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Horas depois...

— Eu amei conhecer a sua tia, o seu tio e tudo mais, mas e os seus pais? — Minha esposa pergunta quando estamos a sós, caminhando pelo jardim da mansão.

Eu já esperava por essa pergunta, mas sei que não estou preparado para falar sobre eles. Omer Arslan e Atiye Arslan sempre foram o meu universo e eles me tornaram quem eu sou hoje. Devo dizer, que sinto muito orgulho do homem que eles me tornaram, mas foi a tia Banu e o tio Hakan quem construíram o meu alicerce.

— Os meus pais morrem em um acidente de avião quando eu tinha apenas dez anos, Sila — falo com pesar. — A minha mãe sonhava em ter uma família numerosa, mas infelizmente ela não podia ter filhos. Digamos que eu fui o único filho que ela trazer ao mundo. Então ela se dedicava a cuidar de crianças carentes. Foi em uma das associações que ela conheceu os irmãos Azra e Aden. Ela dizia que foi amor à primeira vista e resolveu adotá-los.

— Então a Azra e o Aden...

— São meus irmãos adotivos.

— Nossa, que lindo gesto de amor da sua mãe! — Ela sibila docemente.

— Sim, foi. E tanto o meu pai quanto eu os amamos como membros da nossa família assim que eles puseram os pés dentro da nossa casa.

O que vem depois, me deixa amargurado.

— Um ano após a adoção aconteceu o acidente e o meu tio Hakan cuidou de tudo para nós. As finanças, as empresas Arslan e a herança até que eu fizesse a maior idade. Por fim, assumi as indústrias Arslan e como irmão mais velho distribui a herança em partes iguais. Alguns anos depois, entreguei a administração das indústrias nas mãos dos meus irmãos de criação. O Aden administra as empresas e a Ezra é advogada.

— E você não tem participação nas indústrias da família?

— Não. Com a minha parte da herança investi em petróleo e criei a minha própria empresa que deu origem a outras empresas. No mais, eles também têm alguma participação na BlakSea Arslan LTDA. Não é uma parte muito grande, já que eles receberam o que lhes era de direito, mas foi um jeito que encontrei de mantê-los unidos a mim.

— Você é um homem admirável, Murat! — Ela diz admirada e eu a beijo rapidamente na boca.

— Não, eu sou apenas um homem justo, Sila. O Aden e a Ezra receberam o que era justo por serem meus irmãos, assim como o meu tio Hakan recebeu uma parte generosa da minha herança por ter sido um tio zeloso e amoroso. Ele me tratou como um dos seus filhos, sem qualquer distinção ou indiferença. Ele assim como a tia Banu me deu amor, carinho, estudos e uma boa formação. Hoje ele está aposentado e o seu filho mais velho, o Besim cuida de tudo para ele agora.

— Entendi.

— Já está bem tarde, querida e está ficando bem frio também. É melhor entrarmos e dormirmos um pouco.

— A verdade, é que estou bem elétrica. As bebidas e as danças tiraram o meu sono.

— Nesse caso, eu tenho uma ideia de diversão. — A puxo para os meus braços e a beijo em seguida.

— Estou ansiosa por suas ideias, Senhor Arslan.

***

Abro a porta do quarto e permito que ela entre. Contudo, eu mal fecho a porta e a tenho nos meus braços. Sila resfolega violentamente, me deixando ainda mais desejoso. Então a prenso contra uma parede, levando a minha boca para a sua pele febril, fazendo uma trilha gostosa nela, que me incendeia e penso que um dia inteiro longe dela estava me levando a loucura. Mas por algum motivo ela se afasta de mim e ansioso, seguro na sua mão.

Casada com o Turco Onde histórias criam vida. Descubra agora