xxiii. QUINTA FEIRA

398 52 26
                                    

aos meus leitores da madrugada 🙏 postei um ttk de jorge maravilha vejam lá <3 meu user é o mesmo daqui, tavinsgf

Acordei de madrugada e me deparei com o Otávio acordado, ele parecia pensativo, minha reação foi beijar sua bochecha, tirando ele do transe em que ele se encontrava; depois que eu fui para o estágio e depois para casa, minha mãe me mandou mensagens dizendo que eu estava estragando minha vida e etcétera, ela sempre fazia isso, mas eu não estava tão disposta a largar o Otávio como estava de largar os outros; meu namorado sorriu para mim e me abraçou, fungando meu cabelo e depois deixando um beijo no meu pescoço.

— No que você tá pensando? – Perguntei.

— Nada importante, você devia dormir.

— Não vou conseguir dormir se você não me contar.

— Meio que to pensando em como impressionar os seus pais, seu ex era tão melhor que eu?

— Eu te amo muito mais do que eu amei ele, então isso é irrelevante e relativo, para mim, você é perfeito e é isso, eu to feliz com você e quero ficar com você, foda-se meus pais e foda-se meu ex, não se compare a ele.

— Eu te amo. Muito, muito mesmo, não quero te perder para eles, mas acho que é uma batalha perdida já.

— Enquanto você continuar me amando, eu vou te amar também, não existe batalha.

— Esse mês de dezembro tem sido o mais feliz que eu recordo ja ter vivido, sério, ficar aqui, com você, tem sido muito foda.

Desde que decidimos que estávamos juntos de verdade, o Otávio começou a passar mais tempo comigo na minha casa e, bem, pelo menos com o meu ex, eu odiava ficar o tempo todo com ele, mas com o Otávio era diferente, eu contava os segundos para encontrá-lo, a sua presença era magnífica. Eu gostava de quando ele ficava jogando nintendo switch enquanto eu lia algum livro e ficamos juntos sem conversar, eu amava ter a companhia dele. Agora em dezembro, ele tem tentado me ensinar a cozinhar e comprou um livro de receitas de massa para cozinhar todas as do livro até eu decidir qual é minha favorita.

— Eu odeio meus pais, eles sempre bagunçam tudo na minha vida quando eles chegam.

Seria mentira dizer que eu não considerei terminar com ele depois da minha mãe dizer que estava decepcionada comigo, por algum motivo, a validação dela era algo muito valioso para mim, mas o Otávio também estava sendo uma parte muito importante da minha vida, esse mês que passamos oficialmente juntos foi melhor do que eu podia imaginar ou viver com qualquer outra pessoa. Eu me deitei mais em cima dele e abracei sua cintura com mais força, eu não queria, mas sabia que nossos dias estavam contados, eu nunca venci ela e, infelizmente, o Otávio não conseguiria vencer, ela é imbatível.

— Você tá pensando em terminar comigo, não está?

Fiquei em silêncio, tentei fingir que não ouvi e deixei meu corpo sincronizar as nossas respirações, eu não queria pensar.

— Pode ser honesta comigo, Lu, não falta muito para você ir embora para sua cidade, quero saber isso antes de você ir.

— Eu pensei, mas eu não quero.

— Eu sei que você não quer, eu também não quero, eu te amo tanto que é difícil lidar com a ideia dos seus pais não terem me aprovado.

— Eu to com medo – Confessei, senti meus olhos ficarem marejados e não queria que o Tavin me visse assim.

— Medo de quê? – Perguntou.

— De como nós vamos ficar, da minha mãe, de o que você tá pensando, de o que vamos fazer e de como vai ser de agora para frente.

— Você quer saber o que eu estou pensando?

— Não, eu prefiro não saber.

— Nós vamos fazer alguma coisa, ela nem mora aqui, né? A gente consegue lidar com ela.

— É mais difícil do que você imagina, Otávio, ela é minha mãe, eu conheço a peça.

— Seu pai também me odiou?

— Não sei, mas ele não importa, ele é inofensivo, ou eu acho que ele é, sei lá, eles dois são muito difíceis e confusos, eu odeio isso. Eu já te contei por que meus pais vivem separando e voltando?

— Não, acho que não.

— Meu pai traiu a minha mãe, a gente não sabe ao certo há quanto tempo ou com quantas pessoas, ele nunca é honesto sobre isso, a gente descobriu que ele tinha um relacionamento com uma mulher que, tipo, era só três anos mais velha que a minha irmã e era garota de programa, eles dois acabaram se envolvendo romanticamente e era maior cagada, sabe? Depois disso, minha mãe separou, mas acabou voltando e eles se destroem, quando eu decidi vir para São Paulo, eu tive pena da minha irmã, muita pena, porque ela ia ter que lidar com os meus pais sozinhos, mas eu decidi que eu merecia ser egoísta, durante toda a minha vida, desde que as traições iniciaram, ela se afastou totalmente de todas as situações deles e eu tive que lidar sozinha, eu carreguei ela no colo, mesmo sendo irmã mais nova e, bem, vir para São Paulo era uma vontade que eu sempre tive, eu sabia que era meu destino, então eu decidi que era isso que eu ia fazer e foda-se, ela já é grande, sabe?

— Eu te acho tão profunda e tão cuidadosa, acho que é por isso que você me ama tanto, você precisava de alguém para te ajudar e cuidar um pouco de você, eu gosto de cuidar de você, é bom, você é... Eu amo estar com você e perto de você.

— Meu pai é complicado, eu amo ele e acho ele mais fácil de lidar do que a minha mãe, mas eu sei que ele é pior do que ela, a forma como ele manipulou ela e era abusivo com ela durante todo o relacionamento era absurdo, de verdade, Otávio, você não faz ideia de como eles são e de quão conturbado é o relacionamento deles, meu pai seguia ela, entrava na nossa casa de madrugada para ver ela dormindo, rondava os locais que ela estava e etcetera, eles são impossíveis.

— Lu, eu... Eu sinto muito por tudo, você é tão nova, não devia estar lidando com essas coisas, eu queria poder te proteger deles.

— Mas não pode, eles são meus pais, ninguém consegue me proteger deles. Eles gostavam do meu ex e, bem, meu ex gostava deles também, ele é um dos meus melhores amigos e é uma pessoa maravilhosa, mas, ele sabia que era impossível vencer eles, então ele se uniu a eles, até porque eles permitiam isso, com você não é bem assim.

— Você acha que deveríamos terminar?

— Eu não quero.

— Não foi essa a pergunta, perguntei o que você acha que devemos fazer.

— Talvez, mas eu não quero que a gente pense nisso agora.

— O que você quer que a gente faça?

— Durma, ou só fique abraçado pensando em outras coisas que não envolvam meus pais. Boa noite, Tav.

— Boa noite, Lu.

jorge maravilhaWhere stories live. Discover now