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Murat
— Senhor Arslan, o Senhor Besim está aqui

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Murat
— Senhor Arslan, o Senhor Besim está aqui.
— Besim? Mande-o entrar por favor! — Em segundos a minha porta se abre e um sorriso gigante se espalha pelo meu rosto, e imediatamente fico de pé para receber o meu primo e diretor geral da BlacSea na Turquia. — Besim! — O abraço fortemente.
—  Murat, meu primo!
— Aceita beber alguma coisa? — indago, apontando uma cadeira para ele.
— Um café turco bem forte, por favor! — Seguro o telefone e aperto o ramal da minha assistente.
—  Isla, traga dois cafés turcos, por favor! — peço, devolvendo o objeto no seu lugar e encaro o meu primo, que está sentado de frente para mim. — O que o traz a Londres, Besim?
— O que, não sentiu saudades de mim? — Sua pergunta me faz abrir mais um sorriso. — Eu trouxe a minha mãe para fazer uma cirurgia delicada.
Uno as sobrancelhas, ficando sério no mesmo segundo.
— A tia Banu está doente? — inquiro preocupado e em resposta, o meu primo respira fundo.
— Descobrimos recentemente um tumor no cérebro, Murat.
— Que droga, Besim! Como ela está? — Ele faz um gesto com os ombros.
— Você a conhece como ninguém, Murat. Resistente e impenetrável como sempre. — Sorrio, ele suspira. — Ela é a mulher mais forte que eu já conheci no mundo.
— Ela é mesmo e onde ela está agora?
— Acabei de acomodá-las em um hotel.
— Acomodá-las? — Besim leva o polegar ao canto da boca e coça o local por alguns segundos.
— A Emine também está aqui, Murat. — Pressiono os lábios diante dessa informação. — Mas não se preocupe, ela não vai causar problemas. — Respiro fundo.
— Assim espero, Besim — resmungo um tanto firme. Contudo, ele sorri e logo após a secretária deixar dois cafés sobre a minha mesa ele continua. — Soube que você se casou. — Seu comentário um tanto feliz me faz trincar o maxilar. — Não sabe o quanto fiquei feliz de saber disso, Murat. Me conte, como ela é?
— O que eu posso dizer? — Faço um gesto desdenhoso. — A Sila é uma mulher linda! Ela é inteligente, forte, determinada e é… especial. — Ele arqueia as sobrancelhas.
— Especial?
— Muito especial. — Seu sorriso se alarga.
— Sila, significa reencontro, sabe disso, não é?
— E?
— Pelo visto ela fez jus ao nome que carrega.
— Como assim?
— Será que não consegue ver, Murat Arslan? Essa mulher o fez se reencontrar e não sabe como isso me deixa feliz.
— Bobagem! — retruco, porém, sei que ele não está longe da verdade.
— Depois do que aconteceu eu pensei que o perderia para sempre, primo, mas o que eu estou agora, me diz claramente que você está de volta. — Ele lamenta.
— O que você está falando, Besim Arslan, eu sempre estive aqui!
— Enfim, eu não quero mais tomar do seu tempo, sei que está bem ocupado. — Meu primo sibila ficando de pé, no exato momento que a porta se abre e Taylor passa por ela. — Ah, Taylor! — Besim fala com certa surpresa, apertando a mão do meu sócio.
— Besim Arslan, que bom te ver por aqui!
— Quando chegou aqui Inglaterra?
— Já tem alguns dias.
— Imagino que está a passeio, já que você odeia lugares frios. — O comentário o faz me olhar nos rapidamente.
— Na verdade, eu estou morando por aqui agora. — Miller volta a trocar um olhar firme comigo e a minha face se endurece.
— Entendi. — Besim ralha me lançando um olhar curioso, porém, discreto.
— E como vai a Emine?
— Ela está bem, está com a nossa mãe. — Dessa vez recebo um olhar sugestivo de Taylor que chega a me incomodar.
— Ah! Por favor, mande um abraço meu para a Senhora Banu e para a sua irmã também.
— É claro! Até mais, rapazes!
— Eu te levo até a porta. — Me ofereço, andando na sua direção. — Não vou demorar, Taylor, me espere bem aqui. — Não escondo o meu tom firme e gélido.
— É impressão minha ou havia uma certa tensão entre vocês? — Besim questiona quando alcançamos o elevador. Levo as mãos aos bolsos laterais da minha calça e encaro a porta fechada do elevador.
— Não é nada que eu não resolva.
— É a Sila, não é? — O encaro rigidamente.
— Por que acha que a Sila tem algo a ver com isso? — Ele dá de ombros.
— Porque só uma mulher é capaz de destruir uma amizade tão forte e duradoura como a de vocês.
Bufo audivelmente.
