa analise rigorosa e gráfica mostra perfeitamente a originalidade de um e a falsidade do outro. E aqui temos os testamentos do senhor Antônio... coloquem a imagem 2 A e 2 B... Observando os detalhes, fica claro que o testamento apresentado pela senhora Marli é falsificado. – os presentes ficaram surpresos, os filhos comemoraram e ela tentou simular uma surpresa. – O que tem a dizer em sua defesa senhora?

Marli: Eu não sabia disso, foi ele que me entregou esse testamento.

Eu: A senhora tem a oportunidade de dizer a verdade sem sair daqui presa por falsificação de documentos, estelionato e posse indevida senhora.

Marli: Eu não estou mentindo. Foi o Antônio que me entregou em mãos.

Eu: Fica aqui determinado que o testamento dividindo os bens aos filhos do senhor Antônio faça valer de imediato, ficando a parte da senhora Marli para pagar por toda a custa judicial dos filhos, e por dano moral. Fica também determinado que ela pague a cada um dos filhos 50 mil reais de indenização. – bati o martelo.

Marli: Eu não tenho esse dinheiro.

Eu: Pensasse nisso antes de praticar o crime de falsificação de documentos, estelionato e posse indevida. E fica aberto aqui, o processo por esses crimes cometidos pela senhora, que responderá em regime fechado a partir de agora. E não, seu finado marido não entregou em suas mãos esse testamento, porque checamos todas as impressões digitais nele, e a única que não tem o menor rastro nesse documento falso é a do seu marido. – bati o martelo – A sessão está encerrada. – bati o martelo de novo. Assinei os papeis e entreguei aos advogados e me retirei. Fui pra minha sala tirei a toga e me sentei. Logo a Lohana bateu na porta. – Desculpa eu não consegui te retornar e agora eu estou atordoada.

Lohana: O caso da família do senhor Antônio.

Eu: Sim. Como sabe?

Lohana: A Rosana me procurou e ela perguntou como ela pode reaver os filhos que foram adotados quando foram tirados dela.

Eu: Ela recorreu a você como advogada ou como promotora publica?

Lohana: Promotora pública. Eu não posso mais atuar como advogada como eu era naquela época.

Eu: Ela não vai poder recorrer a promotoria porque ela acabou de reaver os bens do pai e vai ser indenizada, eu acabei de finalizar a ação. Então ela pode pagar por um advogado.

Lohana: Menos mal, porque eu não vou pegar esse caso. Isso é loucura.

Eu: Ela sabe quem sou eu? Ela ficou me encarando por um bom tempo. Ela sabe deles? Ela se lembra deles?

Lohana: Ela disse que se lembra de uma das mulheres, disse que não sabe como estão, mas sabe que a família era do Rio. Então ela quer uma busca, quer que seja procurado, investigado.

Eu: Ela não vai ter o que quer.

Lohana: Pode ser uma questão de tempo Priscilla.

Eu: Eu sei... – suspirei. Eu vou pra casa, eu tenho alguns casos para amanhã cedo e outro na sexta feira e vou subir pra Angra, a Natalie vai subir com as crianças antes e eu vou subir com o Francisco babando no meu banco de couro.

Lohana: Você e o Francisco se amam. – riu.

Eu: Eu gosto desse cachorro, só gosto menos dele quando ele come algo que não deve e que seja meu. – rimos.

Lohana: Eu sei... Agora tenho que ir, porque agora eu tenho uma audiência.

Eu: Vai lá. – ela saiu e eu abri uma gaveta peguei umas pastas e fui trabalhar nos casos de quinta e sexta. Eu fui pra casa no fim do dia a Nat estava fazendo mala.

Nat: Oi – sorriu e me deu um beijo – Achei que fosse chegar mais tarde.

Eu: Hoje foi rápido. Vou tomar um banho. – tirei a roupa e fui para o banho. Eu estavaansiosa e nervosa. 

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Postei 5 hoje por causa das fotos da casa... Até amanhã pessoal... bjs

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora