42

335 74 38
                                    

Sila
Não era o que eu esperava

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Sila
Não era o que eu esperava. Penso quando escuto o som da risada de Emine que após descer do carro, enlaça o seu braço ao braço do meu marido e ambos caminham animados para dentro da mansão.
Não a minha mansão, claro.
Após uma conversa franca com Murat decidi que aquele seria o nosso lugar e que construiríamos apenas as nossas lembras lá, e não as de uma intrusa que com certeza está armando o seu bote com essa ideia repentina de fazer faculdade.
— Oh meu querido, você como sempre você tão atencioso! — Ela sibila amorosa e manhosa, quando Murat larga a sua mala em um canto da sala. — Sila, minha querida! — A garota cantarola falsamente se afastando do seu primo para vir me abraçar. — Obrigada por me receber nessa casa!
— Por nada, Emine! — Lanço lhe  um sorriso igualmente falso.
— Ela não é um doce, Murat? — A garota volta a cantarolar e o encaro, porém, ele ergue as sobrancelhas sem saber o que dizer.
Teatro, meu querido marido. Isso não passa de puro teatro. Ralho mentalmente e forço um sorriso de boca fechada quando a garota volta a me fitar.
— Nós vamos nos dar muito bem, querida, você vai ver.
Sinceramente eu não consigo imaginar isso... querida.
— Eu não duvido, fofa! — ralho com desdém.
— Querida, eu preciso ir para a empresa agora. — Murat avisa. Ele parece meio sem jeito de ter que deixar com a sua prima.
Hum, pensasse nisso antes de dizer um sim para o irmão dela.
— Tudo bem, Habbibi! — sibilo carinhosamente, usando a palavra que usara há alguns dias comigo e vou ao seu encontro para envolvê-lo com os meus braços e o beijo calidamente na boca.
— Murat, você vem almoçar comigo, não é? — Emine inquire, fazendo-me fita-la no mesmo instante.
Paciência, amor!
Murat sibila sem emitir som, porém, eu bufo mentalmente. Paciência é tudo que tenho tido desde que deixei os estados Unidos e voltei para a casa da minha família e tudo desde então parece uma aprovação. Penso irônica e me despeço do meu marido como deve ser. Com um beijo de língua bem demorado.
— Nos vemos a noite! — Murat fala dando-lhe uma resposta evasiva, que eu aprovo e assim que ele passa pela porta da frente, respiro fundo e volto a encarar a moça com um par de olhos pretenciosos mirando-me.
— Não vai chamar um empregado da casa para levar as minhas malas? — Arqueiro as sobrancelhas.
— Por quê, você não tem mãos e pés para fazer isso sozinha? — O “O” que ela faz com a boca me deixa em êxtase. — A Samia mostrará onde fica o seu quarto.
— Na ala sul, espero. Quer dizer, a vista de la é  maravilhosa! — Dou alguns passos em sua direção.
— É  claro! Bom, se você quiser, pode ficar com essa ala interinha só para você — resmungo e dou um passo para sair da sala.
— Não se acha muito não, Sila. — Emine ralha, me fazendo parar. — Cecília é a única mulher que Murat ama e amou de verdade.
— Você acha? — inquiro, olhando-a com certa soberba.
— Se ele te amasse de verdade, tiraria você dessa casa cheia de lembranças de um grande e inesquecível  amor, e te levaria para um lugar que deveria ser só de vocês. Você sabe, uma maneira de riscar de uma vez o passado, de viver o presente e construir um futuro…
— Entendi. —  A corto. — É, agora eu tenho plena certeza de que esse homem me ama de verdade — rebato, abrindo um sorriso pra lá de satisfeito.
— Eu não entendi.
— Deve ser porque você é meio lerda, mesmo — retruco um tanto sarcástica, porém, ela me lança um olhar aturdido agora.
— Hum! — Emine ralha com desdém. — Acho que vou tomar o meu dejejum agora. Essa conversa está tão faminta e entediada! — Ela diz. Entretanto, eu olho para o relógio no meu pulso.
— É uma pena, Emine! — sibilo com falso tom de lamento. — A garota une as sobrancelhas, encarando-me com confusão.
— O que é uma pena?
— São dez da manhã e a essa hora a mesa já foi retirada. — Em resposta, ela faz um gesto desenhoso.
— É só pedir para um dos empregados da casa… — Emine começa a falar, porém, ela se cala quando caminho na sua direção, olhando-a com firmeza. — Coloque uma coisa na sua cabeça, Emine. Essa é a minha casa, portanto, são as minhas regras e os meus empregados. Eles não estão aqui para lhe servi e sim, para servir a mim e a minha família.
— Desculpe, mas o que quer dizer com isso, Sila?
— Se você deseja tomar o seu café da manhã vá para a cozinha e faça você mesma. Os meus empregados estão ocupados com os afazeres da minha casa e com o almoço da minha família.
— Ora sua insolente…
