Essa é uma história fictícia, portanto, não a leve como parâmetro para nada, a não ser que você esteja em cativeiro, sofrendo de síndrome de estolcomo, e se apaixonado pelo seu raptor. Caso contrário, use sempre camisinha. SEMPRE! Se proteja...
Quem vê cara, não vê doença.
ㅡDever, Colorado.
Sexta-feira, 22 de outubro de 2016.Eu não preguei os olhos nem por um instante nessa madrugada. Uma crise de ansiedade se instalou em mim e fui incapaz de pegar no sono.
Ontem à noite, levei Louis até o banheiro para que ele tomasse um banho longo enquanto eu preparava algo para ele comer. Mesmo deixando o lanche pronto com um chá quentinho, ele não comeu e com muita dificuldade, tomou apenas o chá. Não insisti muito, afinal, esse é um dos sintomas da tristeza.
Ele não disse mais nada a respeito da mãe ou a respeito de qualquer coisa, e apesar de mantê-lo em meu abraço, não ouvi sua voz nem por um instante enquanto o fazia carinho. Só fui ouvi-la novamente, quando o celular tocou e nós dois nos assustamos.
Meu coração ficou apertado ao saber que poderia ser uma notícia que ele não queria receber, mas quando soube que era Zayn, meu coração ficou apreensivo. Se eles pensassem um pouco, saberiam que eu joguei verde com os dois, arrancando de cada um o que quis arrancar. Por sorte, Zayn apenas disse que iria voltar só no outro dia à tarde, porque precisava se aliviar de alguma forma ㅡ seja lá o que isso signifique.
Levei Louis até a cama, deitei o seu corpo o cobrindo, e tomei meu banho antes de me deitar com ele. Passei a madrugada acarinhando suas costas nuas com as pontas dos dedos enquanto ele repousava em meu peito. Nenhum de nós ousou dizer nada e eu passei boa parte da noite contando as batidas dos nossos corações se intercalando como melodia.
Ele custou a pegar no sono por causa da cocaína, e quando ele finalmente dormiu, observei a destruição que ele fez no quarto, inclusive com a lamparina que ficou espatifada no chão. Algumas gavetas reviradas, outras quebradas, algumas peças de roupas espalhadas pelo quarto.
Se eu dissesse que não tenho medo dele, eu estaria mentindo. Tenho medo da sua inconstância, dos seus ataques de raiva, da sua agressividade, da sua mudança de humor repentina.
Louis sofre de algumas doenças psicológicas, eu sei disso. Quais são, eu já não tenho tanta certeza assim. Depressão, talvez. Síndrome de borderline, transtorno bipolar... fora a droga que consequentemente agrava e potencializa tudo.
Sei que ele pode ter desenvolvido isso com a doença da mãe e com a iniciação no crime. Não deve ser fácil viver essa vida. Sempre à espreita, com a morte rondando, fugindo, sem sossego.
Louis não tem paz e inevitavelmente não transmite paz para quem quer que esteja ao seu lado.
Imagino o tanto que a mãe dele deve ter sofrido por imaginar o filho no tráfico, depois nos assaltos, e por fim, como um assassino. Não consigo imaginar o que é ter a consciência de que a vida de uma pessoa acabou em suas mãos.
Sei que deveria odiá-lo por tudo, mas eu não consigo. Mesmo sabendo por alto as coisas que ele fez, ainda sim, o vejo na linha exata entre o facínora e a vítima.
Eu poderia dizer que ele escolheu o caminho mais propício, mas de certo modo, sei que esse caminho não é de fato o mais fácil.
Olhando para ele agora, dormindo em meu peito com a boca entreaberta e os cílios longos repousando nas bochechas, só consigo pensar em como deve ser estar dentro de sua cabeça. O que ele pensa o tempo inteiro... o que ele sente.
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EXTORSIONÁRIO [L.S]
FanfictionEXTORSIONÁRIO: aquele que prática extorsão. Extorsão é o ato de obrigar alguém a tomar um determinado comportamento, por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem econômica. Harry Styles, um renomado advogado de Denver, se vê e...