Capítulo 86

151 23 13
                                    

Karine: Professor Jorge, essas são Natalie Kate Smith Pugliese e Priscilla Alvares Pugliese... Elas são as mães da Laura Smith Pugliese, a aluna que você fala de maneira tão desrespeitosa. – a diretora parecia que ia explodir a qualquer momento de raiva e constrangimento.

Jorge: Me desculpem... Mas vocês tem que concordar comigo que...

Eu: Se eu fosse você eu parava de falar. Porque além da exposição vexatória a qual expôs minha filha, eu vou te processar por calunia e difamação também.

Jorge: Processar... – riu – Que processar o que... Nenhum juiz vai dar moral pra duas sapatão não... – ele era mais louco do que eu pensava.

Eu: COMO OUSA?

Timmy: Jorge... Doutora Priscilla Alvares Pugliese... Juíza Estadual... – ele arregalou os olhos.

Eu: Alô... Eu poderia falar com a doutora Cássia? Aqui é a juíza Pugliese... Obrigada... – esperei uns segundos.

Cassia: Doutora Priscilla, como vai?

Eu: Não como eu gostaria doutora Cássia... Eu estou dando voz de prisão ao técnico substituto do time de vôlei da minha filha por exposição vexatória de uma menor de idade, por preconceito contra pessoas com doenças neurológicas e por homofobia. Ele acabou de se referir a mim e a minha esposa como duas sapatão que nenhum juiz daria moral no caso de um processo contra o que ele fez com a minha filha. Estou no colégio da minha filha EARJ da Gávea pode mandar uma viatura?

Cassia: Eu mesma vou ai efetuar a prisão doutora... Chego em 10 minutos.

Eu: Obrigada. – desliguei. A sala estava um silencio sepulcral.

Jorge: Isso é sério? – ele estava incrédulo.

Eu: Olha bem pra mim rapaz? Você acha que eu estou brincando? Eu pareço estar brincando? – falei muito séria.

Jorge: Eu não vou ficar aqui participando disso.

Eu: SENTA AQUI AGORA... – gritei e ele parou de andar. – Você está preso. Eu estou te dando voz de prisão. – ele se sentou. A Natalie andava de um lado para o outro, a diretora estava preocupada com aquilo e Timmy envergonhado e logo a Cássia chegou. – Obrigada por vir. – explicamos toda a situação pra ela e ela o levou. A escola toda viu e para piorar a situação dele, viu e comemorou. Pelo visto tinha muito mais coisa acontecendo do que a gente sabia. Quando olhamos para o outro lado a Laura balançava a cabeça negativamente e seus olhos estavam cheio de lágrimas.

Nat: Filha... – ela saiu andando.

Eu: Eu preciso ir Natalie, não posso lidar com isso agora, eu tenho audiência em meia hora.

Nat: Eu vou falar com ela, pode ir. – eu fui embora já tinha avisado a Cassia que passaria na delegacia depois da minha audiência. Cheguei em cima da hora conduzi a audiência e fui a delegacia. O advogado dele ia conseguir um habeas corpus pra ele, e ele ia pagar uma fiança de 10 mil reais. Eu ia processa-lo por homofobia. Não consegui falar com a Natalie, ela tinha um almoço de negócios, então liguei pra Laura e ela não me atendeu, resolvi mandar uma mensagem.

Filha, está tudo bem? Desculpa, a mamãe não conseguiu ficar e falar com você. Eu tinha audiência e não podia me atrasar. Eu e sua mãe falamos com a dona Karina e com o Timmy, e está tudo resolvido. Em casa a gente conversa tá? Te amo.

Eu trabalhei a tarde toda e fui pra casa. Cada um estava na sua atividade, e a Natalie já tinha chegado estava dando um lanche para o Samuel e para a Ana Julia.

Eu: Oi – dei um selinho nela.

Nat: Oi...

Eu: Como foi com a Laura, ela não me respondeu.

Nat: Está trancada no quarto, não quer falar comigo. Ficou furiosa na escola, chorou, passou mal. Ela acha que a gente invadiu o espaço dela, que a gente não tinha o direito de fazer isso com ela.

Eu: Eu vou tentar falar com ela. E a Rafa com a Lo?

Nat: Estão no hospital com a pequena. Ela está fazendo quimioterapia, já devem estar chegando. Estou fazendo uma sopinha de legumes com carninha pra ela, fiz bastante suco pra ela também, comprei água de coco, repus as frutas.

Eu: Vou tomar um banho e vou falar com a Laura. – eu subi tomei um banho coloquei uma roupa confortável e fui falar com a Laura. – Filha... Posso entrar? – ela estava fazendo lição de casa.

Laura: Se eu disser que não, você vai entrar de qualquer jeito. – não me olhou e continuou escrevendo mudando a página do livro.

Eu: A mamãe falou que você ficou chateada com o que aconteceu hoje.

Laura: Vocês acham que sabem tudo sobre mim, mas não, vocês não sabem mãe. O Jorge saiu de lá com a polícia, metade da escola viu. Todo mundo sabe quem são vocês. Eu me senti invadida. Qual a necessidade de mandar prendê-lo? – falava nervosa.

Eu: Eu chamei o Timmy pra conversar junto com a Karina, e explicarmos o que aconteceu, e não foi no intuito de recuperar seu posto de capitã não, foi no intuito de que eles soubessem dos excessos desse professor e pela reação de todos que viram, ele tem passado dos limites não é só com você. E ele foi preso sim, porque ele te humilhou na minha frente, mas principalmente, ele foi homofobico comigo e com a sua mãe, na frente do Timmy e na frente da Karina e ambos me deram total razão, ficaram do meu lado. Ele está 100% errado.

Laura: E precisava fazer esse espetáculo no colégio? Eu já sou filha de duas mulheres, já é pesado demais, agora vou ter que ouvir piadinhas porque minhas duas mães foram militar na escola com o treinador e ele saiu de lá preso. Espero que esteja feliz – falou alterada.

Eu: Abaixa o seu tom de voz... Eu sou sua mãe, mesmo que você odeie isso... Eu sou sua mãe e você me deve respeito e deve respeito a sua outra mãe... Sinto muito que você odeie ser nossa filha, ser filha de duas mulheres. Mas não me interessa se isso te incomoda... Se formos ofendidas, sofrermos homofobia em qualquer lugar, a gente vai chamar a policia sim. Você gostando ou não. Quer sair do vôlei? Ok... Saia... Mas comigo dessa maneira você não fala nunca mais. Meça suas palavras. – sai do quarto dela batendo a porta. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora