epílogo

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ouçam suspicious minds do elvis presley no "*"

Apesar da brisa da primavera roçar meu rosto com aromas de flores e frescor, o céu está estranhamente cinza.

Não há nuvens… é apenas um grande borrão acinzentado que pinta a atmosfera.

Fico reparando no céu enquanto Louis pilota a moto comigo em sua garupa. O barulho do motor juntamente com o vento são as únicas coisas que eu escuto. Seguro fortemente em sua cintura enquanto reflito.

Louis nunca foi um céu cinza para mim. Ou ele era um sol escaldante ou uma chuva torrencial. Nunca existiu meio termo. Ele sempre me levou ao extremo ㅡ na dor e no amor.

Sinto, às vezes, como se já tivéssemos vivido tudo, e ainda sim, tenho a sensação de que ainda temos muito a viver.

Eu não quero Louis como o amor da minha vida, eu quero Louis como o meu infinito. Eu quero encontrá-lo em todas as encarnações. Em todos os planos. Em qualquer universo.

Abraço o seu corpo com força e ele leva a mão até a minha perna, alisando o meu joelho com carinho, enquanto seus olhos aparentes através da viseira do capacete procuram os meus pelo retrovisor.

Louis decidiu vir até a cabana para buscar alguns pertences e para nos despedirmos de Zayn antes de irmos de vez para a Indonésia. Minhas malas já estão prontas e nosso voo parte amanhã de manhã.

Eu mal posso esperar para começar uma nova vida do outro lado do mundo com o meu amor. Apesar da minha ansiedade pelo medo do desconhecido, eu sinto como se finalmente pudesse respirar em paz, sabendo que se eu estiver com Louis, eu estarei bem.

Fiquei com medo de sua reação e que ele pudesse dar para trás a qualquer momento, mas para minha surpresa, Louis parece tão animado quanto eu, apesar de fazer algumas exigências. Ele exigiu que eu oferecesse a ele um emprego, qualquer um que fosse, já que não quer viver "às minhas custas"... e nós dois acabamos decidindo que quando chegássemos na Indonésia, eu iria treiná-lo para me ajudar com a filial.

Assim que Louis faz a curva e os pneus da moto deslizam levemente pela terra batida, em meio aos cascalhos na pequena estrada, eu sinto uma sensação estranha. Louis também parece sentir o mesmo, já que diminui a velocidade da moto ao se aproximar da cabana. Era para Zayn estar aqui, mas sua moto não está.

Quando ele pára e seu pé toca o chão, eu desço da moto para que ele possa descer também, mas assim que eu ameaço dar alguns passos em direção à cabana, sua mão espalma meu peito com delicadeza, me mantendo no lugar.

"Fique aqui." Ele diz de forma rígida ao me olhar, tirando o capacete. 

Fico sem entender, mas obedeço com o coração apreensivo. Ele olha para os lados antes de caminhar até subir os três degraus de escada indo em direção à porta da cabana. Assim que ele abre a porta, percebo que estava destrancada e Louis cambaleia para trás, como se tivesse recebido um baque invisível.

Tiro o capacete, não me contendo, e corro até ele, me deparando com a cabana completamente destruída. O sofá está revirado, a mesa quebrada, a televisão de tubo completamente escangalhada.

Tudo está em completa destruição.

Louis vai até o armário da sala e começa a procurar por algo que não faço ideia do que seja.

"Mas que caralho." Louis exclama completamente frustrado olhando em volta, parecendo atento a qualquer movimentação. Ele caminha até mim e me pega pela mão. "Nós precisamos sair daqui."

EXTORSIONÁRIO [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora