O bom de Niall ser advogado criminalista, é que ele conhece bem as brechas do sistema e do presídio, e ele intermediou uma conversa entre mim e um policial penitenciário de índole duvidosa.

E é nessas horas que eu percebo mais uma vez que Louis estava completamente certo quando disse que dinheiro pode não comprar tudo, mas ele compra muita coisa.

Ele inclusive compra uma sala no presídio, onde eu possa encontrar de forma íntima e a sós com ele, mesmo a visita íntima ainda não tendo sido permitida.

"Aproveitem os trinta minutos." O guarda aparece na porta segurando Louis pelo braço. Ele se vira para Louis e o encara. "E você, não tente nenhuma gracinha ou você sabe as consequências."

Louis me encara enquanto eu permaneço sentado no banco longo da única mesa quadrada disponível na sala vazia e franze as sobrancelhas enquanto o guarda o solta voltando para grade e fechando-a, permanecendo em pé em frente a porta e de costas para nós dois.

"E olha que eu jurava que estava indo para o corredor da morte de forma forçada." Ele comenta ao se aproximar e eu solto uma risada baixa e nervosa.

Com as mãos algemadas, ele passa uma das pernas para dentro do banco e se senta de frente a mim dessa vez. Minhas pernas permanecem para dentro da mesa e eu me viro levemente de lado para encará-lo. Nós nunca ficamos tão próximos desde que ele foi preso e meu coração dispara por essa aproximação.

Quero tocá-lo e sei que ele vai me repelir, mas mesmo assim, eu passo meus braços em volta do seu ombro e o puxo para perto, me afundando na curva do seu pescoço. Suas mãos algemadas permanecem entre nós dois, mas ele não me empurra e nem me para.

"Eu posso não estar cheiroso." Ele comenta baixo e eu solto uma pequena risada. "Esse spa é péssimo para banhos."

"Você sempre está cheiroso." Sussurro, mesmo não sentindo o cheiro típico de sua colônia, porém sua pele sempre me cheira a limpeza e frescor.

"Posso começar a falação ou você quer aproveitar o abraço por mais tempo?" Ele diz e pousa os lábios em meu pescoço, me causando um arrepio imediato.

Qualquer toque dele parece mais intenso do que nunca e eu praticamente estremeço em seu abraço.

"Eu quero aproveitar por mais tempo." Sussurro, me aninhando ainda mais em seu pescoço, fechando os olhos.

Quando ele traça uma linha de beijos desde meu ombro até abaixo da minha orelha eu só consigo implorar para que o tempo pare nesse momento para que eu possa sentir seus lábios em minha pele para sempre.

Solto um suspiro alto e ele parece tentar de algum modo ter um pouco mais de contato, mesmo tendo os movimentos limitados.

"Malditas algemas." Ele diz baixinho entre os dentes.

Me afasto levemente de seu corpo e encontro o seu olhar no meu. Seus olhos ainda são duros, mas eu sei que ele precisava desse abraço tanto ou até mais do que eu.

"Como você está?" Pergunto.

"Já acabou o abraço?" Ele ignora a minha pergunta e eu assinto rapidamente pressionando os lábios evitando um sorriso porque sei que a falação irá começar. "Que caralho de sala é essa, Harry?"

"Uma sala do presídio." Dou de ombros, tentando soar despreocupado.

"E como você conseguiu essa sala do presídio, oh minha preciosidade?" Ele diz de forma irônica e eu não contenho um riso baixo que me escapa.

"Eu tenho contatos."

"Você subornou os guardas." Ele afirma rapidamente.

"Baby, eu sou um advogado de prestígio, eu não pratico suborno."

EXTORSIONÁRIO [L.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora