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Murat

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Murat

...

— Não vai me contar qual é a surpresa? — Cecília indaga sorridente, enquanto a faço caminhar cuidadosamente, porque os seus olhos estão vendados pelas minhas mãos. Sorrio.

— Tenha paciência, meu amor, já estamos chegando lá. Só mais um pouco. Mais um pouco e... chegamos.

— Chegamos aonde? — Bem devagar começo a remover as minhas mãos dos seus olhos e espero ansioso pela sua reação.

— Murat? — Cecília sussurra enquanto ofega devagar e um sorriso maravilhado começa a se abrir nos seus lábios bem delineados. — Ele é lindo! — Minha esposa resfolega, acaricia com dedicação os pelos marrons que tem algumas manchas brancas e o seu sorriso muito feliz parece se ampliar. — Qual o nome dele? — Dou de ombros.

— Ele não tem... ainda. Pensei que você gostaria de dar um nome para ele. — A observo pressionar os lábios por alguns instantes, enquanto franze a sua testa pensativa.

— Jessé. — Ela sibila encarando o animal com amor.

— Jessé? — A fito curioso, porém, não seguro um sorriso. — Por quê?

— Não é óbvio? Porque ele será a minha riqueza. — Me aproximo para abraçá-la por trás e não seguro a vontade de afastar os seus cabelos para o lado e de beijar a sua nuca.

— Que seja Jessé então.

Eu só não me dei conta de que além de riqueza, o seu nome significasse perigo também.

...

— SILA!!! — grito praticamente voando em cima do meu cavalo, tentando alcançá-la de alguma forma. Entretanto, ela não para e continua correndo para longe de mim. E enquanto luto para livrá-la da sua morte, sinto uma opressão massacrando o meu coração dentro do meu peito, algo que me impede respirar quando algumas cenas dos meus dias mais tenebrosos voltam a preencher a minha mente.

...

Os sons desesperados dos relinchos de Jessé preencheram a sala de visitas e em segundos o cocheiro adentrou o cômodo, chamando a atenção de todos dentro dele.

— Senhor Murat, venha rápido por favor! — Dimaz pediu, lançando-me um olhar extremamente assustado. O seu semblante apavorado me dizia que algo estava errrado. Entretanto, uso da minha educação para pedir licença para os meus convidados e me aproximo do homem, que com uma simples frase puxou o chão de debaixo dos meus pés. — É a Senhora Cecília.

Ele não precisava me dizer mais nada e eu simplesmente saí correndo em um alvoroço direto para o seu lugar preferido na nossa casa.

— O cavalo se assustou, Senhor e ela...

Casada com o Turco Where stories live. Discover now