— A gente se vê, Besim! — ralho quando as portas se abrem e após me cumprimentar, ele entra no elevador e as portas se fecham. Imediatamente retorno para a minha sala a encontrando vazia e com uma respiração pesada ocupo a minha cadeira, abrindo a tela do meu computador. Penso em Emine Arslan. Lembrar que essa garota já me causou alguns problemas me irrita. Contudo, na época ela era apenas uma adolescente mimada. É possível que os anos a tenha amadurecido e que ela tenha mudado.
— Assim espero! — resmungo no mesmo instante que o meu celular começa a tocar. — Deniz?
— Precisamos conversar, Murat. Você pode vir até Yilmaz Kahve S/A?
— Agora?
— É importante, Murat! — bufo audível.
— Tudo bem! Eu preciso resolver algumas coisas aqui na empresa, mas estarei aí em uma hora.
— Ótimo!
— Isla, pode pedir para o Taylor vir a minha sala? — peço por telefone.
— O Senhor Miller acabou de sair, Senhor Arslan.
— E ele disse para onde ia?
— Não, mas parecia estar com muita pressa.
— Certo, Isla! Me informe quando ele voltar.
— É claro, Senhor Arslan.
***
Meia hora depois…
— Senhores, a reunião está encerrada! — falo, dispensando alguns funcionários de alguns setores e após sair da sala de reuniões, olho para o relógio no meu pulso. — Isla, cancele os meus compromissos para as próximas horas.
— Mas, Senhor Arslan…
— Eu preciso ir resolver umas coisas. — A interrompo. — O Miller já chegou?
— Ainda não, Senhor.
— Que merda, Taylor, onde você está? — rosno, tirando o meu celular do bolso e ligo imediatamente para ele. Solto uma respiração quando a ligação vai direto para a caixa de mensagem e encaro duramente a minha assistente. — Ligue para ele e diga que volte para empresa agora! — rosno, me afastando para sair da empresa.
A ideia de me tornar um homem de negócios me dá uma visão além do meu real produto, portanto, procuro ter algumas ações de várias empresas e de vários setores produtivos, e assim mantenho os meus ganhos em dia. Investir nas empresas de café Yilmaz Kahve S/A é uma delas. A princípio tudo não passou de uma jogada de controle, caso a minha esposa decidisse dificultar as coisas para mim, porém, agora ela tornou-se apenas mais uma base de lucro. Não demora para estacionar o meu carro na minha vaga e logo adentro o hall extremamente espaçoso e elegante da empresa Yilmaz, onde os tons marrom e creme são predominantes nesse lugar, recebendo um destaque especial por causa das luzes amareladas dos sofisticados lustres e das enormes colunas. Ao aproximar-me do elevador aperto o botão para o terceiro andar e aguardo um pouco. Entretanto, quando as portas se abrem Sila sai de dentro dele em lágrimas, deixando-me confuso, porém, extremante preocupado.
— Sila?
— Se afaste, Murat! — Ela resmunga irritada, me empurrando com força se afastando com pressa em seguida. Penso em ir atrás dela quando as portas do elevador do lado se abrem e Deniz passa afobado por elas.
— SILA?! — Ele grita. Entretanto, o seguro firme pelo colarinho, fazendo impactar-se contra uma parede atrás dele e o olhando com fúria.
— O que você fez com ela?! — rujo, o pressionando firmemente contra a parede, fazendo-o me olhar nos olhos.
— Me solte, Murat!
— O que você fez, Deniz!? — exijo.
— Ela descobriu… — Franzo o cenho um tanto aturdido. — Descobriu sobre o nosso acordo.
Arfo violentamente, perdendo as minhas forças e isso me faz soltá-lo.
— Como? O que você disse para ela?! — O homem balbucia agoniado. — FALA LOGO, PORRA!
— Eu não disse nada, ok?! — Deniz exaspera. — Ela simplesmente apareceu aqui com o documento nas mãos e… — Volto a segurá-lo pelo colarinho.
— Você disse… com o documento?
— Ela estava o contrato nas mãos, Murat.
— Como ela conseguiu?
— Eu não sei! Eu…
— Merda! — rosno furioso, o largando outra vez e corro para fora do prédio, na esperança de alcançá-la, mas para o meu desespero encontro apenas o motorista que deixei a sua disposição na mansão. — Onde ela está?
— Eu não sei, Sei Arslan?
— Como assim você não sabe, seu imbecil?!
— Eu não sei! Ela… me obrigou a sair do carro e eu saí. Depois ela saiu em alta velocidade.
— SEU INCOMPETENTE! — brado ferozmente, entrando no meu carro e arranco em alta velocidade tentando encontrá-la na estrada. No ato, pego o meu celular e ligo para ela. — Atenda, Sila! Atenda, querida! — sibilo baixinho em um misto de nervoso e furioso, me perguntando como ela teve acesso ao maldito documento.
