𝕞𝕚𝕟𝕖-𝔸𝕤𝕙𝕥𝕣𝕒𝕪

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emma:

a porta do banheiro foi aperta com uma bala, e eu me assustei deixando a gilete de lado e me sentando na banheira.

- PUTA QUE PARIU EMMA - ashtray entrou no banheiro e eu começei a chorar muito mesmo.

coloquei a mão no rosto pra esconder que eu tava chorando.

- QUE PORRA VOCÊ TÁ FAZENDO? ME FALA! - ashtray chegou perto da banheira e segurou meu braço apertando pra eu olhar pra ele.
- VOCÊ QUER ME MATAR TAMBÉM PORRA? - ele tava muito irritado e aquilo fez eu pensar o quão idiota eu sou. Ele pegou a gilete e jogou pra fora do banheiro.

- me desculpa. - falei.

- SÉRIO EMMA, VOCÊ TÁ PEDINDO DESCULPA PRA MIM? VOCÊ DEVIA PEDIR DESCULPA PRA VOCÊ MESMA! - ele falou e me tirou da banheira pegando uma toalha.

- ELA ME ABANDONOU ASH, TODOS ME ABANDONAM. EU SÓ NÃO QUERO ME SENTIR ABANDONADA. - gritei pra ele me entender.

- SE TODOS TE ABANDONAM, QUE PORRA EU TÔ FAZENDO AQUI EMMA?
- ash me soltou e eu sentei na cadeira.
- SERÁ QUE EU VOU TER QUE TE PROTEGER DE VOCÊ MESMA? - ele gritou irritado mais ainda com a expressão de tristeza.

- eu tô falando dela ash. - falei.

- emma, eu sei o que você senti vai por mim. A minha mãe também me fez sentir um bosta. - ele falou. 
- fui abandonado emma. eu sei o que você tá sentindo. - ele segurou meu rosto pra olhar pra ele.
- você não quer se matar, quer matar isso dentro de você. - ele falou e eu chorei.

- eu amo tanto ela, porquê ela não pode me amar assim? - coloquei a mão no rosto de novo.

- porque filhas da puta não sentem pena. - ele falou. - vem. - ele segurou minha mão e me levou pro quarto.

entrando lá, vi a carta no chão e o ursinho também. o que indicava que ele tinha lido. me sentei na cama e ash pegou uma roupa pra mim.

- coloca isso. - ele falou e se virou pra eu ter privacidade, eu sabia que ele não ia sair do quarto por medo do que podesse acontecer comigo.

coloquei a roupa e me sentei na cama de novo.
- pode virar. - falei e ele se virou vindo em direção a mim e se sentando na cama. Ficamos em silêncio por um tempo. - ela me encontrou no trabalho.. - falei com lágrimas e contraindo meus lábios um no outro.
- ela tava muito magra, e parecia triste, ela veio atrás de mim e contou a notícia do meu padrasto, o que eu já sabia. Ela me soltou e me bateu quando descobriu que eu sabia do que tinha acontecido.

ashtray não parou de me olhar
enquanto eu explicava a ele tudo.

- emma, sua mãe é uma filha da puta. você não é culpada por porra nenhuma que aconteceu na vida dela.
Isso tem que acabar emma, você tem que seguir em frente, mesmo que doa.
- ashtray baixou a cabeça, eu sabia que no fundo ash falava essas palavras pra ele mesmo, quando se pegava pensando em sua mãe.

- ash. - o chamei.

- oi. - ele falou me olhando.

- como você conseguiu? - perguntei porque pra mim não fazia nenhum sentido.

- eu não consegui emma. Eu tento, e sei que se ficar pensando demais, não vou continuar com minha vida.
- ash falou algo que me fez pensar muito. 

- hum.. - resmunguei e ele me olhou.

- puta merda emma, você tem noção do que você ia fazer agora? - ele colocou a mão no rosto.
- você ia me matar junto. - ash me olha com algumas lágrimas querendo escapar.