Capítulo 5

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Lohana me deixou em casa eu subi e a casa estava praticamente pegando fogo. A Ana Júlia chorando, a Laura dando chilique, a Helena discutindo com a Maria por causa de comida, e o Hugo falando no telefone na maior altura.

Eu: O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI EU POSSO SABER? – todo mundo ficou quieto, menos a Ana Júlia. Todos começaram a falar ao mesmo tempo. Eu passei as mãos no rosto e gritei – CHEGAAAA... PARA DE CHORAR ANA JÚLIA... – gritei com ela e ela parou na hora.

Laura: A mamãe te mataria por isso.

Eu: E eu mataria vocês todos por um pouco de silêncio – ficaram ainda mais quietos. – Maria, me diz o que está acontecendo aqui? – perguntei calma.

Maria: O Hugo quer chamar os amigos pra comer pizza hoje a noite aqui e eu falei que não é boa ideia por causa do Samuel e ele está combinando com a galera dele e disse que eu não mando em nada aqui que ele é o patrão. – eu respirei fundo. – A Helena está bebendo água com limão a cada 10 minutos pra emagrecer e eu disse que faz mal e ela disse que eu a chamei de gorda. A Ana Júlia tropeçou no pé da Laura, caiu e não parou mais de chorar a babá não veio, e a Laura está reclamando que o corpo todo está doendo e teve duas ausências e eu disse que te contaria e ela brigou comigo por ser fofoqueira. Eu não aguento mais isso dona Priscilla, eu quero minhas contas. Isso é muita humilhação. – falou chateada.

Eu: Não. Você não vai embora, e se alguém tiver achando ruim nessa casa, que saia. – falei olhando pra todos eles. - Os quatro no sofá agora.

Helena: Mas mãe...

Eu: AGORA HELENA... – gritei. Eu abracei a Maria. – Me desculpa por isso Maria, eu vou falar com eles e a Natalie também. Isso vai mudar. E se não mudar eu mato todos eles. – fui pra sala e estavam os quatro no sofá. – O que eu quero falar, eu vou falar com a mãe de vocês e o Samuel também porque ele faz parte dessa quadrilha, porque vocês não são filhos adolescentes e bebê – olhei para a pequena – Vocês são uma formação de quadrilha. A Maria trabalha nessa casa desde que eu e a Natalie nos casamos. A gente ainda nem morava nesse apartamento e ela já estava conosco. Isso tem mais de 15 anos. Ela é uma cozinheira maravilhosa, uma amiga para nós e nos ajuda em tudo que pode e nem está na obrigação dela. Ela recebe para cozinhar para nós e aqui ela faz tudo que todo mundo gosta sempre. A Maria não é uma escrava não, e ela é uma pessoa que merece e muito respeito dentro dessa casa. Hugo, desde quando você paga o salário da Maria pra falar que é patrão dela?

Hugo: Eu não falei por mal mãe...

Eu: Falou sim porque eu te conheço. Você está ficando soberbo e insuportável e você não é assim, acho bom você voltar a ser o que era. Escuta aqui... A sua mesada, não paga 20% do salário da Maria e eu vou aumentar em 20% o salário dela e vou usar a sua mesada pra isso. A partir de agora se você quiser ter dinheiro você vai trabalhar pra isso.

Hugo: O que? Isso não é justo...

Eu: É JUSTO SIM. PORQUE VOCÊ NÃO FALTA COM RESPEITO A NINGUÉM DENTRO DESSA CASA, E VOCÊ NÃO É PATRÃO DE NINGUÉM NESSA CASA, PORQUE VOCÊ NÃO PAGA O SALÁRIO DE NINGUÉM AQUI, VOCÊ NÃO É RICO HUGO, SUA MÃE E EU QUEM SOMOS. E NEM A NATALIE E EU QUE PAGAMOS OS SALÁRIOS DOS FUNCIONÁRIOS, OUSAMOS ALGUM DIA FALAR COM ALGUM DELES DA MANEIRA QUE VOCÊ FALOU COM A MARIA. – berrei e logo abaixei o tom de voz novamente. – Seus amigos não entram aqui nem escondidos, não tem pizza, não tem amigos, não tem mesada e acabou o futebol.

Hugo: Não precisa disso mãe, eu peço desculpa, eu me excedi, e eu...

Eu: Ah, mas você vai pedir desculpas sim. Inclusive a louça do almoço e do jantar vai ser sua por 2 meses e ai de você se ousar reclamar. Você não é rico não Hugo. Mais uma vez, você não tem dinheiro nenhum, quem tem dinheiro aqui é a sua mãe e eu. E isso serve para todos vocês. Nenhum de vocês são ricos e vocês devem obediência a mim, a mãe de vocês e devem muito respeito a todas as pessoas que trabalham para nós, que cuidam da nossa comida, da nossa casa, da nossa roupa, dos irmãos de vocês. Agora você Helena, água com limão não emagrece e você já está abaixo do seu peso ideal. Vamos marcar um endocrinologista pra você. Isso não é normal.

