Capítulo 94

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HUGO NARRANDO...

Namoro Beatrice a um tempinho e com um mês de namoro a gente transou. Foi a minha primeira vez e a dela também e foi muito especial. Eu gosto dela e ela gosta muito de mim, a gente se dá muito bem. No dia do meu aniversário descobri que a minha mãe Priscilla e a mãe dela Luiza Cézar foram namoradas na adolescência e a mamãe odiava ela, então eu percebi um clima meio estranho entre as três. Eu e a Beatrice não tínhamos nada com isso, então não íamos nos meter. Ela dormiu lá em casa e dona Priscilla quase teve um colapso. Eu já cortei pela raiz porque senão o drama ia durar uma década. Eu comecei minha auto escola queria tirar carteira o quanto antes. No dia 4 foi aquela mediação ridícula que aquela mulher pediu e a Helena falou horrores já que aquela promotora idiota falava como se não estivéssemos ali. Fomos obrigados a conviver com ela a tentar, mas não tivemos escolha de dizer não. No domingo depois da minha formatura, eu estava morto de cansaço, foi o dia da tal convivência com nossa genitora. E tínhamos que ficar com ela até as 16 horas, isso era um eternidade. Minha mãe nos levou, a mãe Nat comprou presentes para darmos para as crianças já que essa mulher deve ter criado expectativas neles e ela foi generosa nos presentes. A Helena estava louca de raiva, ela não queria isso. Ela morava num sobrado em Santa Teresa, o lugar era bem familiar, tinham umas crianças brincando na rua. Os vizinhos pareciam curiosos com a gente saindo do carro e a mamãe indo embora depois de nos deixar lá. A gente entrou a casa cheirava comida, ela estava fazendo almoço.

Rosana: Entrem... Fiquem a vontade. – Era uma casa bem arrumada, bem decorada no padrão dela. Eu tinha flashs de onde a gente morava quando eu era pequeno. Eu era tão grato a Deus pela Helena não se lembrar de nada. Ela foi nos mostrar a casa dela, os quartos das crianças, eram bem bonitinhos. Logo eles apareceram. – Lucas esse é seu irmão Hugo e a sua irmã Helena. Lara vem aqui... – ela veio envergonhada. – Essa é sua irmã Helena, ela faz ballet igual a você. E esse é seu irmão Hugo. O Hugo joga futebol também Lucas igual a você. Eles estavam meio envergonhados.

Hugo: E ai carinha... Trouxe pra você – dei a ele o presente, a Helena fez o mesmo. Demos o da menina também. Eles abriram e nos abraçaram para agradecer. A Helena só ficou me olhando.

Lara: Você gosta de ballet? – perguntou pra Helena.

Helena: Eu gosto. Faço ballet desde que eu tinha sua idade.

Lara: Quantos anos você tem?

Helena: Eu tenho 15.

Lara: Eu tenho 5. Onde você estuda?

Helena: Eu estudo na EARJ.

Lara: O que é EARJ?

Helena: Escola Americana do Rio de Janeiro.

Lara: Você fala inglês?

Helena: Falo sim. Na minha escola a gente só fala inglês.

Lara: Mamãe, coloca minha roupa de ballet quero mostrar pra ela como eu danço.

Rosana: Agora filha?

Lara: É mamãe, vamos... – pegou na mão dela e ela foi.

Hugo: Aguenta firme. – falei baixo. Ela logo veio vestida e com a sapatilha e com um coque. Ela foi para o meio da sala e começou a dançar. A posição de mãos dela era igual da minha irmã. Ela pediu a mãe dela para colocar a música. Helena tirou o tênis e foi para o tapete dançar com ela. Rosana filmava encantada vendo as duas dançando e eu achava tudo aquilo ridículo. Não éramos uma família. Helena se enturmou com a menina acho que por se identificar por causa da dança. Eu joguei bola com o garoto no quintal dos fundos um pouco e logo fomos lavar as mãos para almoçar. Ela tinha feito arroz, lasanha, frango assado, salada, uma outra carne assada também, feijão e de sobremesa fez mousse de chocolate.

Rosana: Não é muito luxo como devem estar acostumados, mas eu garanto que está gostoso. Fiquem a vontade. – a Helena se serviu bem pouco como ela está acostumada, eu me servi também.

Carlos: A lasanha dela é ótima experimenta.

Eu: Eu não como macarrão, obrigado. Só a carne está ótimo.

Rosana: Oh... Me desculpe eu tinha esquecido. Eu posso fazer alguma outra coisa que queira – se preocupou.

Eu: Não precisa, está ótimo assim.

Helena: Não se preocupe, na nossa casa a gente come comida como qualquer pessoa, arroz, feijão, bife e batata frita. Não precisa enfeitar muito, variar muito. O Hugo só come lasanha de berinjela e tem muita coisa nessa mesa, não precisa se preocupar. – ela fez suco de laranja e tinha refrigerante.

Rosana: Quer suco ou refrigerante filha?

Eu: Helena? – ela não estava prestando atenção.

Helena: Falou comigo? – ficou sem graça – Suco.

Carlos: Mas você come tão pouquinho e é tão magrinha, coloque mais – ele era bem gentil o marido dela.

Helena: Eu sou bailarina, eu tenho uma dieta para seguir, e eu como pouco mesmo é natural meu. Eu estou saindo de um distúrbio alimentar então ainda estou me acostumando com a alimentação normal.

Carlos: O que você tinha? Se sentir a vontade de falar é claro.

Helena: Eu tinha anorexia. Mas faço acompanhamento agora, faço terapia, já ganhei peso de novo, mas tenho que equilibrar por causa do ballet.

Rosana: Sua mãe disse que você viajou para Argentina.

Helena: Sim. A escola de dança que eu faço parte fez uma apresentação na Argentina no final do mês. Ficamos três dias lá. Foi bem legal.

Rosana: Deve ser lindo lá, teve tempo de fazer passeios?

Helena: Sim. No ultimo dia fui a dois museus bem legais. Mas eu já conheço a Argentina, já estive lá numa viagem de família e com o colégio também.

Carlos: Conhecem muitos lugares fora do Brasil?

Hugo: Sim. Argentina, Espanha, Barcelona, Itália, Veneza, Milão, Fátima, Roma, Genebra, Florida, Miami, Nova York, Washington, Los Angeles, Canadá, Indonésia, Tailândia, Cancun, Acapulco, Londres, Inglaterra, Paris, Jerusalém.

Rosana: Vocês viajam bastante né.

Hugo: Sim. A mamãe trabalha muito, então sempre que ela tem uma folga, ou umas pequenas férias, a gente vai pra algum lugar marcante. – almoçamos conversando e não foi tão mal assim. Eu estava com receio da comida dela, por causa do meu passado, ele era muito marcante pra mim. A Helena estava mais entrosada com a menina ela era adorável e ela se parecia demais com a Helena, era assustador. A casa tinha uma varanda nos fundos com uma arvore enorme que produzia uma sombra incrível, a gente foi pra lá e se deitou lá, tirei um cochilo bom demais com a Helena. Acordamos uma hora depois. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora