Capítulo 12

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Eu logo fui pra casa também e o Francisco veio pulando em mim. – Ai Francisco não precisa pular assim em mim. – eu subi tomei um banho, desci coloquei o Francisco na coleira e fui passear com ele. Depois voltei pra casa coloquei comida pra ele e esquentei algo pra comer, vi um filme e dormi. Eu fiz minha mala de manhã e a deixei na sala quando desci pra trabalhar. Coloquei comida para o Francisco tomei café e fui para o fórum. Eu tinha uma audiência só pela manhã e tinha que despachar alguns documentos. Eu despachei por duas horas e depois fui para a audiência e quando sai fui surpreendida pela Rosana.

XX: Bom dia...

Eu: Bom dia... – quando olhei era ela. – Posso ajuda-la?

XX: Desculpe, mas não sei como trata-la aqui fora.

Eu: Doutora.

XX: Doutora Pugliese, a senhora deve se lembrar de mim.

Eu: Sim. Rosana não é? Da audiência do senhor Antônio?

XX: Sim. Mas a gente se conhece a mais tempo.

Eu: Vamos pra minha sala por gentileza. – entramos na minha sala. – Aceita uma água, um café?

XX: Uma água por favor. – eu a servi.

Eu: Sente-se. – eu me sentei também. – Em que posso ajuda-la.

XX: Há 12 anos meus filhos foram tirados de mim em São Paulo. A senhora foi uma das advogadas na época no caso, eu procurei um documento que eu recebi quando o conselho tutelar tirou meus filhos lá de casa. Minha mãe guardou esse papel e tinha seu nome nele. E agora com a audiência do meu pai eu te reconheci. Eu queria saber onde posso encontrar a mulher que adotou meus filhos.

Eu: Dona Rosana, a senhora já deve ter sido orientada por alguém, e a adoção é sigilosa, ainda mais nos casos em que ocorre retirada compulsória por trafico de drogas, dependência química, agressão e a senhora na época respondia por suposto homicídio. Onde a criança sofre maus tratos, desnutrição, passam fome, em todos os casos, a adoção é definitiva, irrevogável e sigilosa, mas nesses em especifico, o sigilo não pode ser quebrado e se for quebrado, é passível de prisão para a autoridade que fizer isso e para a senhora também.

XX: Eu estou bem hoje, eu posso cuidar dos meus filhos. Eu tive mais dois filhos, um casal. Hoje eles tem 05 e 07 anos. Eu passei 2 anos numa clinica, foi provado que eu não tinha nada a ver com o homicídio que fui acusada, eu voltei a estudar, eu fiz um curso de enfermagem eu me casei e agora eu moro aqui no Rio. Me mudei quando meu pai adoeceu. Trabalho na UTI coronariana do Barra Dor. Eu sei que meus filhos moram aqui no Rio, são adolescentes hoje. Eu tenho o direito de reaver a guarda deles.

Eu: Não, a senhora não tem. Como eu disse, é irrevogável. A situação era extrema, por isso foram tirados da senhora. Se a senhora estivesse numa situação em que sua recuperação pudesse ter sido 100% efetivada em seis meses até um ano, tivesse condições dignas de moradia de imediato e um familiar com condições psicológicas e financeiras de cuidar dos seus filhos, eles não teriam caído no sistema e não teriam ido para adoção. Mas não foi esse o caso.

Rosana: Entendi... Ok. Eu vou dar um jeito então de descobrir quem está com meus filhos e vou tentar reaver a guarda deles. Muito obrigada pela sua ajuda doutora e desculpa o incomodo.

Eu: Por nada. Sem problemas. Boa tarde. – ela saiu. Eu soltei o ar que eu nem sabia que estava segurando. Eu acabei de assinar os documentos e chamei a Nádia.

Nádia: Pois não doutora?

Eu: Tem mais alguma coisa?

Nádia: Não.

Eu: Como você sabe hoje é meu ultimo dia, eu estou tirando 20 dias de férias e você também. Termina o que tem que fazer e pode ir. Boas férias para você e até a volta – sorri.

Nádia: Obrigada doutora, boas férias para a senhora também.

Eu: Obrigada. – dei os documentos a ela, checamos se não estava faltando nada e eu fui embora. Cheguei em casa, dei comida ao Francisco, tomei um banho rápido, me troquei peguei mais algumas coisas e desci. Coloquei minhas coisas no carro. Coloquei a proteção no banco de trás e a redinha para o Francisco não pular para o banco da frente. Natalie mandou mensagem pedindo pra levar ração pra ele. Eu arrumei um pote com a ração e as vasilhas dele e uma cama também. – Vem Francisco... Sobe...- ele entrou eu o prendi na guia e no cinto e abri um pouco os vidros de trás. Estava tudo ok, peguei um suco e um sanduiche pra mim e sai de casa. Eu ia só no sábado de manhã mas decidi ir na sexta mesmo. Fiz uma parada rápida para o Francisco fazer xixi, e mandei mensagem pra Nat pra saber se ela já tinha jantando e ela disse que não, que ia pensar ainda no que ia fazer para comerem já que as crianças ficaram na piscina até tarde e fizeram lanches. Então eu entrei no app de uma pizzaria que a gente gosta muito lá, pedi 4 pizzas grandes salgadas e 2 pizzas doces, pedi 4 litros de suco de laranja natural e eu passaria para pegar. Ficaria pronto em 1 hora e era o tempo de chegar lá. Quando parei lá em frente, estavam tirando do forno. Eu paguei tudo, coloquei no carro e fui pra casa. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEWhere stories live. Discover now