— Eu disse para Murat que não vou aturar qualquer vacilo seu. — Volto a interrompê-la. Portanto, tente andar na linha ou você estará fora, entendeu? —  Pela primeira vez Emine balbucia.
Sim, eu a deixei sem palavras.
— Agora seja uma boa garota e se comporte, está bem? — Ela balbucia outra vez. — Tenha uma boa estadia, na minha casa, Emine! — rosno e saio da sala no mesmo instante.
Do lado de fora respiro fundo algumas vezes para acalmar o vulcão em erupção dentro de mim, porque a minha vontade mesmo era de estapear aquela garota ridícula e de mostrar-lhe quem manda nessa casa, mas acredito que as minhas palavras devem ter surtido algum efeito.
— Mamãe, estou pronto! — Ali fala com a sua alegria infantil de sempre, parando bem na minha frente e dissipando qualquer resquício de cólera no meu sistema.
— Nossa, Ali, mas como você está lindo! — Agacho-me para beijar-lhe o rosto.
— Eu fiz tudo sozinho, não foi, Ayla?
— Sim, você fez. — A babá abre um sorriso largo para o meu menino.
— Creio que vamos demorar um pouco, Ayla. Pode avisar para Samia que cancele o almoço?
— Oh, mas e a Senhorita Emine? — Ela questiona.
— Eu sei que ela é capaz de usar uma cozinha. — Pisco um olho para ela, recebendo um sorriso cúmplice em resposta. — Vamos, filho?
— Siimm!! — Ali vibra e corre para dentro do carro. — Para onde vamos, mamãe?
— Procurar uma escola para você estudar. — Seus olhos curiosos varrem o meu rosto.
— Uma escola? — Faço um sim com a cabeça, abrindo um sorriso encorajador.
— Você já vai fazer seis anos, Ali e já deveria estar na escola.
— O meu pai paga professores para me ensinar em casa.
Faço um bico muxoxo para ele.
— Hum, entendi, mas você não prefere ir para a escola e conhecer muitas crianças da sua idade? — Ponho entusiasmo na minha voz.
— Sim, eu gostaria muito! — Sorrio amplamente.
— Então, para isso você precisa ir para a escolha e conhecer novas pessoa lá. E você vai poder brincar com elas e fazer muitos amigos. — Seus olhos chegam a brilhar com essas palavras.
— Mas, e se eles não gostarem de mim, mamãe?
— É impossível não gostar de você, Ali. Você  é o meu garoto lindo e é  muito criativo! — ralho, beijando as suas bochechas, o fazendo rir. — Então, depois de escolhermos a escola perfeita para você, podemos sair para fazer umas compras e almoçar em um restaurante. O que acha?
— É um programa de mãe e filho? — Ele se agita em cima do banco.
— Exatamente isso.
— Ebaaa! — Ele me abraça e eu penso que é muito fácil agradá-lo.
Um dia completamente diferente para o meu pequenino. A cada escola que entramos era como se entrássemos em um mundo fantástico e o Ali se via atraído pelas crianças e pelo universo infantil. Após a sua escolha, fizemos a sua matrícula e seguimos para as compras. Cadernos, canetas, lápis, mochilas, lancheira, entre outros materiais que ele mesmo escolheu e depois, escolhemos um restaurante bem no centro da cidade, que tinha um parque do outro lado da rua. No final da tarde, meu garoto estava cansado e acabou adormecendo no banco de trás.
— Boa tarde, Senhora Arslan!
— Boa tarde!
— A Senhora precisa de ajuda?
— Sim, eu preciso que me ajude a levar o Ali para o quarto e tem algumas sacolas no porta-malas. Pode pedir para alguém vir tirá-las?
— É claro, Senhora Arslan!
— Obrigada, Halliu! — O rapaz faz um gesto de mão, chamando os empregados que estão no jardim e logo que um deles segura o Ali nos braços, caminho para dentro de casa.
— Hadi! Hadi! Hadi! — Escuto a voz autoritária de Emine e consequentemente a agitação dos empregados.
— Mas o que está acontecendo aqui?  — rosnou quando percebo algumas mudanças na sala de visitas. A garota sorri, soltando alguns suspiros frenéticos.
— Então, eu estava cansada dessa decoração antiga e resolvi mudar algumas coisas. Mas você acostumou mal os empregados e eles ficaram lentos. — Ela olha para uma moça que está retirando alguns porta-retratos do lugar. — Oh, céus, como é lerda! Hadi! Hadi! Vamos, se mexa!
— Samia, peça para pôr tudo de volta no lugar! — ordeno.
— O que?
— Não me provoque, Eminem porque a minha paciência tem um limite.
— O Murat vai saber disso!
— Eu sei. E eu quero mesmo que conte tudo para ele. No mais, se ponha no seu lugar de uma simples hóspede. Não me faça joga-la no olho da rua. — rosno rudemente, subindo as escadas em seguida.

Será que a Emine pensou que seria tão fácil assim? Kkkkkkkkkkkkk Gente a Sila não está deixando espaço para a garota

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Será que a Emine pensou que seria tão fácil assim? Kkkkkkkkkkkkk Gente a Sila não está deixando espaço para a garota. Adorandoooooo isso! 😂😂😂😂😂😂

Casada com o Turco Where stories live. Discover now