É praticamente impossível já que mantenho o documento no meu escritório na empresa e uma cópia fica com o Deniz.
— Que merda, Sila, atende a porra desse telefone! — rosno, largando o aparelho de qualquer jeito no banco do passageiro e piso no acelerador.
***
À noite…
… Me diga, o que você quer realmente de mim, Sila?
… Eu quero você, Murat!
Me perco nessas lembranças, enquanto ando de um lado para o outro do meu escritório.
… Do que mais você gosta, Sila?
… Não tenho muitos hobbies se é que quer saber, Senhor Arslan.
… Então a leitura, os passeios a cavalos, os animais e as pessoas é o resumo das minhas preferências.
… As pessoas?
… Foi por causa delas que eu me formei em psicologia.
Me pego sorrindo.
… Não gosto de ser enganada e principalmente, não gosto quando me escondem as coisas, mas eu entendo os seus motivos.
Chego a sufocar com essa lembrança.
Por Deus, Sila onde você se meteu?!
Resmungo me aproximando da minha mesa e pego o meu celular para ligar para ela outra vez. Contudo, o aparelho começa a chamar e eu encaro o número desconhecido com estranheza.
— Alô? — falo com um tom seco.
— Murat, é a Marli. — O tom sussurrante na sua voz me diz que ela está fazendo essa ligação as escondidas.
— Oi, Marli, em que posso ajudá-la? — Ela respira fundo.
— Sei que deve estar muito preocupado com a Sila…
— Ela está com você? — A interrompo, entrando em estado de alerta.
— Ela está aqui na minha casa, mas…
— Estou indo aí…
— Não, Murat, escute! A Sila chegou aqui transtornada, ela chorou muito e só agora adormeceu. Porque não deixa para vir aqui amanhã, ela estará mais calma e vocês poderão… — Encerro a ligação e saio imediatamente de casa.
Não suportarei ter que esperar nem mais um minuto longe dela. Eu preciso vê-la, explicar a verdade sobre aquele maldito documento e trazê-la para perto de mim outra vez. Não me importa se ela está me odiando agora, ela vai ter que me ouvir! Portanto, não demora para eu estacionar o meu carro em frente à casa de fachada simples e bater com impaciência na sua porta. Marli aparece no meu campo de visão e antes que ela diga qualquer palavra, invado o cômodo e exijo uma resposta.
— Onde ela está?!
Seus ombros caem em frustração.
— No meu quarto, primeira porta a direita. — Vou imediatamente para a escadaria. — Murat, não brigue com ela, por favor! A Sila está bem frágil nesse momento.
Sinto um nó sufocar a minha garganta. Contudo, aceno um sim para ela e subo os degraus. Em segundos adentro o quarto e tenho a sua visão adormecida em uma cama de solteiro. Seu rosto está inchado e as marcas das lágrimas derramadas chegam a cortar o meu coração, o fazendo comprimir em dor. Calmamente me aproximo da cama, me sento na beirada devagar e o simples fato de arrumar alguns fios desornados dos seus cabelos no seu devido lugar parece apagar o fogo destruidor dentro de mim. Sila abre uma brecha de olhos.
Céus, eles estão tão vermelhos!
— Murat? — sibila um tanto assustada, sentando-se imediatamente na cama, fugindo do meu toque.
— Nós precisamos conversar, Sila — sibilo baixinho.
— Por favor vai embora, eu preciso ficar sozinha…
— Eu não vou a lugar nenhum, não sem antes conversarmos, Sila!
— Que droga, vão, vai embora, Murat! — Ela me empurra enfurecida e tenta sair da cama, mas seguro na sua mão e a puxo para mais perto de mim. Os nossos olhos se encaram em cólera, porém, não a solto.
— Nós vamos conversar agora, entendeu? — imponho ficando de pé e a puxo com violência para fora do quarto.
— Me solte, Murat! — Sila grita à medida que descemos as escadas com pressa. — Que droga, me solte agora, Murat!
— Murat, o que você está fazendo?
— Não se mete, Marli! — brado.
— Me larga! — Sila volta a protestar.
— NÃO, EU NÃO VOU LARGÁ-LA NESSE LUGAR! — brado, fazendo-a entrar no meu carro e no ato, prendo o sinto de segurança ao seu redor. — Nós vamos conversar, Sila e se depois dessa nossa conversa você ainda quiser ficar sozinha, eu vou respeitar isso! — Ligo o motor e acelero para longe dali.

 — Nós vamos conversar, Sila e se depois dessa nossa conversa você ainda quiser ficar sozinha, eu vou respeitar isso! — Ligo o motor e acelero para longe dali

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Vixe, o que vai sair dessa conversa?
Gente, espero que esses dois vulcões em erupção se entendam, ou a Dilara sairá ganhando.


Casada com o Turco Where stories live. Discover now