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ashtray:

tirei o moletom e as luvas junto com o capuz e os coloquei em uma sacola separada, chequei para ver se tinha alguma gota de sangue em mim e peguei a câmera saindo pela garagem da casa que dava pra outra rua. Passei por um beco e cheguei no meu carro indo embora.

eu gravei tudo pela câmera porque depois da pra eu quebrar ela e não deixar nenhum vestígio meu ali.
Cheguei em casa e na rua mesmo botei todas as provas de que eu estive naquele lugar dentro de um tambor junto com álcool e joguei fogo tampando o tambor em seguida.

entrei em casa e esperei o fezco voltar. Com toda essa merda que aconteceu na semana eu queria conversar com ele e dizer o que precisava ser dito. Fezco chegou de madrugada e eu tava fumando do lado de fora de casa pensando e querendo saber como foi a corrida.

pelo visto foi bem, já que tinha dois carros parando na frente de casa.
fezco saiu do carro novo com um sorriso de orelha a orelha me olhando super feliz e eu apenas levantei da calçada e joguei o resto da maconha do chão.

- olha isso maninho! - ele falou super feliz enquanto outro cara que eu nunca tinha visto em toda a minha vida saia de dentro do meu mustang 1960.

- legal. - falei meio desanimado e continuando sério analisando o cara de cima pra baixo.
- quem é esse? - perguntei

- é um amigo. - o fezco fala feliz, mas não como antes.

- parabéns. - respirei fundo e entrei dentro de casa.

eu fico puto com isso porque o durão de nós dois deveria ser o fezco, e ele tá mais pra um cachorro salsicha ruivo que late mais muitas das vezes não morde.
o que tô dizendo é que eu tenho que ser "o irmão chato que não gosta de ninguém, e que só sabe mandar as pessoas irem se fuder" mas na verdade, eu tomei esse papel porque sabia que o fezco não iria conseguir ser por muito tempo.

alguém de nós dois tem que mostrar pras pessoas que elas não podem simplesmente chegar e pular nas nossas costas pra fazer o que bem entendem com nós dois. Eu amo o fezco, por mais que não fale isso pra ele..

não foi culpa do fezco o que minha mãe fez comigo e muito menos sentir a obrigação de assumir a responsabilidade e de me criar esses anos todos. Cuidou de mim quando era criança e entendo ele ser descontraído e tentar ser alegre, pelo fato dele não ter tido uma infância decente e a oportunidade de conseguir isso.

só não sei o porquê de eu não conseguir ser assim. Eu não o culpo pela minha personalidade e muito menos pela forma que me criou, ele fez o que tava no alcance dele por mim.. eu só fico irritado porque o fezco vira "amigo" de todo mundo a partir do momento que conheci elas e isso não é nada bom.

ele entrou em casa depois de um tempo com a chave do outro carro na mão.

- deu certo? - perguntou pra mim e eu assenti. - como matou? - pergutou.

- uma facada no pescoço - respondi e ele bufou.

- cadê a faca? - pergutou.

- limpei a lâmina e depois joguei.
- respondi.

- como foi? - pergutou.

- fácil. - eu respondi olhando meu celular

- aí ash - o fezco chamou minha atenção e eu o olhei - eu consegui cassete. - ele falou super feliz.

- você conseguiu porra. - sorri junto com ele orgulhoso pela sua conquista.
- parabéns Fez. - falei realmente feliz por ele.

- então vem aqui me dar um abraço maninho. - ele avriu os braços e são nesses momentos que entendo o amor de irmão. a pessoa pode ser um merda pisicopata, mas o outro tá sempre ali de braços abertos, o engraçado é que os mesmos brigam por qualquer coisa.

(...)

emma:

eu sonhei que eu morria por causa das drogas, não literalmente por causa delas mais sim pelo fato de estar com o dinheiro delas.

isso ficou me assombrando pra cassete e eu não quero mais fazer parte de tudo isso entende? eu já tenho o ashtray pra me estressar, o que na minha opinião, é muito pior.

não sei como o fezco vai reagir a isso mas descobri que ele e ash venceram a corrida de ontem a noite, o que concerteza me tura da jogada e faz eles seguiram com tudo isso sozinhos.

era de manhã cedo e eu tinha que ir pra psicóloga fazer a minha sessão com ela.

eu fui de bicicleta e com uma arma nas costas, só espero que ela não veja ou que pelo menos não me revista na entrada do consultório.

cheguei lá e a doutora já estava esperando.

(...)

como sempre, saí de lá com os olhos marejados e pensando em tudo na minha vida.

eu queria ver o ashtray então fui pra loja e claro que iria aproveitar pra falar com o fezco.

- Fez eu quero falar com você. - falei quando o vi na parte de fora da loja.

- eu também preciso. - ele falou sério.

- pode falar primeiro. - eu confesso que estava com um pouco de medo de falar que queria sair.

- eu não preciso mais de você trabalhando pra mim, então você não vai mais participar dos esquemas.
- eu fiquei aliviada. - foi mau ai, se quiser ficar com o dinheiro que conseguiu, pode ficar sem problemas.

- tá tudo bem fezco. - falei aliviada.
- era isso que eu ia falar com você mesmo. - comentei e ele assentiu sério e do nada foi crescendo um sorriso no seu rosto.

- eu ganhei o carro emma. - ele falou e eu sorri junto.

- eu sei, você e o ash mandaram bem.
- falei e o sorriso dele foi desaparecendo. - cadê ele pra eu dar os parabéns? - perguntei

- tá la dentro. - ele respondeu e eu fui encontrar o ashtray.

cheguei na sala de drogas e ash tava contando dinheiro e colocando no caixa.

- parabéns gatinho. - falei e ele olhou pra porta sério.

- você já sabe? - perguntou e eu não entendi.

- claro que sei ash. - falei meio desanimada e ele respurou fundo. - agora vocês dois tem 2 carros né?
- perguntei.

- claro.. eu.. consegui. - ele falou com um sorriso falso.

- quer ajuda? - perguntei

- não, não precisa. - ele me respondeu levantando e vindo ao meu encontro. 

- tá bom. - falei enquanto ele se aproximava com um sorriso de canto e olhando pra minha boca.

- foi pra onde? - pergutou enquanto segurava minha cintura a alisava até meu quadril.

- pra terapia. - respondi e ele assentiu aproximando a cabeça pra minha boca.

ele me deu dois selinhos e eu depois apertou minha cintura.

- ash você foi mesmo pra corrida?
- perguntei e eme me soltou.

- por que tá perguntando isso? - perguntou. 

- você ficou estranho quando eu te dei parabéns. - respondi.

- não fiquei não. - tentou se explicar.

- tá bom então, eu tô indo pra casa tá?
- pergutei.

- beleza. - me deu outro selinho e voltou pra cadeira.

eu sai da loja super desconfiada porque o ashtray não se ofereceu pra me levar em casa. ele sabe muito bem que o mike tá a solta e não se preocupou nem um pouco com a minha segurança.

peguei a bicicleta e fui pra casa tentando entender que merda aconteceu ali.

eu tava tão atenta aos meus pensamentos que nem prestei atenção quando um carro passou na minha frente e quase me atropelou, sorte que ele parou antes.

- CARALHO GAROTA, PRESTA ATENÇÃO PORRA! - o home de dentro do carro falou e eu tava tão sem reação que nem consegui falar nada pra ele.

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oioi, gente dps eu vou corrigir blz?

𝕞𝕚𝕟𝕖-𝔸𝕤𝕙𝕥𝕣𝕒𝕪Where stories live. Discover now