xxviii. DOMINGO

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se preparem emocionalmente e comentem porque quero ver a reações de vocês ao longo desse capítulo :P boa noite!

Meu celular tocou e me acordou, eram três da manhã, eu atendi e escutei a voz da Raissa, sua voz era nervosa e ela pistola palavras, além da voz estar pesada, ela definitivamente estava bêbada.

— Amiga, fala devagar – Eu disse.

— Desculpa, eu não sei como falar e não quero te falar isso, eu só também não quero não te falar.

— Então conta.

— O Tavin tá se agarrando com uma menina aqui.

— E?

— Alguém te falaria, decidi ser quem ia te contar.

— Raissa, nós terminamos, tá tudo bem, a gente inclusive não se fala desde o dia um, já é dia sete de janeiro, acabou de verdade, amiga.

— Isso é sério?

— Sim, eu parei de mandar mensagem, ele também e foi isso. Antes disso, depois que eu cheguei, nossas ligações se tornaram mensagens de texto e depois pararam de existir.

— Filha da puta, esse Tavin é um cafajeste mesmo.

— Amiga, a gente terminou, mas, pelo menos, agora tenho a confirmação de que eu devo seguir em frente.

Alguns sons no fundo da ligação distraíram a Raissa, notei que tocava funk alto e muitas vozes ao redor dela, mesmo que não conseguisse identificar o dono de nenhuma delas; me sentei na cama, sem sono, não conseguindo identificar ao certo o que eu sentia, eu tava com raiva? Eu tava triste? Definitivamente estava um pouco surpresa, mas eu sabia que ele não tinha uma fama boa, ele nunca escondeu isso de mim, muito pelo contrário, ele me contou algumas histórias sobre ficantes durante as nossas conversas da madrugada.

Às vezes, eu imaginava ele transando, não necessariamente comigo, mas com outras pessoas, nossas amigas em comum ou com alguma menina que ele já tenha ficado, eu não sabia ao certo como me sentia sobre isso, mas, antes de realmente acontecer comigo e termos a conexão que tínhamos, na época que já tínhamos transado, mas decidimos ser só amigos, eu gostava da ideia de ele fazer isso comigo, mas, agora, eu queria tomar banho com a água fervendo e tirar qualquer resquício dele que tinha em mim.

— Lu? – Raissa me chamou.

— Oi Rai.

— Como você tá?

— Bem – Forcei um sorriso mesmo sabendo que ela não conseguia vê-lo.

— Tem certeza?

— Tenho, pode voltar para a sua festa, eu vou dormir e é isso.

— Te ligo mais tarde.

— Tudo bem.

— Te amo, me desculpa por essa situação, mas, eu gostaria que você fizesse isso por mim também.

— Relaxa, Gatinha, tá tudo bem, de verdade, você fez o certo, eu também te amo.

Desliguei a ligação e me levantei da cama, senti minhas pernas fracas e uma dor muito forte, segui até o banheiro e tirei a única peça de roupa que eu usava, a blusa que o Otávio me emprestou quando nos conhecemos e eu roubei dele em uma das vezes que dormi na casa dele, eu não queria ouvir música nenhuma, eu só queria ouvir o som da água, então eu entrei direto no chuveiro, aí notei que tive um sangramento de escape, isso acontecia quando eu tava estressada.

Coloquei a água no mais quente possível e esperei ela esquentar, depois entrei embaixo do chuveiro e, enquanto sentia minha pele queimar, chorei, quase igual como da primeira vez que eu chorei pelo Otávio, acabei me sentando no chão do banheiro e abraçando minhas próprias pernas enquanto aquela água fervendo caia pelo meu corpo.

jorge maravilhaWhere stories live. Discover now