Sila Yilmaz nasceu em Antália na Turquia, porém, desde muito cedo ela foi morar com a sua família na Inglaterra. A garota cresceu sem os costumes da sua terra natal. Contudo, antes de morrer, seu pai pediu para o filho mais velho que cuidasse da fam...
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Sila
— Sila, abre a porta! — Ele pede do lado de fora do quarto e ansiosa, fecho os meus olhos. — Escute, se você não quiser ir para a casa da sua mãe, eu entendo e está tudo bem.
Está tudo bem? Chego a soltar uma respiração de alívio.
— Se você quiser, podemos jantar fora. — Abro a porta imediatamente, encontrando os seus olhos negros rígidos.
— Jantar fora? — Chego a ansiar por essa possibilidade.
— Se você quiser.
Seu eu quiser?
— Eu quero — falo sem pensar duas vezes.
— Ótimo! Se arrume, eu vou esperá-la lá embaixo. — Fecho a porta abruptamente, abrindo um sorriso satisfeito em seguida. Contudo, corro para dentro do closet e escolho um vestido para essa noite, ponho os saltos e solto os meus cabelos. Opto por uma maquiagem que realce os meus olhos e antes de sair do quarto, confiro o meu visual no espelho. — Para onde vamos? — pergunto minutos depois de sairmos da mansão.
— Palácio Cáspio.
Ok, estou mega surpresa agora.
— Hu! Ouvi falar muito dele. É um dos restaurantes mais sofisticados que serve a culinária turca aqui na Inglaterra.
Não sei se foi impressão minha, mas acho que vi um resquício de um sorriso no canto da sua boca. Será?
— Gosta de comida turca? — Dou de ombros.
— Gosto da comida turca que a minha mãe... — Engulo o resto da frase. — Deixa pra lá!
— Você já foi nesse restaurante antes?
— Não. Embora a minha família tenha uma boa posição na alta sociedade e um poder aquisitivo muito grande, eu não gosto muito de ostentar.
— Por quê? — Volto a dar de ombros.
— Eu gosto da vida simples, Murat. — Meu marido me olha rapidamente e volta a se concentrar no trânsito.
Sofisticado é um eufemismo, o Palácio de Cáspio carrega a riqueza literalmente no seu nome e em quase toda a sua estrutura. Penso observando cada detalhe do imenso salão com uma quantidade exorbitante de mesas, que exibe fios de ouro em boa parte da sua decoração, além de quadros caríssimos e tapetes coloridos. A música turca preenche o ambiente e o turismo é surpreendentemente predominante nesse lugar.
— Murat Arslan, que bom vê-lo por aqui, sócio!
Sócio?
Ah, Senhor Arslan, o Senhor está escondendo o jogo de mim?
— Neil Hasan, essa é Sila Arslan, a minha esposa.
— Finalmente estou conhecendo a Senhora Arslan. — O homem resmunga, segurando na minha mão para beijá-la rapidamente, enquanto mantém um par de olhos sedutores nos meus. — E devo dizer que você é uma mulher que carrega uma beleza extraordinária!
