Trinco o maxilar.

— Agora saia do meu quarto! — Franzo a testa e no aturdido, olho para o diário e depois para a minha esposa.

— Sila...

— Saia, Murat! — respiro fundo e faço um sim com a cabeça, me desarmando inteiro em seguida. No ato, aperto fortemente o objeto entre os meus dedos e faço o que me pediu.

Seu imbecil! Rosno mentalmente, completamente furioso comigo mesmo e entro no quarto de frente para o seu, batendo a porta com força. Largo o maldito diário de qualquer jeito em cima de um móvel e puxo a respiração audível algumas vezes.

... Eu não estive na ala sul.

... Se eu tivesse colocado os meus pés dentro do seu mausoléu acredite, Senhor Arslan, o Senhor saberia disso.

— Merda! — rujo, puxando uma respiração profunda.

... Deixe-me adivinhar, a Dilara disse para você que me viu saindo do seu quarto?

— Que droga, Dilara espero que não tenha mentido para mim! — Volto a rugir e agoniado, saio do quarto, parando bruscamente em frente à sua porta, encarando-a por alguns instantes, ansioso para abri-la e ir tomá-la para mim. Entretanto, desço dos degraus com pressa e resolvo sair de casa para pensar um pouco.

Não demora e eu paro em um bar no centro Oxônia, e ocupo uma mesa próximo de uma janela. Peço uma garrafa de uísque e um copo, e enquanto beberico a minha bebida penso no embate de poucos minutos.

... Eu não estive na ala sul desde o dia que você agiu feito um troglodita idiota e me expulsou de lá.

... Mas quero que saiba que se eu tivesse colocado os meus pés dentro do seu maldito mausoléu acredite, Senhor Arslan, o Senhor saberia disso, porque eu faria questão de contar.

... Porque eu faria questão de contar.

... Porque eu faria questão de contar.

— O que eu fiz? — sibilo arrependido e faço um gesto para o garçom, pedindo a minha conta. — Eu preciso pedir o seu perdão. Ela precisa me perdoar! — Em minutos eu entro no meu carro e dirijo com pressa para a mansão.

Você precisa me perdoar, Sila!

Precisa me perdoar!

Logo adentro a mansão e subo a escadaria apressado, desejando alcançar o seu quarto e finalmente estar na sua cama, e em seus braços. Entretanto, Dilara surge no meu campo de visão. Ela está usando um conjunto de baby doll preto e rendado. E quando ergo os meus olhos para encontrar os seus, encontro um sorriso sexy, adornado por um batom extremamente vermelho.

— Oi, querido! — Sua voz arrastada preenche o corredor e logo ela se mexe do seu lugar, dando alguns passos sensuais na minha direção. Sua mão se ergue para deslizar as pontas dos seus dedos pela minha face e no mesmo instante o gelo no meu coração se enrijece, formando uma pedra sólida dentro dele.

— O que está fazendo, Dilara? — Um som seco e gelado passa pela minha garganta, porém, ela continua sorrindo e os seus olhos brilhantes procuram os meus, enquanto os seus dedos continuam com as suas carícias.

— Eu sempre quis me olhasse como olhava para ela. — Franzo o cenho para essa sua confissão sussurrada. — A Cecília era tão linda e tão... inteligente! Eu entendia os seus motivos para amá-la, querido, mas...

— Pare, Dilara! — ordeno, mas ela não para e logo os seus lábios tocam no meu rosto, roçando com suavidade na minha pele.

— Oh, Murat, será que não ver, querido? — sibila com um doce lamento que me irrita. Que me deixa furioso. — Por que não esquece essa maldita mulher? Por que não ver que ela não te faz bem, querido?

Casada com o Turco Onde histórias criam vida. Descubra agora