Em silêncio, afasto-me da janela e caminho na sua direção com um semblante sério demais, porém, o meu olhar gélido parece querer perfurar o seu.

— Primeiro, seja bem-vinda, Dilara! Segundo aquela mulher lá fora tem um nome. Ela se chama Sila Arslan. — Surpresa, Dilara faz um O com a boca. — E terceiro, se ousar chamá-la de louca outra vez conhecerá o peso da minha voz na "minha casa." — Dou ênfase as últimas palavras dessa frase. Aturdida, ela balbucia algumas vezes.

— Mas... Murat, você disse que... — Dilara parece se engasgar com as suas próprias palavras agora. — Você... você disse que jamais se casaria outra vez... Eu pensei que...

— Acredite, foi necessário — rebato taxativo. Contudo, ela me lança um olhar confuso.

— Necessário? Será que você pode me explicar isso?

— Não, eu posso, porque eu não tenho que dar explicações dos meus atos para ninguém, nem mesmo para você, Cunhada. Saber que foi necessário me casar outra vez é o suficiente para você ou para qualquer um que queira bisbilhotar a minha vida. — Ela engole em seco.

— Mas...

— Sem, mas, Dilara. Agora me diga, onde está o meu filho? — Ela aponta para a saída do escritório, porém, ainda parece meio perdida no meio de tantas informações.

— Eu o deixei lá... na sala — diz ainda meio confusa, porém, saio imediatamente do cômodo e ansioso vou ao encontro do meu garoto. Enquanto me aproximo do cômodo sinto o meu coração disparar em vida. Sim, estou louco para sentir o seu cheiro e o seu calor colado ao meu corpo.

— Ali? — O chamo, olhando para os quatro cantos do lugar. — Ali? — O chamo outra vez e ele surge por detrás de uma pilastra. Não seguro um sorriso, sentindo o meu peito inflar demasiadamente quando os seus olhos sorriem para mim e imediatamente o meu pequenino corre para os meus braços.

Céus, ele tem o cheiro da sua mãe! Constato assim que inalo o seu perfume. É tão doce e tão suave ao mesmo tempo.

— Sentiu saudades do seu pai, hum? — Procuro saber sem parar de beijá-lo e de cheirá-lo. Em resposta, o meu filho meneia a cabeça fazendo um gesto com seus dedos, que me dizem o tamanho da sua saudade. E emocionado, volto a beijar o seu rosto demoradamente, aspirando mais uma vez o seu perfume. — O que foi? — inquiro quando ele olha com curiosidade para o topo da escadaria. Ali usa as mãos para desenhar os cabelos longos e eu sei que ele está falando de Sila.

Suspiro alto.

— Tudo bem conversar sobre ela depois? — sugiro. Ele balança a cabeça fazendo outro sim para mim. — Obrigado, filho! Agora o papai precisa subir para ir conversar um pouco com ela, tudo bem? — explico e antes que o ponha de volta no chão ele faz outro gesto que me surpreende profundamente.

Não seguro outro sorriso.

— Você a achou linda? — Ele assente novamente. — Posso te contar um segredo? — Seus lindos olhos chegam a brilhar em expectativas. — De alguma forma ela é bem especial, mas não deixe a Dilara saber disso, está bem? — Meu filho me lança um olhar de cumplicidade e na sequência ele desenha um coração com os seus indicadores. — Também te amo, filho!

***

... ISSO NÃO IMPORTA, MURAT! EU TINHA O DIREITO DE SABER!

... SE CASARIA COMIGO SE SOUBESSE?!

... Eu não me casaria com você de forma alguma e você sabe muito bem disso, não é?

Lembrar dos seus olhos irritados, enquanto ela gritava essas palavras para mim me deixou ardendo em fúria.

Casada com o Turco Where stories live. Discover now