v. QUINTA FEIRA

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O resto do caminho consistiu em ouvir um pouco de Slipmami e conversas aleatórias sobre a faculdade. Quando chegamos, meu olhar se encontrou com o Tavin, ele estava encostado em uma caixa de som com uma lata de Pepsi na mão, ele estava usando uma calça jeans preta cintura baixa baggy, uma blusa preta e uma jaqueta de couro. Só quando eu saí do carro notei que São Paulo estava um pouco frio e que minha amiga estava de meia calça, mas não era nada que me incomodasse de fato, então decidi seguir meu momento.

Eu e a Raissa andamos com calma até ele e o seu grupo de amigos, ela conhecia todo mundo, o que era estranho para mim porque eu nunca tinha visto nenhum desses caras antes na minha vida.

— E aí – Tavin falou se desencostando da caixa de som e se aproximando de mim, depois olhando para mim de cima a baixo. – Você é realmente muito paty, caralho.

Quis me matar e matar alguém naquele momento.

— Gente, essa é a Luma, uma amiga minha da faculdade – Anunciou Raissa sorridente enquanto as pessoas na roda aparentavam estar confusas pela minha interação com o Tavin – Lu, esses são Thiago, Apollo, Maria e o Tavin você já conhece.

— Prazer – Falei em um tom tímido com um sorriso sem dentes e acenando de forma discreta com a mão.

O Thiago e o Apollo eram pálidos e tinham o braço fechado por tatuagens, os dois também seguravam um copo de plástico com cerveja, mas o Apolo era mais alto que o Thiago, enquanto isso, a Maria era encantadoramente linda, ela tinha um cabelo cheio de cachos e algumas tatuagens pelo seu corpo, unhas enormes, olhos fixantes.

— Você é muito linda – Foi a primeira coisa que a Maria falou para mim.

— Você também é – Respondi sentindo minhas bochechas corarem.

— Você tem um sotaque bonito, nunca tinha ouvido antes, de onde você é?

— Ah, eu sou do Pará, fica no norte.

— A irmã de um amigo meu foi lá um tempo desses fazer foto de casamento e tal – Thiago falou com um tom de voz engraçado.

— Nossa, que legal, lá tem locais bem legais mesmo – Eu disse um pouco tímida.

— Você tem família aqui? – Maria perguntou e eu confirmei com a cabeça.

— Dois ou três tios aqui e ali, mas eu moro sozinha em um apartamento perto da minha faculdade.

— Jornalismo, né? – Apollo pergunta – Você tem cara de jornalista mesmo.

— Deus te ouça e eu não vire uber – Comentei com um tom de humor e todos riram de mim.

Eu olhei para Tavin de relance, ele parecia estar um pouco retraído, mas ainda sorria para mim, fiquei surpresa com o seu silêncio, eu queria que ele estivesse tão interessado em mim quanto os outros estavam.

— Você conhece o Tavin de onde? – Maria questionou-me.

— Sem querer sujei ela em uma batalha aí – Ele disse e notei que, naquele momento, a Sofia parecia estar tentando incluí-lo no assunto, como se tivesse notado a timidez repentina dele – E ela me entrevistou pela CNN.

— Nossa, que legal! – Maria respondeu animada, seus olhos estavam brilhando, era adorável.

— Lu, você quer beber algo? – Tavin me perguntou.

— Depende, você vai me bancar? – Perguntei com um tom de humor e ele acabou rindo.

— Vou pegar mais uma pepsi para mim, você pode ir comigo?

Minha forma de resposta foi concordar com a cabeça, ele estendeu sua mão e eu segurei seu pulso, não sei porque fiz isso, meu coração batia forte, eu estava nervosa, ele me fazia sentir falta de ar, eu não entendia ao certo o que estava acontecendo comigo, só sabia que ele estava mexendo com o meu corpo apenas segurando a minha mão. Acho que tinha tanto tempo que eu não flertava com alguém novo que eu esqueci essa sensação.

jorge maravilhaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن