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Murat

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Murat

Como mensurar o que estou sentindo agora? O meu coração está batendo tão forte dentro do meu peito que é possível ouvir o som das suas batidas dentro dos meus ouvidos e eu não consigo evitar de segurar as minhas lágrimas. Elas simplesmente estão brotando dos meus olhos com uma corrente de águas agitadas, e respirar é algo difícil de se fazer. Impactado, adentro o quarto silenciosamente, fechando a porta atrás de mim e caminho suspenso do chão, na direção da sua cama sem perder um segundo sequer dessa linda visão.

Ali, meu filho.

Por que ele está aqui?

Por que ela o está abraçando tão protetoramente como se fosse a sua mãe?

E quando ela conquistou a sua confiança que eu não percebi?

Enquanto dezenas de questionamentos preenchem os meus pensamentos, eu me ajoelho na lateral da cama para os observar por infinitos minutos, ansiando por tocá-los. Desejando estar bem ali no meio deles compartilhando dessa sua luz. Penso que Sila é como uma feiticeira que em tão pouco tempo nos fisgou e nos amarrou a sua vida. Estamos presos a ela, destinados a essa linda e jovem mulher. Emocionado, seguro nos seus dedos pequenos e mergulho em um revoltoso mar de emoções.

Me pergunto o que o trouxe para esse quarto?

...

— Cecília, não faz isso comigo, meu amor! — rogo em prantos, erguendo o seu corpo para abraçá-la. — Cecília, me perdoe! Me perdoe, eu nunca quis que fosse assim! — Para o meu desespero ao erguer a minha mão para acariciar o seu rosto percebo o líquido vermelho e me entrego a minha dor. — CECÍLIA!!!

— Senhor Arslan, é o Ali. — Samia avisa com um tremor na voz. — Ele não se mexe. — Ela me aponta uma direção e eu sou destruído pela segunda vez. Ali parece petrificado e os seus dedos estão fechados em punho de modo que o seu corpo inteiro se estremece e o seu maxilar está rigidamente trincado.

Engulo o meu choro e a minha dor, para ir socorrê-lo.

— Ali, fala comigo, filho! — peço com carinho em uma tentativa inútil de fazê-lo olhar para mim, mas os seus olhos estão fixos em sua mãe caída no chão. — Ali filho, é o papai, fale comigo!

Nada. Ele não sai do seu estado de letargia. Angustiado, o seguro nos meus braços e saio daquela cena grotesca com pressa, me perguntando o quanto ele viu de tudo aquilo?

...

Enquanto os soluços me dominam eu tento respirar fundo, mas de uma forma bem sutil porque não quero acordá-los e não sei por quanto tempo fico sentado nesse chão gélido, apenas os olhando com admiração e me perdendo em um redemoinho que me joga no meu passado vez ou outra. Só sei que em algum momento as minhas lágrimas secaram. Entretanto, o meu coração dispara fortemente quando penso que preciso falar para ela sobre os meus sentimentos. Sila precisa saber que esse casamento deixou de ser uma conveniência para mim há algum tempo e que além disso eu quero contar tudo para ela, quero me esquecer do meu passado para viver o meu presente com essa segunda vida que me é oferecida.

Casada com o Turco Where stories live. Discover now