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CAPÍTULO SEM REVISÃO.

Sila

— Agora você pode colocar os olhinhos — falo para o Ali, lhe entregando duas pedras de carvão. O sorriso que ele abre me aquece e me deixa satisfeita.

— E você põe o nariz.

— Isso! — Concordo, colocando um galho seco bem no meio.

— O papai pode fazer o sorriso? — Meu sorriso cresce e eu olho para o Murat que está envolvido em uma conversa com o seu primo Besim.

— É claro, querido!

— Oba! — O menino se alegra e corre na direção do pai, o puxando pela mão e logo ele começa a desenhar um sorriso feliz no boneco de neve. — Ele ficou lindo, mamãe! — Ali vibra, porém, eu fiquei estática, apenas o olhando e sem saber o que dizer.

... Ele ficou lindo, mamãe!

Essa frase feliz se repetiu dentro dos meus ouvidos como um eco, fazendo um barulho estrondoso dentro de mim e impulsivamente o meu coração bateu mais forte. Uma lágrima se misturou ao novo sorriso que se abriu na boca e eu me ajoelhei na sua frente, o abraçando tão fortemente e o beijando logo em seguida.

— Você está triste porque eu te chamei de mamãe? — Ele pergunta, franzindo a sua testa e o seu olhar preocupado avalia o meu rosto.

— Não, querido! Essas lágrimas não são de tristeza. — A sua mão pequena desliza suavemente pelo meu rosto, confiscando as minhas lágrimas. — Eu estou feliz, Ali. Estou feliz por me deixar ser a sua mãe — sussurro, acariciando o seu rosto, que logo ganha um lindo sorriso infantil. Então ele me abraça e os seus braços me apertam me fazendo ampliar o meu sorriso em seguida.

— Obrigado por ser a minha mamãe, Sila!

— Oh, meu querido, sou eu quem agradece! — Em meio a esse abraço ergo os meus olhos molhados para Murat, que também está emocionado e em lágrimas ele se junta ao nosso abraço.

— Que lindo, podemos brincar, Ali? — As vozes das crianças quebram esse nosso momento em família e o meu garotinho se afasta animado demais para ir brincar com elas.

— Obrigado, Sila! — Murat sibila colando o meu corpo na sua lateral e no ato, ele beija os meus cabelos.

— Por quê?

— Por aceitá-lo, por ser essa pessoa que você é. — Os seus olhos procuram os meus. — Você foi a coisa mais certa que eu já fiz na vida e estou feliz por não ter voltado atrás. — Recebo um beijo seu na boca.

— Fiz porque amo vocês dois! — Ele sorri e fica de frente para mim, segurando em cada lado do meu rosto.

— E eu te amo com a minha alma e com o meu coração. — Sorrio, levando uma mão para a lateral do seu rosto. — Isso é forte o suficiente para protegê-la do que quer que seja. Eu nunca vou deixar nada acontecer com você e nem ao meu filho.

Uma promessa. Penso enquanto suspiro baixinho.

— E eu o protegerei a minha vida. — A sua testa se encosta na minha e depois, nos beijamos com carinho e com calor.

***

No dia seguinte...

— Eu adorei te conhecer, Sila! — Banu fala abraçando-me em despedida. — E antes que vocês partam, quero te agradecer. — Uno as sobrancelhas.

— Pelo que? — Ela olha para o sobrinho que agora está se despedindo do tio e do primo.

— Murat estava destruído. O meu garoto já não sorria mais, mas você mudou essa realidade. — Balbucio, tentando lhe dizer que não fiz nada demais, porém, ela não me permite. — Sei que parece nada para você, mas para nós é muito. — Ela aponta com a cabeça para outra direção, onde o meu marido abraça os seus irmãos sempre com um sorriso largos e a felicidade com que eles fazem isso é mesmo contagiante. — Faz tempo que não vejo essa cena tão linda. — Ela diz atraindo a minha atenção outra vez. — O Murat não visitava mais e nem falava com os irmãos. O seu único canal com a gente era o Besim, mas você mudou isso também.

Casada com o Turco Where stories live. Discover now