xviii. SÁBADO

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O único momento em que eu senti raiva de ter aceitado esse trabalho foi quando o  Tavin perdeu para o Kroy na semifinal porque, mesmo que ele quisesse ir embora, eu não ia poder ir porque eu estava trabalhando, mas, eu realmente gostei de trabalhar tirando fotos das pessoas batalhando, foi divertido e a energia do lugar era muito boa.

De todas as batalhas, a minha favorita foi a dele contra a Maria, eles compartilhavam uma energia muito boa juntos e eu amava isso, eu nunca entendi pessoas que não gostam que seu namorado tenha amigas mulheres, para mim, isso era uma green flag, significava que ele não via o gênero feminino somente com um cunho sexual.

Enquanto as batalhas ainda aconteciam, o Tavin conversava com o Matheus, Bia - namorada dele - e a Lia, eles aparentavam estar se dando bem, o que era bom para mim, eu queria que eles gostassem do Otávio.

Quando meu serviço acabou, deixei minha credencial de onde tinha tirado, devolvi o equipamento e recebi trezentos reais pela diária, não era muito, mas, para quem ia sair de lá sem ganhar nada, eu estava bem.

— Foi legal – Foi a primeira coisa que eu falei para o Otávio, ele beijou minha cabeça e sorriu. Matheus, Bia e Lia estavam próximos a nós.

— Que bom que você se divertiu, Lu.

Abracei os meus colegas e depois voltei para os braços do meu namorado, eu sentia tanta vergonha de querer ficar agarrada nele, mas eu também não queria soltá-lo, era bom tê-lo por perto.

Depois que eles foram embora, eu segui para o carro do Otávio com ele e com a Raissa, ela também iria para a festa que foi mencionada mais cedo - no dia anterior - e, provavelmente, a Eduarda também estaria lá, então, se ela falasse que não quer ir, eu imploraria para que ela fosse.

— Ô Otávio – Raissa falou – Posso dormir na sua casa também?

— Pode, por sinal, você ficaria com o Leozin?

Eu olhei para o banco de trás e a Raissa olhou para mim, com isso, começamos a rir bem alto, o Tavin não entendia o que estava acontecendo e era óbvio pela sua cara, mas, para mim e para Raissa, aquilo era hilário.

— Eu sou lésbica – Respondeu entre as risadas.

— Ah. Por isso a Maria sabia onde era sua casa?

— Óbvio!

— Você ficou com a Maria? – Perguntei e ela concordou com a cabeça.

— Tem umas semanas que estamos ficando, se você não estivesse com a mente tão ocupada com o Tavin, eu teria te contado antes.

Senti minhas bochechas corarem, não sabia ao certo o motivo, ele sabia que eu gostava dele, ele gostava de mim e falava bastante sobre os sentimentos dele sobre mim para mim, mas eu sentia vergonha de ele saber o quanto eu gostava dele.

— Bom saber que você ficava com a mente ocupada pensando em mim – Ele disse rindo e eu dei um soco leve no seu braço – Apanhar de mulher bonita para mim é fachada, Lu, pode me bater o quanto quiser.

— Você é muito idiota, puta que pariu.

— Você vai pro Rio no fim do mês, Tavin? – Perguntou Raissa.

— Talvez, os meninos tavam empolgando para ir – Ele tocou na minha mão, que estava em cima da minha coxa – Você gostaria de ir?

— Nah, você sabe, faculdade.

— Verdade, esqueci desse seu defeito – Ele falou rindo.

— Vocês são muito açucarados, da agonia.

— Eu não, o Tavin é assim – Respondi e o meu namorado deu um tapa fraco no meu ombro – VOCÊ ME BATEU?

— Eu não! – Ele disse rindo e eu bati nele de volta – Doeu!

jorge maravilhaWhere stories live. Discover now