Capítulo 74

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Eu: Cadê a Natalie?

Lipe: Foi em casa avisar as crianças e foi na mamãe pegar um terno para o serviço funerário. – secou o rosto.

Eu: A Amanda já sabe?

Lipe: Eu liguei no CopaStar, falei com o chefe dela. Ela está numa cirurgia. Mas ele vai falar com ela quando terminar.

Eu: A mamãe... – olhei pra ela.

Lipe: Deram um calmante pra ela. A pressão dela subiu muito, ela acabou desmaiando, estava muito emocionada.

Eu: Será que ela vai querer morar comigo? Eu não quero que ela fique naquela casa imensa sozinha.

Lipe: Mana, ela não vai. Se a vovó não for morar com ela, é bem provável que ela venda a casa e vá morar numa cobertura de frente para o mar. Ela já queria fazer isso, mas ficou na casa para o papai ter mais espaço e liberdade.

Eu: Como vai ser nossa vida sem ele?

Lipe: Não sei. Eu não consigo imaginar ainda. Eu não sei. – ele me abraçou e a gente chorou muito. Eu fui liberada, a mamãe estava dopada, a pressão muito alta, eu estava preocupada com ela. Meus tios, irmãos do meu pai já sabiam então eles iam se encarregar de contar a minha avó Carolina. Ia ser um duro golpe pra ela. A Amanda chegou apavorada, e logo a Natalie chegou pra me pegar. O Lipe levou a mamãe pra casa. Eu fui para o carro sem dizer nada.

Nat: Quer ir pra casa ou pra casa da sua mãe? – perguntou baixo.

Eu: Pra casa. A vovó está indo pra casa da mamãe, e o Felipe com a Amanda também. – suspirei. – As crianças, como reagiram?

Nat: A Helena teve uma crise de ansiedade e de pânico assustadora, a sorte que os pais da Duda estavam lá quando cheguei. Eles foram levar a Duda lá e o César é terapeuta então ele ajudou muito. Ele está lá em casa ainda dando uma força e o Eduardo foi comigo resolver as coisas do funeral. O Hugo chorou, está abalado, a Laura também, o Samuel chorou também, mas parece um pouco abstrato pra ele ainda. Vou conversar com ele de novo com um livrinho explicando tudo. A Juju graças a Deus é só um bebê e não entende nada. – suspirou.

Eu: E quando vai ser o velório?

Nat: Amanhã as 6 da manhã na capela portuária. O enterro será as 16 horas, pra dar tempo de alguns familiares chegarem. Eu pedi uma coroa de flores em nome dos netos, uma no nosso nome, uma no nome da sua mãe também. – eu chorei e ela me abraçou.

Eu: Eu estou com você amor... a gente vai passar por isso ok? – me deu um selinho. A gente foi pra casa e quando eu cheguei os pais da Duda estavam lá.

Nat: Amor esses são os pais da Duda. O Eduardo que me ajudou a resolver as coisas do funeral e esse é o César nos ajudou com eles aqui em casa.

Eu: Muito prazer, e obrigada por tudo. Não é uma boa maneira da gente se conhecer não é? – dei um sorriso com uma tristeza dolorosa.

César: Teremos muitas oportunidades. Meus sentimentos – me abraçou.

Eu: Obrigada.

Eduardo: Meus sentimentos... O que precisarem podem contar conosco.

Eu: Obrigada. Por tudo mesmo.

César: Eu fiz uma comidinha rápida pra eles jantarem. O Samuel e a Ana Julia já estão dormindo. As meninas deram banho na pequena, o Hugo ajudou o Samuel com o banho. Eles todos já comeram. Pouco, mas comeram. A gente vai pra casa, a Helena tem nossos números qualquer coisa podem nos ligar a qualquer hora.

Nat: Muito obrigada, por tudo. – a gente os abraçou novamente e eles foram embora levando a Duda também. Eu subi tomei um bom banho, coloquei um pijama e logo o Hugo, a Helena e a Laura vieram me abraçar. Nós choramos e muito. Logo eles foram cada um para o seu quarto e eu me sentei na cama. Natalie veio colocando o celular para carregar. – Falei com a Lohana, tinha esquecido de avisá-la. A Marta vai vir bem cedo pra ficar com o Samuel e a Ana Júlia. Eu pedi pra ela mandar o Samuel pra escola se ele estiver se sentindo bem, porque não quero leva-lo ao funeral.

Eu: Melhor ele seguir a rotina dele. – ela deitou e eu deitei também começando a chorar de novo. – Será que vou acostumar?

Nat: Não sei... A gente nunca sabe... – fez carinho no meu rosto. – Fico tentando me preparar pra quando for com meu pai com o Alzheimer avançando, mas a verdade é que a gente nunca vai estar preparado pra perder ninguém que a gente ama. – fez carinho no meu rosto. – Quer um remédio pra dormir? Precisa descansar, o dia vai ser longo.

Eu: Quero. – sussurrei. Ela levantou pegou o remédio e me deu.

Nat: Eu te amo... Descansa.

Eu: Te amo. – eu dormi segurando a mão dela. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora