Dever, Colorado.
Domingo, 24 de outubro de 2016.Caminho de um lado para o outro da cabana completamente atordoado. Meus pensamentos inundam e martelam incansavelmente em minha cabeça. Não sei ao certo com o que me preocupar mais: a febre de Zayn, a exposição de Louis ou a captura dos dois.
O tempo não parece passar e meu peito se aperta um pouco mais a cada segundo.
Começo a pensar no quanto eu realmente enlouqueci. Eu estou sozinho, em uma cabana abandonada do meio do mato com total liberdade de fugir, mas ao invés de bolar um plano para escapar, eu estou com o coração apertado porque dois dos meus assaltantes podem estar correndo perigo agora.
Gosto de Zayn e não quero que ele sofra. Fiquei realmente preocupado com a sua ferida na perna e notei em seu semblante que ele realmente não estava nada bem. Espero que ele se recupere e que dê um tempo na vida bandida, parando também com a maconha que ele fuma exageradamente.
E Louis, que eu não quero nem por um segundo que seja pego ou morto, porque não sei como conseguiria viver com isso.
Eu não me imagino nessa vida com ele, tendo que passar por esse tipo de angústia toda vez que ele sai para algum lugar. Também não tenho a utopia de pensar que fugiremos juntos para uma ilha deserta no sul da Itália. Sei que a vida não funciona assim... mas, eu ainda queria ficar com ele; nem que fosse nessa cabana abafada, quase insalubre, comendo enlatados e acordando com o barulho dos galhos das árvores se esbarrando.
Nós não temos nenhuma chance e eu sei disso.
Mas dentro de mim, de alguma forma, sinto que tudo isso aconteceu por um motivo. Eu precisava desse choque de realidade. Eu precisava ser balançado, virado do avesso e tirado da segurança do meu conforto para finalmente enxergar as coisas com clareza.
A primeira coisa que aprendi é que: dinheiro não é tudo na vida. Se fosse, a mãe de Louis estaria curada, no entanto, nem a maior quantia de dinheiro do mundo poderia salva-lá dessa doença.
A segunda que: a intensidade das coisas nunca é medida pelo tempo. O tempo nada mais é do que uma constante em um vasto campo de possibilidades. E eu sei disso porque vivi mais em dez dias do que vivi em vinte e oito anos de existência.
E a terceira é que: a paixão não se controla e nossas emoções são ao mesmo tempo o nosso triunfo mais forte e o nosso ponto mais fraco.
Pensando nisso, me sento no sofá e ligo a televisão tentando me distrair da espera. Louis provavelmente levou Zayn, já que se ele tivesse o acompanhado só até a entrada da estrada ele já estaria de volta há muito tempo.
Permaneço angustiado até que vejo um breve luminar na janela da cozinha que está completamente escura. Meu coração dispara. Permaneço sentado no sofá, um pouco aflito, não sabendo bem de quem se trata.
A porta se abre instantes depois e meu coração se acalma ao ver Louis entrando com o celular na mão ainda com a lanterna ligada.
Vou até ele e pulo em seu colo, entrelaçando minhas pernas em sua cintura e me afundando em seu pescoço. Quando ele me abraça de volta percebo que o seu corpo está gelado e fico sem saber se é pelo frio lá fora ou se é por alguma espécie de ansiedade.
"Que bom que você voltou." Sussurro. "Como está Zayn?"
Ele me guia em seu colo até o sofá e se senta antes de me responder qualquer coisa. Suas mãos procuram as minhas bochechas e ele me beija com força, encostando a testa na minha logo em seguida e soltando um suspiro pesado.
"Está tudo bem agora. Zayn vai ficar bem." Ele sussurra em meus lábios e eu solto um suspiro aliviado. "Hilton me encontrou no meio do caminho e Zayn foi com ele. Ele vai resolver isso."
VOCÊ ESTÁ LENDO
EXTORSIONÁRIO [L.S]
FanfictionEXTORSIONÁRIO: aquele que prática extorsão. Extorsão é o ato de obrigar alguém a tomar um determinado comportamento, por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem econômica. Harry Styles, um renomado advogado de Denver, se vê e...