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Don't blame me

- Pablo Gavira -

Eu me sentei na beirada da cama, o silêncio do quarto amplificando meus pensamentos sombrios. Embora já não estivéssemos juntos, uma conexão invisível persistia entre mim e Alice. E, naquela noite, algo dentro de mim sussurrava que algo ruim estava prestes a acontecer com ela.

Mesmo separados por milhares de quilômetros, meu coração parecia estar em sincronia com o dela. Eu sentia sua ausência como se fosse minha própria falta de ar. E agora, um sentimento de inquietação se infiltrava em mim, como se as ondas do oceano que nos separavam estivessem se agitando com uma mensagem urgente.

Eu peguei o celular e deslizei pelo feed das redes sociais, na esperança de encontrar alguma pista, alguma indicação de que ela estivesse em perigo. Mas tudo parecia normal. Fotos ensolaradas da praia de Santos de paparazzis, nada indicava que algo estivesse errado.

No entanto, meu instinto insistia que havia algo além do que os olhos podiam ver. Um chamado interior me impelia a agir, a fazer algo para proteger Alice, mesmo que já não fôssemos mais um casal. Eu sabia que ela merecia minha ajuda, mesmo que isso significasse enfrentar a incerteza de nossos sentimentos passados.

Sem pensar duas vezes, peguei minhas chaves e saí apressadamente de casa. Eu precisava agir, encontrar respostas e garantir a segurança de Alice. Seu melhor amigo, Neymar, era a pessoa certa para me ajudar nessa busca. Ele conhecia Alice tão bem quanto eu, melhor do que eu, e entenderia minha preocupação, mesmo que não gostasse de mim.

Peguei um táxi em direção à casa de Neymar, com o coração apertado e a mente cheia de questionamentos. Será que eu estava apenas paranoico? Será que meus sentimentos eram apenas resultado da minha preocupação e amor por ela? Ou havia algo mais sinistro se desenrolando, algo que eu precisava descobrir antes que fosse tarde demais?

Ao chegar à casa de Neymar, bati com força na porta, minha ansiedade transbordando por cada poro. Eu precisava encontrar respostas, e Júnior era minha única esperança. Independentemente das feridas emocionais que havíamos compartilhado no passado, ele era o único que eu confiava para me ajudar a desvendar o mistério que envolvia Alice.

Enquanto esperava a porta se abrir, eu sabia que o tempo estava se esgotando. Eu não poderia ignorar essa sensação inquietante, pois sabia que, no fundo, Alice ainda significava algo para mim. E se houvesse algo que eu pudesse fazer para protegê-la, mesmo que isso significasse enfrentar meus próprios medos e incertezas, eu faria isso sem hesitar.

Então a porta finalmente se abriu, revelando o semblante sombrio de Neymar. Seus olhos, carregados de desconfiança, encontraram os meus enquanto minha voz, ansiosa e incerta, ecoava pelo ambiente.

- Preciso da sua ajuda. - Minha voz ansiosa e incerta ecoou.

Um franzir de sobrancelhas e uma expressão tensa revelaram o desconforto que ele estava sentindo. Seu tom de voz refletia a indignação que o dominava.

- Você tem que ser extremamente cara de pau para vir até aqui e pedir minha ajuda. - Respondeu, deixando transparecer indignação.

- Neymar, por favor. - Implorei, buscando desesperadamente por qualquer sinal de compaixão em seu olhar endurecido.

Um silêncio pesado pairou no ar por um instante, como se o destino estivesse pendendo na balança. Mas suas palavras cortantes vieram como um golpe certeiro.

- Depois de tudo o que você fez, eu deveria te matar, não te ajudar. - Ele afirmou, revelando o peso da traição em suas palavras.

Meu peito doeu com o peso da rejeição, mas eu sabia que não poderia desistir. Ainda havia uma faísca de esperança, por menor que fosse.

Em CampoWhere stories live. Discover now