viii. SEGUNDA FEIRA

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Assim que acordei, chequei meu celular com altas expectativas, depois notando que não, o Tavin ainda não tinha me mandado mensagem desde o que aconteceu na sexta, continuei deitada na minha cama sem motivação.

No sábado de manhã, quando eu acordei, ele ainda estava lá e estava dormindo, mas eu tinha aula de francês, então escrevi um bilhete e deixei em cima da bancada da cozinha avisando que eu ia para a minha aula, mas que voltaria às dez e meia no máximo e ele poderia me esperar lá, mas, quando eu voltei, ele já tinha ido embora. Desde então, passou-se um mês e nada, ele não me mandou mensagens e nem pediu sua blusa ou jaqueta de volta, óbvio que eu também não mandei mensagem para ele, mas eu acho que, por ele ter ido embora, significava que tinha sido algo casual.

A Raissa me perguntou uma vez sobre o que tinha acontecido entre nós dois, eu contei, ela riu bastante e disse que eu deveria mandar mensagem para ele dizendo que foi legal, mas com que cara eu faria isso? A nossa experiência sexual foi desastrosa, ele não deve querer falar comigo de novo.

Segui meu caminho como sempre, levantei da cama, fiz minhas higienes básicas e meu café da manhã, vesti uma calça jeans de lavagem clara e uma blusa do deftones com a arte de um carro na frente, depois fui até a faculdade a pé. Quando cheguei lá, a Raissa e o Matheus já estavam em sala, me sentei no meu mesmo lugar de sempre e tirei o meu iPad da mochila.

— Ei, Raissa – Uma das meninas da minha sala chamada Eduarda chamou a minha amiga – Aquele seu amigo, Tavin, me mandou DM, você sabe se ele tá afim de mim?

— A música nova dele tá boa – A Raissa falou somente isso.

Acho que eu estava chateada com ele e comigo, eu devia ter perdido minha virgindade com o meu ex, foi burrice da minha parte ter decidido perder com alguém que eu mal conhecia. Agora eu me sentia estranha e um pouco usada, mesmo que ele não tenha tido tanto proveito dessa experiência. A aula de história iniciou e eu desliguei meus pensamentos do Tavin, mas, quando a aula acabou, ele voltou na minha mente e, mesmo quando eu tentava fugir dessas memórias, era quase impossível.

— Você tá bem? – Perguntou Matheus enquanto íamos para a fila do RU.

— Sim, sim, por quê?

— Você tem andado muito distante desde que você saiu com aquele menino, aconteceu alguma coisa?

— Nada relevante. Ele só não me mandou mensagem, mas já era de se esperar.

— Por que?

— Eu não acho que eu faça o tipo dele e também não acho que ele faz o meu e, para finalizar, eu levei ele pro meu apartamento no nosso primeiro encontro, eu imaginava que acabaria nisso.

— E o que você queria que ele fizesse?

— Não sei.

— Você mandou mensagem para ele para, sei lá, conversar?

— Eu não devia, se ele quisesse falar comigo, ele me mandaria mensagem.

— Celular funciona dos dois jeitos, sabia? Eu sempre te achei tão madura, por que você tá fazendo joguinhos?

— Não sei. Mas eu não vou mandar mensagem para ele.

— Já pensou em postar no seu stories que você está ouvindo a música nova dele?

— Isso seria vergonhoso.

— Mas você quer falar com ele, você chamaria a atenção dele fazendo isso e talvez ele puxasse assunto com você.

— Eu sempre soube que ele era problema, Matheus, eu mereça estar assim

— Para de ser dramática e dá em cima dele, Luma.

Quando chegou a nossa vez na fila, paramos de conversar sobre esse assunto, meu dia foi tranquilo e a mesma coisa de sempre, às vezes, aquela monotonia me irritava, mas também não posso negar que o que eu queria para sair dela seria ficar em casa deitada o dia todo.

Tendo em vista que eu não queria mais ver o Tavin, eu decidi não ir mais nas batalhas e, definitivamente, voltar para minha rotina de antes de ele existir, a única coisa que me incomodava é que, querendo ou não, ele tinha existido, eu podia fingir que não, mas ele me marcou de alguma forma e eu não conseguia tirá-o dos meus pensamentos cotidianos.

Eu cheguei em casa oito horas e me deitei na cama, depois pego meu celular e decidi ouvir a tal música nova do Tavin, o nome era "Conga La Conga", o que me fez lembrar, automaticamente, da Gretchen cantando e dançando Conga no programa da Xuxa. De qualquer forma, dei play na música e, assim que ouvi sua voz, senti um arrepio percorrer meu corpo, ela era tão boa de se ouvir, eu achava, no mínimo, agradável.

Quando a música acabou, fiz o que o Matheus mandou, postei nos meus stories na expectativa de que ele fosse responder, depois disso, joguei meu celular na cama e fui tomar banho, arrumar a casa, estudar um pouco da matéria de hoje e, por fim, olhei de novo meu celular, vendo que o Matheus tinha razão.

jorge maravilhaWhere stories live. Discover now