Helena: Já viu bailarina gorda mãe?

Eu: E você já viu bailarina morta? – ela arregalou os olhos. – Você vai ao médico vai fazer uma dieta balanceada, e vai fazer terapia também porque isso está saindo do controle, ou melhor, já saiu do controle faz tempo. Você também vai se desculpar com a Maria porque ela está tentando ajudar você a não se matar com essas dietas malucas que você está fazendo. E você Laura, tomou seus remédios? – ela ficou quieta. – Não me obrigue a gritar de novo Laura, eu não estou com paciência pra isso. E eu não vou perguntar outra vez.

Laura: Não. – falou emburrada.

Eu: Hugo vai na cozinha pega um copo de água e pega na mochila da Laura os remédios dela por favor. – pedi calma sem tirar os olhos dela. Logo ele voltou com a água e eu dei o copo na mão dela, abri os frascos tirei os três comprimidos. – Toma.

Laura: Não. Eu fico com sono...

Eu: Toma Laura...

Laura: Mãe. – eu respirei fundo peguei no rosto dela enfiei os três comprimidos na boca dela e enfiei a água.

Eu: Agora bebe a água... – ela bebeu e engoliu e começou a chorar. – Você não tem que querer, você não tem escolha Laura. Quer ser atropelada? Quer bater a cabeça no chão quando estiver jogando? Quer ter epilepsia com frequência destruindo o seu cérebro a cada vez que acontece até daqui alguns anos você se tornar totalmente dependente de alguém? Então toma a droga dos seus remédios. Caso contrário, acabou vôlei pra você. – olhei pra Ana Júlia – E você Ana Júlia... – ela já começou a chorar. – Para de chorar eu não estou brigando com você e nem tem motivo pra chorar.

Helena: Mãe, ela tem um ano e meio...

Eu: Mas já está na hora de saber o que é certo e errado. Vem – peguei na mãozinha dela e a coloquei no banquinho no cantinho do pensamento – Você vai sentar aqui por cinco minutos e vai pensar porque você chorou. Você só caiu no pé da sua irmã, não precisa ficar chorando desse jeito.

Ana Júlia: Mamaim... – ameaçou chorar.

Eu: Cinco minutos sentadinha ai e depois vai pedir desculpa pra mamãe. Sem chorar. – voltei para os 3... - Agora vocês três vão pedir desculpas pra Maria, porque ela está muito chateada com o que vocês fizeram e como vocês falaram com ela e com toda razão de estar assim. Ela não merece nada do que vocês fizeram com ela. Foi maldoso e a mãe de vocês e eu, não ensinamos isso a vocês. Vocês são educados, gentis, e tem a obrigação de tratar muito bem, cada pessoa que ajuda nossa vida funcionar melhor, que facilita nossa vida todos os dias. A Maria que cozinha muito bem para nós tudo que mais gostamos, a Tereza e a Elisa que limpam nossa casa, a bagunça infinita de vocês, a Sabrina que lava nossa roupa e está de licença maternidade então a mãe de vocês que está cuidando da roupa, o Senhor Olavo e o senhor Adolfo que cuidam da portaria, a Janete e a Leila que limpam os corredores do prédio, a Marta babá da Juju. São pessoas que deixam suas famílias para cuidarem muito bem da nossa. E eles merecem todo respeito e gratidão do mundo e eu não estou vendo isso de vocês. Inclusive a alguns dias eu recebi uma reclamação da portaria da falta de educação de alguns de vocês com o senhor Olavo. Não foi isso que ensinamos a vocês.

Hugo: Tudo bem mãe, desculpa.

Helena: Desculpa mamãe.

Laura: Desculpa mamãe.

Ana Júlia: Dicupa maminha... – eu segurei pra não rir.

Eu: Estão desculpados. Agora vão se desculpar com a Maria. – eles foram. – E você pequena, o que não pode fazer? - ela resmungou um monte de coisa e eu fingi que entendi. – Agora pede desculpa pra mamãe.

Ana Júlia: Dicupa.

Eu: Está desculpada, agora dá beijo e abraço – Ela fez. – Te amo.

Ana Júlia: Amo mamaim. – fui até a cozinha e os três estavam pedindo desculpa pra Maria, abraçando ela. E a Ana Júlia que nem fez nada com a Maria foi abraçar também. – Dicupa Malia...

Maria: Oh meu amor você não fez com a tia Maria não. – a pegou no colo e a beijou.

Eu: Eu não quero mais ver esse desrespeito com a Maria. Maria me desculpa por tudo isso, não vai mais se repetir. E se isso acontecer eu permito que você dê umas chineladas neles.

Todos: Mãe...

Eu: E se reclamar permito que bata com a vassoura... 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEWhere stories live. Discover now