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emma:

fui dormir aquela noite muito confusa comigo mesma. Eu não sabia se tava feliz, ou preocupada. Mas sei que acordei com tanto medo, que esqueci o que tinha que fazer de manhã.

eu tava tão preocupada comigo, não sabia o que o mike poderia fazer pra mim. Eu tava super paralizada e só conseguia fazer o básico o dia todo.
o dia todo fiquei na cama.

não só pelo fato de estar preocupada, mas também por estar com nojo de mim. Eu deixei aquilo acontecer, se eu não tivesse me lembrado da arma, o que poderia ser de mim?
eu tava com tanto nojo de me olhar no espelho, e de me sentir viva sabe?

me lembrava de cada minuto naquela rua, cada toque que ele me deu, o quanto ele me violou minha vida toda! e me deu nojo. Nojo de mim, nojo do meu corpo, nojo por ser eu, e por ter deixado tudo acontecer na minha vida.

me lembrava de quando ele me olhava no banho, e de quando entrou no meu quarto e apertou meus peitos.
lembrar de tudo que ele e meu padrasto me fizeram, foi demais pra mim. Me lembrei de uma festa que teve em minha casa, e todos os amigos do meu padrasto estavam lá, como eles me olhavam com desejo, e como eles falavam de mim naquela festa. Lembrei da minha mãe, que naquela mesma noite me bateu, por está vestida igual puta.

não consegui sair da cama, e nem mesmo fiz esforço pra aquilo, era inútil. Eu precisava de um momento a sós com a minha mente, querendo ou não, e aquele dia chegou.

naquela casa, naquele guarto, em cima da cama e em baixo do meu lençol, decidi que ia seguir em frente.
Eu precisava deixar a infelicidade e o que me aconteceu ora trás, e focar na minha alegria a partir daquele momento. Claro que minha história não seria apagada, mais eu precisava esquecer ela, por um segundo se quer.
nem tudo que aconteceu foi minha culpa, e eu não podia deixar o que me aconteceu no passado, afetar a pessoa que eu poderia ser no futuro.

as 18:00 da tarde me levantei, me arrumei, nem tanto... e fui pra casa de ashtray.

- ash. - falei entrando em seu quarto.

- oi linda. - ele falou ao me vê na porta. - eu achei que tu tinha morrido. - ele falou. (pegaram a referência?!).

- ainda bem que não, porquê eu tenho que te contar algo. - falei me sentando na cama.

- pode falar. - ele me da um selinho.

- eu atirei no pau do mike. - falei e ele levantou da cama rápido.

- QUE? QUANDO? - ele fala muito nervoso.

- ontem a noite. - eu falei.

- como assim caralho?

- ele veio atrás de mim ontem a noite e...

- QUE? PORQUE NÃO MATOU ESSE FILHA DA PUTA? ELE TE SEGUIU? - ashtray tava confuso.

- por que você tá gritando? - pergunto confusa.

- ainda bem que não matou, porquê quem vai sou eu! - ashtray fala alto, mas não o suficiente pra ser classificado como grito.

- ele deve ter morrido, tava sangrando pra cassete quando eu corri. - revelei.

- que porra em emma, devia ter deixado pra mim. - ele fala meio desanimado e triste.

- para de ser pisicopata garoto! - falo o dando um empurrão.

- ele te machucou? fez alguma coisa? - ele me pergunta dessa vez preocupadíssimo

- não ash. - falei omitindo por vergonha.

- ele vai morrer! - ele falou. - sei que você tá mentindo. - ele falou e eu baixei a cabeça.
- se ele não morreu, vai querer se matar. - ele falou rindo.

𝕞𝕚𝕟𝕖-𝔸𝕤𝕙𝕥𝕣𝕒𝕪Where stories live. Discover now